sábado, 27 de maio de 2017

HOMILIA DOMINICAL


Homilia de Mons. José Maria Pereira 
Ascensão do Senhor - Ano A
Ascensão: Pensar no céu

Hoje celebramos o mistério conclusivo da vida de Jesus: sua Ascensão ao Céu. É a sua entrada oficial na glória que lhe correspondia como ressuscitado, depois das humilhações do Calvário; é a volta ao Pai anunciada por Si no dia de Páscoa; “ Vou subir para Meu e vosso Pai, Meu e vosso Deus”  (Jo 20,17). E aos discípulos de Emaús: “Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?” (Lc 24,26).
A vida de Jesus na terra não termina com a sua morte na Cruz, mas com a Ascensão aos céus. É o último mistério da vida do Senhor aqui na terra. É um mistério redentor, que constitui, com a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o mistério pascal. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema.
Comentando sobre a Ascensão, ensina São Leão Magno: ”Hoje não só fomos constituídos possuidores do paraíso, mas com Cristo ascendemos, mística mais realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que a que havíamos perdido.”
A Ascensão fortalece e estimula a nossa esperança de alcançarmos o Céu e incita-nos constantemente a levantar o coração a fim de procurarmos as coisas que são do alto. Agora a nossa esperança é muito grande, pois o próprio Cristo foi preparar-nos uma morada.
O Senhor está já no Céu com o seu Corpo glorificado, com os sinais do seu Sacrifício redentor, com as marcas da Paixão que Tomé pôde contemplar e que clamam pela salvação de todos nós.
A Ascensão se nos apresenta, assim, não tanto como uma festa da partida de Jesus deste mundo quanto como a festa de sua permanência aqui na terra. Ele, com efeito, não deixou este nosso universo.  “Não abandonou o céu quando de lá desceu até nós e nem se afastou de nós quando novamente subiu ao céu. Ele é exaltado acima dos céus: todavia, sofre aqui na terra todos os dissabores que nós, seus membros, suportamos. Disto deu testemunho gritando: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Santo Agostinho). Cristo está ainda presente e comprometido com este mundo com todo seu corpo que é a Igreja.
Dizia São Josemaria Escrivá: “Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do Céu (Fil 3,20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá sabermo-nos filhos amados de Deus. E se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, recorramos à sua Mãe, como fizeram os apóstolos: Tornaram então a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,12-14).”
A esperança do Céu encherá de alegria o nosso peregrinar diário. Imitaremos os apóstolos que, segundo São Leão Magno, “tiraram tanto proveito da Ascensão do Senhor que tudo quanto antes lhes causava medo, depois se converteu em alegria. A partir daquele momento, elevaram toda a contemplação das suas almas à divindade que está à direita do Pai; a perda da visão do corpo do Senhor não foi obstáculo para que a inteligência, iluminada pela fé acreditasse que Cristo, mesmo descendo até nós, não se tinha afastado do Pai e, com a sua Ascensão, não se separou dos seus discípulos.”
O pensamento do Céu ajudar–nos-á a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos esta esperança teologal, que está unida à e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será especialmente necessária. “A hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade”( Caminho, 139 ).
A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( São Cirilo de Jerusalém).  O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados ajudar-nos-á a estar mais vigilantes nas  nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.
O pensamento do Céu, ao celebrarmos a festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular- nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam.

Com a Ascensão termina a missão terrena de Cristo e começa a dos seus discípulos, a nossa: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,48), diz Jesus. Portanto, a festa de hoje, recorda-nos que o zelo pelas almas é um mandamento amoroso do Senhor. Ao subir para a sua glória, Ele nos envia pelo mundo inteiro como suas testemunhas. Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunhas de Cristo implica, antes de mais nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima.
Jesus parte, mas permanece muito perto de cada um. Nós O encontramos na Eucaristia, no Sacrário de nossas Igrejas .
Visitemos mais Jesus no Sacrário, à nossa espera!  Não deixemos de procurá-lo com frequência, ainda que na maioria das vezes só possamos fazê-lo com o coração, para dizer-lhe que nos ajude na tarefa apostólica, que conte conosco para estender a sua doutrina por todos os ambientes.

Nessa semana, que precede a Solenidade de Pentecostes, fiquemos unidos em oração, como disse Jesus: “Permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,48). Assim a vida da Igreja não começa com a ação, mas com a oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus.
A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!
A Ascensão nos proporciona a oportunidade de ascender em cada ano com mais claridade a grande certeza de nossa vida: Jesus está vivo e está ainda conosco! E nossa maior esperança: nós iremos a Ele para ir junto ao Pai!
“Esse Jesus que vos foi levado para o Céu, virá do mesmo modo como O vistes partir para o Céu” ( At 1,11 ). Diz Santo Agostinho:  “Quem é esse que sobe? O mesmo que desceu. Desceu para me sarar e subiu para me elevar. Se me elevo sozinho, caio. Se me levantais, permaneço elevado. A Vós, que Vos elevais, digo: sois a minha esperança. Vós, que subis, sede o meu refúgio ( Sermões, 261, 1).
Os discípulos partiram (diz o Evangelho em Mc 16,20) e pregaram a Boa Nova por toda parte. Vamos nós também com humildade, sabendo em que vasos nós carregamos esta esperança, mas vamos com coragem.
Mons. José Maria Pereira  

sábado, 20 de maio de 2017

HOMILIA DOMINICAL



Homilia de Mons. José Maria Pereira 
VI Domingo de Páscoa - Ano A
A promessa de Jesus

Hoje celebramos o VI Domingo da Páscoa! A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.

No Evangelho de hoje ( Jo 14, 15-21 ), João define como podemos cumprir os mandamentos divinos. Agora nos ensina que o modo de viver o mandamento provém do próprio Deus. E, nem sempre conseguimos agir como queríamos. Também nós sentimos como São Paulo: “quero fazer o bem, mas faço o mal”. Por isso nos envia o Espírito Santo, por isso é Ele mesmo a falar e a agir em nós. Ele não nos deixa órfãos. É urgente que dediquemos tempo na oração para pedir a Deus a graça de fazer o bem no amor ao próximo.

Ensinou São Jose Maria Escrivá: “Tarefa do cristão: afogar o mal em abundância de bem. Não se trata de campanhas negativas, nem de ser anti- nada. Pelo contrário: viver de afirmação, cheios de otimismo, com juventude, alegria e paz; ver com compreensão a todos: os que seguem a Cristo e os que O abandonam ou não O conhecem.

   --- Mas, compreensão não significa abstencionismo nem indiferença, mas, atividade.”( Sulco, 864).

O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…” (Jo 14,19-20). O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminará quando subir com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14,2-3).

Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia.

Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos.

O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Ensinou São JosemariaEscrivá: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (Caminho, nº 139). Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos custar ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo.

A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( S. Cirilo de Jerusalém). O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.
O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam.

Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.

“Para avançar na vida interior e no apostolado, o necessário não é a devoção sensível; mas a disposição decidida e generosa da vontade, em face das instâncias divinas.”(Sulco, 769).

Mons. José Maria Pereira

quarta-feira, 10 de maio de 2017

A GENEROSIDADE DO SENHOR JESUS NA MISSA DE ENCERRAMENTO DO ENCONTRO DE EQUIPES NOVAS DAS ENS

Não poderíamos ver imagem mais emblemática durante a Missa do 4º Domingo da Páscoa – “O Bom Pastor” que encerrou o Encontro de Equipes Novas das ENS, em 07 de maio:



                           Monsenhor Paulo Daher, para desenvolver a homilia, pendurou sua bengala no Altar, vindo-nos, imediatamente, a imagem da delicadeza e da generosidade do Senhor Jesus que, sobre o altar, se fez Paulo Daher para que Paulo Daher, por vocação e amor, se fizesse o próprio Cristo dando-nos sua Palavra.

                        Dirigindo-se aos casais que participaram da formação do EEN, disse-lhes  que são casais privilegiados porque se dispuseram a parar, por dois dias, para avaliar a caminhada, o matrimônio e a vida em família, num mundo onde somos, diariamente, invadidos por tantas tendências, informações e afrontas.

                        Ressaltou a importância da formação do casal equipista e da assiduidade às reuniões mensais, salientando que o casal se salva em equipe, em comunidade. Nunca sozinho.

                        Por fim, mostrou-nos que tudo se dá ao seu tempo. Assim, Jesus iniciou sua vida pública aos 30 anos pois era o tempo necessário da família, onde deveria estar e ficar. Nesse tempo aprendeu, conviveu, respeitou e no tempo de Deus rompe os muros de sua casa, da pequena Galiléia para o mundo, para cumprir sua missão.

                        Rezemos, sempre, pelas vocações sacerdotais porque o Movimento das Equipes de Nossa Senhora é privilegiado por encontrar no Monsenhor Paulo Daher um pastor tão apaixonado e preocupado pelo seu rebanho.


segunda-feira, 8 de maio de 2017

EEN

        Aconteceu, nos dias  6 e 7 de maio, o Encontro de Equipes Novas para os casais que terminaram a Pilotagem.
        Os casais do nosso Setor ficaram maravilhados com este encontro e estão ainda mais entusiasmados e sedentos de buscar a Espiritualidade Conjugal que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora propõe.


Caros Equipistas
Está disponível no site www.ens.org.br o áudio do Tema de Estudo de 2017, postado junto ao arquivo em pdf no ACERVO DE FORMAÇÃO. Essa ferramenta pode ser utilizada em conexão direta com a internet ou feito a descida do arquivo para o computador, tablet ou celular para ser utilizado posteriormente.
Fiquem com Deus!
      Nos dias 21, 22 e 23 de Abril estivemos em Itaici, SP, participando da Formação Nacional de Responsáveis.
      Foram dias de muito aprendizado e partilha, sobre o Movimento, com casais de todo o Brasil.




                                                                                                                              Paulane e Roney
                                                                                                                               CRS