sábado, 29 de setembro de 2012

A escolha do novo Casal Responsável de Equipe


Responsabilidade

Caríssimos casais e conselheiros!
Deus fala e se revela através de pessoas escolhidas e tiradas do meio do próprio povo (cf Ez 2, 2-5). A missão de falar em nome de alguém exige absoluta fidelidade àquele que se representa. O escolhido é humano e marcado pela fraqueza como todos. Estamos às vésperas da escolha do CRE. Temos que escolher o casal que assumirá a responsabilidade pela vida da Equipe. Prepa­remo-nos para esse momento. Em primeiro lugar, reavivando a fé e a convicção de que a escolha vem do alto. Por isso acolhemos com fé e alegria o casal eleito. Em segundo lugar, ajudando-o a desempenhar a missão com generosidade. Responsabilidade na eleição e co-responsabilidade no exercício da missão. Maria, quando chamada à missão e dignidade de mãe, sentiu sua pequenez; após aceitar o chamado mostrou-se generosa e corajosa. Deus serve-se de instrumentos pequenos e simples para fazer-se presente; usa o que é frágil para as grandes obras. “Sabe trabalhar com instrumentos insuficientes” (Papa). A palavra “responsável” amedronta. O temor assalta os chamados à responsabilidade; é bom sinal, porque revela consciência de responsabilidade, mas também revela imperfeição. É preciso superar o temor para exercê-la de forma amadurecida. O temor é vencido acolhendo a chamada vinda da boca de Deus. Maria teve medo ao escutar o Anjo. “Não tenhas medo, disse o Anjo, pois achaste graça diante de Deus”. Ao escolhido Deus repete: “Achas­te graça diante de mim”. Os casais são portadores do chamado divino. O Sim é fruto da fusão de dois elementos: o divino, a graça de Deus e o humano, a disponibilidade do escolhido que colocará a boa vontade e os talentos à disposição da graça. A graça é a semente, o casal responsável é o semeador, a equipe é o terreno. Conjugue, misture e amasse o seu esforço com a graça de Deus e sua equipe será uma vinha florida, verdadeira Igreja, reunida em nome de Cristo para orar, escutar a Palavra e partilhar a vida e o pão ao redor da Mesa da Fra­ternidade, onde formamos um só corpo e um só coração. A graça, como o fermento, mostra sua força na massa que a acolhe e se deixa invadir por ela. A graça é luz. A luz de cada um é sinal da fecundidade da graça, e juntos como equipe formam um belo lustre. Para a equipe, o Sim é fonte de alegria e paz, sinal de esperança, ponto de unidade e solidariedade. Um Sim é uma bênção de Deus para a equipe. Não negue esta bênção à equipe que tu amas e que te ama!
Pe. Frei Avelino Pértile SCE/SR, Brasil


CARTA DE BRASILIA

Acessem:
http://www.ens.org.br/site/index.php?secao=1

HOMILIA PARA CASAIS



A Missão de Todos
Mons. José Maria Pereira
            O Evangelho (Mc 9,38-48) relata-nos que João aproximou-se de Jesus para dizer-lhe que tinham visto uma pessoa que expulsava os demônios em nome d’Ele. Como não era do grupo que acompanhava o Mestre, tinham-no proibido de fazê-lo.Jesus respondeu-lhes:”Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Estão com ciúme! Jesus reprova a intransigência e a mentalidade exclusivista e estreita dos discípulos, e abri-lhes o horizonte e o coração para um apostolado universal, variado e diversificado.
            Diz Jesus: “Quem não é contra nós é a nosso favor.” E, para testemunhar que tudo aquilo que se faz em Seu nome tem sempre algum merecimento, acrescenta: “Se alguém vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa.” A mais insignificante obra de misericórdia feita por amor a Cristo terá a recompensa, ainda que seja feita por alguém que ainda não pertence à comunidade. E, se é feita em favor dos irmãos ou de quem, na Igreja, é representante do Senhor, Ele aceitará e recompensará como se fosse feita a Si mesmo (Mt 10, 40-42).
            Nós, cristãos, não temos mentalidade de partido único, de quem condena formas apostólicas diferentes daquelas que, por formação e modo de ser, se sente chamado a realizar. A única condição -dentro da grande variedade de modos de levar Cristo às almas - é a unidade no essencial, naquilo que pertence ao núcleo fundamental da Igreja.
            Quais os critérios para discernirmos se uma determinada associação mantém a comunhão com a Igreja? Entre os critérios, diz o Beato João Paulo II, encontra-se a primazia que se deve dar à vocação de cada cristão para a santidade, que tem como fruto principal a plenitude de vida cristã e a perfeição da caridade. Neste sentido, as associações de leigos estão chamadas a ser instrumento de santidade na Igreja.
            Outro critério apontado pelo Papa é o apostolado, que deve antes de mais nada proclamar a verdade sobre Cristo, sobre a Igreja e sobre o homem, em filial obediência ao Magistério da Igreja que a interpreta autenticamente. Trata-se de uma participação no fim sobrenatural da Igreja, que tem como objetivo a salvação de todos os homens. Todos os cristãos participam desse único fim missionário...
            Se somos cristãos verdadeiros, embora às vezes sejamos muito diferentes uns dos outros, nos sentiremos comprometidos a levar para Deus a sociedade em que vivemos e da qual fazemos parte. E nos será fácil aceitar modos de ser e de atuar bem diferentes dos nossos. Como nos alegramos de que o Senhor seja anunciado de formas tão diversas! Isto é o que realmente importa: que Cristo seja conhecido e amado.
            O Evangelho (Boa Nova) deve chegar a todos os cantos da terra! E para o cumprimento desta tarefa, o Senhor conta com a colaboração de todos: homens e mulheres, sacerdotes e leigos, jovens e anciãos, solteiros e casados, religiosos... conforme tenham sido chamados por Deus, com iniciativas que nascem da riqueza da inteligência humana e do impulso sempre novo do Espírito Santo.
            Todo cristão é chamado a dilatar o Reino de Cristo, e qualquer circunstância é boa para levar a cabo essa tarefa. Diz o Concílio Vaticano II: “onde quer que o Senhor abra uma porta à palavra para proclamar o mistério de Cristo a todos os homens, anuncie-se com confiança e sem cessar o Deus vivo e Jesus Cristo, enviado por Ele para a salvação de todos” (Decreto Ad Gentes,13).
            “Conservemos a doce e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando temos de semear entre lágrimas” (Papa Paulo VI, Evangelii Nuntiandi).
            Nós, que recebemos o dom da fé, sentimos a necessidade de comunicá-la aos outros, fazendo-os participar do grande achado da nossa vida. Esta missão como se vê na vida dos primeiros cristãos, não é da competência exclusiva dos pastores de almas, mas tarefa de todos, de cada um segundo as suas circunstâncias particulares e a chamada que recebeu do Senhor.
            É nesta direção que o Doc. de Aparecida nos aponta: “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-Lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (A,18)
            Celebramos hoje o DIA DA BÍBLIA.
            A Palavra de Deus sempre nos oferece uma luz para as mais diversas situações de nossa vida. “Por isso, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Os cristãos somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras” (Doc. de Aparecida,30). 

sábado, 22 de setembro de 2012

HOMILIA DOMINICAL



Quem é o maior?
Mons. José Maria Pereira

            No Evangelho (Mc 9, 30-37), São Marcos relata-nos que Jesus atravessa a Galiléia com os discípulos, e pelo caminho anuncia-lhes sua paixão e morte e dá-lhes uma lição de humildade e serviço.
            Dizia-lhes com toda a clareza: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão, e Ele ressuscitará ao terceiro dia”. Mas os discípulos, que tinham formado outra ideia acerca do futuro reino do Messias, não compreendiam estas palavras e temiam interrogá-lo. Enquanto Jesus anuncia a sua paixão um fato que nos chama a atenção é atitude dos discípulos que discutem entre si “qual deles era o maior.”
            Por isso, ao chegarem a Cafarnaum, quando estavam em casa, Jesus questiona o assunto da conversa: “o que vocês estavam discutindo pelo caminho? Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.”
            Como naquele momento com os apóstolos, hoje também, Jesus precisa colocar diante de nós uma criança e dizer-nos sempre de novo: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos. Aquele que receber uma destas crianças por causa de meu nome, a mim recebe” (Mc 9, 35-36).
            Jesus não nega o desejo existente no coração humano de ser grande, de ser o primeiro. Dá, porém, a chave para consegui-lo. Trata-se de imitar o Filho do Homem no seu mistério pascal. Morrer e ressuscitar, entregando-se por amor. Para ser o primeiro devemos ser o último , aquele que serve a todos. E para servir a todos é preciso morrer a si mesmo, aos próprios interesses, aos critérios de poder e de grandeza humanos.
            Servir a todos é acolher a uma criança pelo valor que nela existe, é empregar tempo no serviço àqueles que como uma criança no tempo de Cristo, e hoje, não têm importância, não podem dar recompensa, não têm meios de compensar as nossas ações feitas.
            Quem entendeu realmente este ensinamento de Jesus Cristo, começa a ver as coisas de modo diferente. Não mais na visão meramente humana. Em vez de pensar em si mesmo, começa a ver a necessidade do próximo.
            Para alcançarmos essa meta, para termos a visão sobrenatural das coisas, dos acontecimentos, precisamos da virtude da humildade. O que considera pouca coisa diante de Deus, o humilde, vê; o que está contente com o seu próprio valor não percebe o  sobrenatural.
            A humildade não é mais uma virtude. É a virtude básica! “Pela senda da humildade vai-se a toda parte..., fundamentalmente ao Céu.” (Sulco, 282).
            Acredito ser oportuno meditar, fazer um exame de consciência para saber como estamos vivendo a virtude da humildade.
            Os santos nos ensinam a adquirir a virtude básica de nossa vida cristã!
            “Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade: - pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou dito do que aquilo que os outros fazem ou dizem;                                                                                    - querer levar sempre a tua avante;
            -discutir sem razão ou – quando a tens – insistir com teimosia e de maus modos;
            - dar o teu parecer sem que to peçam, ou sem que a caridade o exija;
            -desprezar o ponto de vista dos outros;
            - não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
            -não reconhecer que és indigno de qualquer honra e estima, que não mereces sequer a terra que pisas e as coisas que possuis;
            - citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
            - falar mal de ti mesmo, para que façam bom juízo de ti ou te contradigam;
            - desculpar-te quando te repreendem;
            -ocultar ao Diretor algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti;
            -ouvir com complacência quando te louvam, ou alegrar-te de que tenham falado bem de ti;
            -doer-te de que outros sejam mais estimados do que tu;
            - negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
            -procurar ou desejar singularizar-te;
            -insinuar na conversa palavras de louvor próprio ou que deem a entender a tua honradez, o teu engenho ou habilidade, o teu prestígio profissional...;
            -envergonhar-te por careceres de certos bens...(São Josemaria Escrivá, Sulco, 263).  
            Deus resiste aos soberbos! “... dispersou os que têm planos orgulhosos... e exaltou os humildes” (Lc 1, 51-52).
            Peçamos continuamente: “Jesus manso e humilde de coração fazei o nosso coração semelhante ao vosso”!
            “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9, 35).
            Maior é aquele que serve! Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos.
            Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir e de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MUITO OBRIGADA!!!

“A Igreja é missionária por natureza; 
sua tarefa primária é a evangelização”.
Só temos que agradecer a Deus por nos conceder a graça de vivermos este momento da Nova Evangelização com os casais das Equipes de Nossa Senhora! A ordem do papa João Paulo II no seu
pontifi cado, era evangelizar com novos meios e novos métodos, com um novo ardor missionário. O papa Bento XVI reafirma
nos lembrando que a igreja existe para evangelização. Precisamos não só avançar corajosamente, mas enfrentar todos os desafios
deste novo século, utilizando novas estratégias para realizar, pelo poder do Espirito Santo, uma eficaz ação evangelizadora.
A nossa resposta a este apelo tem sido a nossa dedicação e serviço as ENS, e sua comunicação através do nosso BLOG.

Muito obrigada a todos os casais equipistas e aos SCE, com carinho fraterno,
Roseli e Aguinaldo
CRS Itaipava

terça-feira, 18 de setembro de 2012

II EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA

" Por causa da tua Palavra, lançarei as redes". (Lc 5,5)

Estamos muito felizes com o início da 
II Experiência Comunitária do Setor Itaipava, 
iniciada no dia 15 de setembro de 2012, em Nogueira.
Agradecemos o serviço e a disponibilidade do Casal Coordenador Carla e Paulinho Cleffs para expansão 
do movimento em nosso Setor.


domingo, 16 de setembro de 2012

Convite






 
           CONVITE

               Querido Casal

                Ficaremos muito felizes com a sua presença na Missa em Ação de Graças pelo serviço realizado por Graça e Juarez, casal equipista da Região Rio IV, na Responsabilidade da Província Leste.     
        Na oportunidade, aproveitaremos para apresentar o atual CRP Leste Bete e Carlos Alberto, equipistas da Região Minas II e, também, para agradecer a Deus pelo seu SIM ao nosso Movimento.

Dia 28 de setembro às 20h30min
Paróquia São Sebastião – Barreto/Niterói
(Rua General Castrioto, 469)

Tereza e Reizinho
CRR Rio IV

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

HOMILIA PARA CASAIS - 16.09.2012



"A cruz de Cristo é motivo de esperança para todos" Papa Bento XVI.

 Carregar a Cruz
Mons. José Maria Pereira (SCE - ENS)
Jesus está a caminho de Jerusalém. E enquanto caminhava perguntou, em tom familiar, aos discípulos que O acompanhavam: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8,27-35). E eles, com simplicidade, contaram-lhe o que lhes chegava aos ouvidos: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias... Então Ele voltou a interrogá-los: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
                Jesus explicava aos discípulos que a sua Missão messiânica passa pela Cruz.
                Pedro reage e tenta afastar Jesus do Plano do Pai.
                Jesus lhe responde: “Vai para longe de mim, satanás!
                Porém, antes Pedro dissera: “Tu és o Messias.”
                Os Apóstolos, pela boca de Pedro, deram a Jesus a resposta certa depois de dois anos de convivência e trato. Nós, como eles, “temos de percorrer um caminho de escuta atenta, diligente. Temos de ir à escola dos primeiros discípulos, que são as suas testemunhas e os nossos mestres, e ao mesmo tempo temos de receber a experiência e o testemunho nada menos que de vinte séculos de história sulcados pela pergunta do Mestre e enriquecidos pelo imenso coro das respostas dos fiéis de todos os tempos e lugares” (Beato João Paulo II).
                Também nós que estamos seguindo o Mestre devemos examinar hoje, na intimidade do nosso coração, o que Cristo significa para nós. Digamos como São Paulo: “As coisas que eram lucros para mim, considerei-as prejuízo por causa de Cristo. Mais que isso, julgo que tudo é prejuízo diante deste bem supremo que é o conhecimento do Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, perdi tudo e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo e ser encontrado unido a Ele.” (Fl 3,7-9).
                A primeira preocupação do cristão deve, pois, consistir em viver a vida de Cristo, em incorporar-se a Ele, como os ramos à videira. O ramo depende da união com a videira, que lhe envia a seiva vivificante; separado dela, seca e é lançado ao fogo.
                Diz Jesus: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.”
                Quando Jesus disse “se alguém quer vir após Mim...”, tinha presente que o cumprimento da Sua missão O levaria à morte de cruz; por isso fala claramente da Sua Paixão. Mas também a vida cristã, vivida como se deve viver, com todas as suas exigências, é uma cruz que se deve levar em seguimento de Cristo.
                As palavras de Jesus, que devem ter parecido assustadoras àqueles que as escutavam, dão a medida do que Cristo exige para O seguir. Jesus não pede um entusiasmo passageiro, nem uma dedicação momentânea; o que pede é a renúncia de si mesmo, o carregar cada um a sua cruz e o segui-Lo. Porque a meta que o Senhor quer para os homens é a vida eterna. O texto do Evangelho de hoje mostra o destino eterno do homem. À luz dessa vida eterna é que deve ser avaliada a vida presente! A vida terrena não tem um caráter definitivo, nem absoluto, mas é transitória, relativa; é um meio para conseguir aquela vida definitiva do Céu. “Tudo isso, que te preocupa de momento, é mais ou menos importante.- o que importa acima de tudo é que sejas feliz, que te salves” (Caminho, 297).
                “Há no ambiente uma espécie de medo da Cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar cruzes a todas as coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com sentido de filhos de Deus, com visão sobrenatural!”
A exigência do Senhor inclui renunciar à própria vontade para identificá-la com a de Deus, não aconteça que, como comenta São João da Cruz, tenhamos a sorte de muitos “que queriam que Deus quisesse o que eles querem, e entristecem-se de querer o que Deus quer, e têm repugnância em acomodar a sua vontade à de Deus. Disto vem que muitas vezes, no que não acham a sua vontade e gosto, pensam não ser da vontade de Deus e, pelo contrário, quando se satisfazem, creem que Deus Se satisfaz, medindo também a Deus por si, e não a si mesmos por Deus” (Noite Escura, liv. I, Cap. 7, nº. 3).
O fim do homem não é ganhar os bens temporais deste mundo, que são apenas meios ou instrumentos; o fim último do homem é o próprio Deus, que é possuído como antecipação aqui na terra pela Graça, e plenamente e para sempre na Glória. Jesus indica qual é o caminho para conseguir esse fim: negar-se a si mesmo (isto é, tudo o que é comodidade, egoísmo, apego aos bens temporais) e levar a cruz. Porque nenhum bem terreno, que é caduco, é comparável à salvação eterna da alma. Diz São Tomás: “O menor bem da Graça é superior a todo o bem do universo” (Suma Teológica, I-II, q.113, a. 9).
“Cristo repete-o a cada um de nós, ao ouvido, intimamente: a Cruz de cada dia. Não só, escreve São Jerônimo, em tempo de perseguição ou quando se apresente a possibilidade do martírio, mas em todas as situações, em todas as atividades, em todos os pensamentos, em todas as palavras, neguemos aquilo que antes éramos e confessemos o que agora somos, visto que renascemos em Cristo. Vedes? A cruz de cada dia. Nenhum dia sem Cruz: nenhum dia que não carreguemos com a Cruz do Senhor, em que não aceitemos o Seu jugo. E muito certo que aquele que ama os prazeres, que busca as suas comodidades, que foge das ocasiões de sofrer, que se inquieta, que murmura, que repreende e se impacienta porque a coisa mais insignificante não corre segundo a sua vontade e o seu desejo, tal pessoa, de cristão só tem o nome; somente serve para desonrar a sua religião, pois Jesus Cristo disse: aquele que queira vir após Mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias da vida, e siga-Me.”
A Cruz não só deve estar presente na vida da cada cristão. Mas também em todas as encruzilhadas do mundo. Diz São Josemaria Escrivá: “Que formosas essas cruzes no cimo dos montes, no alto dos grandes monumentos, no pináculo das catedrais!...Mas também é preciso inserir a Cruz nas entranhas do mundo.
Jesus quer ser levantado ao alto, aí: no ruído das fábricas e das oficinas, no silêncio das bibliotecas, no fragor das ruas, na quietude dos campos, na intimidade das famílias, nas assembleias, nos estádios... Onde quer que um cristão gaste a sua vida honradamente, aí deve colocar, com o seu amor, a Cruz de Cristo, que atrai a Si todas as coisas” (Via Sacra, XI).
A Cruz é sinal do cristão. Está presente em toda parte, com muitos nomes...
Que o Senhor nos conceda a graça de também segui-Lo na Cruz; de perder a vida por causa de Cristo para salvá-la.