sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Homilía Dominical dia 29/01/2017



Homilia do Mons. José Maria – IV Domingo do Tempo Comum – Ano A

Onde está a Felicidade?
Jesus está diante de uma multidão imensa! Esperam dEle a sua doutrina salvadora, que dará sentido às suas vidas. Então Jesus subiu ao monte e começou a ensinar-lhes (Mt 5, 1-12).
É esta a ocasião que Jesus aproveita para traçar uma imagem profunda do verdadeiro discípulo.
Trata-se do Evangelho das bem-aventuranças que constitui um resumo do Sermão da Montanha e de todo o Evangelho de Jesus Cristo.
“Bem-aventurado” significa feliz, ditoso, e em cada uma das Bem-Aventuranças Jesus começa por prometer a felicidade e por indicar os meios para consegui-la. Por que Jesus começa falando da felicidade? Porque em todos os homens há uma tendência irresistível para serem felizes; esse é o fim que têm em vista em todos os seus atos; mas muitas vezes buscam a felicidade no lugar em que ela não se encontra, em que só acharão tristeza.
“Jesus começou a ensiná-los: Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5, 2-3).
A atitude fundamental exigida para participar do Reino dos Céus é a pobreza em espírito. Pobre em espírito é todo aquele que tem a atitude de confiança da criança em relação a seus pais. Pobre em espírito é quem coloca toda a sua confiança no Senhor. É o que não coloca sua segurança nos bens materiais, na glória e na fama, mas em Deus. O cristão considera-se diante de Deus como um filho pequeno que não tem nada em propriedade; tudo é de Deus seu Pai e a Ele o deve. A pobreza em espírito, quer dizer, a pobreza cristã, exige o despreendimento dos bens materiais e austeridade no uso deles.
O espírito de pobreza, a fome de justiça, a misericórdia, a pureza de coração, o suportar injúrias por causa do Evangelho são aspectos de uma única atitude da alma: o abandono em Deus, a confiança absoluta e incondicional no Senhor.
Em geral o homem antigo, mesmo no povo de Israel, procurava a riqueza, o gozo, a estima, o poder, e considerava tudo isso como a fonte de toda a felicidade. Jesus traça um caminho diferente. Exalta e abençoa a pobreza, a doçura, a misericórdia, a pureza, a humildade.
Com as Bem-aventuranças, o pensamento fundamental que Jesus queria inculcar nos ouvintes era este: só o servir a Deus torna o homem feliz.
O conjunto de todas as Bem-aventuranças traça, pois, um único ideal: o da santidade. Ao escutarmos hoje novamente essas palavras do Senhor, reavivamos em nós esse ideal como eixo de toda a nossa vida. Como nos diz o Apóstolo S. Paulo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4, 3). Chama cada um à santidade e a cada um pede amor: a jovens e velhos, a solteiros e casados, aos que têm saúde e aos enfermos, a cultos e ignorantes; trabalhem onde trabalharem, estejam onde estiverem.
Sejam quais forem as circunstâncias por que atravessemos na vida, temos que sentir-nos convidados a viver em plenitude a vida cristã. Não pode haver desculpas, não podemos dizer a Deus: “Esperai, Senhor, que se solucione este problema, que me recupere desta doença, que deixe de ser caluniado ou perseguido…, e então começarei de verdade a buscar a santidade”. Seria um triste engano não aproveitarmos precisamente essas circunstâncias duras para nos unirmos mais a Deus.
“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem…Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 11-12). Assim como nenhuma coisa da terra nos pode proporcionar a felicidade que todos procuramos, assim nada nos pode tirá-la se estivermos unidos a Deus. A nossa felicidade e a nossa plenitude procedem de Deus. Peçamos ao Senhor que transforme as nossas almas, operando uma mudança radical nos nossos critérios sobre a felicidade e a infelicidade.
Seremos necessariamente felizes se estivermos abertos aos caminhos de Deus em nossas vidas. Quando os homens, para encontrarem a felicidade, experimentam caminhos diferentes do da vontade de Deus, diferentes daquele que o Mestre nos traçou, no fim só encontram solidão e tristeza. Longe do Senhor, só se colhem frutos amargos e, de uma forma ou de outra, acaba-se como o filho pródigo enquanto esteve longe da casa paterna: comendo bolotas e cuidando de porcos (Lc 15, 11-32).
São felizes aqueles que seguem o Senhor, aqueles que lhe pedem e fomentam dentro de si o desejo de santidade.
Quando nos falta alegria, com certeza, é porque não procuramos a Deus de verdade, no trabalho, naqueles que nos rodeiam, nas dificuldades. Não será, talvez, porque ainda não estamos inteiramente desprendidos? “Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor”!

Mons. José Maria Pereira

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Homilia Dominical, dia 22/01/2017




III Domingo do Advento (Ano A)
Um convite à alegria
Mt 11,2-11
Caros irmãos e irmãs,
A liturgia nos direciona para o terceiro domingo do advento, chamado tradicionalmente domingo “Gaudete”, por causa da palavra latina com que começa o canto de entrada da Santa Missa, de acordo com o Graduale Romanum: “Gaudete in Domino semper: íterum dico, gaudete!”.  Uma exortação de São Paulo aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor: de novo eu vos digo: Alegrai-vos! (Fl 4,4-5).  O tema da alegria também aparece na oração da coleta: “Chega às alegrias da salvação…”; e na oração a ser feita após a comunhão: “Que estes sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam”.  A Igreja nos faz este convite à alegria, enquanto nos preparamos para celebrar o Natal do Senhor.
O Evangelho nos apresenta a figura de João Batista, que se encontra preso em uma fortaleza, às margens do Mar Morto, onde morrerá decapitado por ordem do rei Herodes, a quem João reprovava pelo fato de estar vivendo com a mulher de seu irmão Filipe.  João Batista, tendo ouvido falar, no cárcere, a respeito das obras de Cristo, quer esclarecer uma dúvida e envia a Jesus dois de seus discípulos com esta pergunta concreta:  “És tu aquele que deve vir ou temos que esperar um outro?” (v.3).
As severas imagens utilizadas por João em sua pregação, tendo como objetivo levar o povo à conversão, não pareciam estar associadas com a atuação de Jesus, cuja conduta mostrava a compaixão e a misericórdia para com os pecadores.  João Batista quer uma resposta para sua dúvida pessoal, mas, ao mesmo tempo em que ele envia emissários para interrogar Jesus, porque quer, antes de sua morte, dar um ensinamento melhor a seus próprios discípulos sobre Jesus.
Com a sua resposta, Jesus se define, indiretamente, como o Messias, pelas obras que realiza.  As curas que são anunciadas tanto na primeira leitura como no Evangelho são sinais messiânicos da presença de Deus na pessoa de Cristo, em quem se realizam as profecias do Antigo Testamento.  As mesmas obras de Cristo que causam perplexidade a João se tornam a resposta afirmativa da messianidade de Jesus: “Os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5).  Jesus responde com um magnífico testemunho de João Batista.  Jesus o elogia, testemunhando a validade de sua personalidade espiritual, pelo seu
estilo austero (vv.7-8), que o legitima como o maior dos profetas (v.9), precursor do Messias (v.10) e maior dente os nascidos de mulher (v.11).
Na verdade, Jesus realiza a profecia de Isaías na qual a boa nova da salvação passa pela vitória do homem sobre a morte, a pobreza e a doença mediante a visita histórica de Deus à terra.   Nosso olhar para o advento de Cristo na história dos homens, marcados pelo sofrimento, nos motiva a considerar o conteúdo do evangelho como o sinal da salvação que traz alegria.
Alegria porque também muito em breve estaremos celebrando o Natal do Senhor! Uma celebração que, por si só, nos remete à alegria, já manifestada no momento da anunciação do anjo a Maria:  “Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo” (Lc 1,28).  A causa da alegria em Maria é a proximidade de Deus.  E João Batista, ainda não nascido, saltará de alegria no seio de Isabel ante a proximidade do Menino Jesus, o Messias que está para chegar (cf. Lc 1,41).
E o anjo dirá aos pastores, homens simples que vigiavam o rebanho durante a noite: “Eu vos anuncio uma grande alegria” (Lc 2,10). E acrescenta: “Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo Senhor”. Um salvador que o povo esperava era o Messias.  Para eles o anúncio do nascimento do Salvador foi causa de alegria.  E em meio a tantas luzes que dissipam as trevas, podemos também lembrar de uma passagem do livro do profeta Isaias que diz: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1). E o mesmo profeta Isaías exulta de alegria ao anunciar: “Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado” (Is 9,5).
Neste terceiro domingo de Advento, a Liturgia da Palavra nos propõe ainda, como segunda leitura,  um trecho da Carta de São Tiago, que inicia com esta exortação: “Sede, pois, pacientes, irmãos, até à vinda do Senhor” (Tg 5, 7). É importante, ressaltar o valor da constância e da paciência, virtudes que nos auxiliam na capacidade de se adaptar a situações sempre novas e diversas.
Podemos dizer que a paciência é a capacidade de suportar os incômodos e as dificuldades de toda ordem. É a capacidade de persistir numa atividade difícil, ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade. A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência também é uma caridade quando praticada nos relacionamentos interpessoais.
O apóstolo São Tiago trata da vinda do Senhor e exorta o povo à paciência, cheia de esperança pelo retorno iminente do Senhor (vv.7-8) à semelhança do agricultor que espera o fruto da terra, aguardando pacientemente a vinda das chuvas (v.7) e tendo como exemplo o sofrimento e a paciência dos profetas (v.10).
A comparação com o trabalho do agricultor é muito expressiva: Quem semeou no campo, tem diante de si alguns meses de espera paciente e constante mas sabe que a semente, entretanto, realiza o seu percurso, graças à chuva. O agricultor é modelo de uma mentalidade que une de modo equilibrado a fé e a razão, porque, por um lado, conhece as leis da natureza e realiza bem o seu trabalho e, por outro, confia na Providência, porque ele acredita em Deus.
Esta é a razão pela qual podemos prosseguir nosso itinerário com alegria, como nos exorta o apóstolo Paulo: “Irmãos, andai sempre alegres” (1Ts 5,16).  Devemos estar alegres, porque a nossa salvação já está próxima. O Senhor vem! Com esta consciência empreendemos o itinerário do Advento, preparando-nos para celebrar com fé o extraordinário acontecimento do Natal do Senhor.
Esta confiança gera na pessoa que encontrou o Cristo uma serenidade e uma alegria que ninguém e nenhuma situação podem tirar. Santo Agostinho, na sua busca da verdade, da paz, da alegria, depois de ter procurado em vão a felicidade em múltiplas situações, conclui dizendo que o coração do homem está inquieto, enquanto não encontrar tranquilidade e paz, enquanto não descansar em Deus (cf. S. AGOSTINHO, Confissões I,1). A verdadeira alegria é um dom, nasce do encontro com Jesus, pela oração e pela observância dos seus ensinamentos.
Vigilantes na oração, procuremos preparar o nosso coração para acolher o Salvador que virá para nos mostrar a sua misericórdia e o seu amor. A Virgem Maria nos ajude a apressar os nossos passos em direção a Belém, para encontrar o Menino que vai nascer, para a nossa salvação e  para a nossa alegria. Que Ela nos obtenha viver a alegria do Evangelho em família, no trabalho e em todos os ambientes.  Assim seja.


sábado, 14 de janeiro de 2017

Homilía Dominical dia 15/01/2017


Homilia do Mons. José Maria – II Domingo do Tempo Comum – Ano A
Jesus – Perdão – Missão
O Evangelho (Jo 1, 29-34) mostra o início da missão de Jesus. João Batista O apresenta: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Ele é o ungido do Senhor. Ele batizará no Espírito. Ele é o Filho de Deus.
Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo, anuncia São João Batista; e este pecado do mundo engloba todo o gênero de pecado: o original, que em Adão afetou também os seus descendentes, e os pessoais, dos homens de todos os tempos. No Cordeiro de Deus está a nossa esperança de salvação.
E notável a insistência de Cristo na sua constante chamada aos pecadores: Pois o “Filho do homem veio salvar o que estava perdido” (Mt 18, 11). “Ele lavou os nossos pecados no seu sangue” (Ap 1, 5). A maior parte dos seus contemporâneos conhecia-O precisamente por essa atitude misericordiosa; os escribas e fariseus murmuravam e diziam: “Ele recebe os pecadores e come com eles” (Mt 11, 19). E surpreendem-se porque perdoa a mulher adúltera com umas palavras muito simples: “vai e não peques mais” (Jo 8, 11). E dá-nos a mesma lição na parábola do publicano e do fariseu: “Senhor, tem piedade de mim, que sou um pecador” (Lc 18, 13), e na parábola do filho pródigo… A relação dos seus ensinamentos e dos seus encontros misericordiosos seria interminável! Podemos nós perder a esperança de conseguir o perdão, quando é Cristo quem perdoa? Podemos nós perder a esperança de receber as graças necessárias para sermos santos, quando é Cristo que nos pode dá-las? Isto nos enche de paz e de alegria.
São Paulo (1Cor 1, 1-13) lembra a sua vocação a Apóstolo e a vocação de todos à santidade. Continua o Apóstolo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação…” (1Ts 4, 3). O próprio Jesus ordena: “Sede perfeitos, assim como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Como prova concreta desses sentimentos do Senhor, contamos com a o sacramento do perdão (confissão), que nos concede as graças necessárias para lutarmos e vencermos os defeitos que talvez estejam arraigados no nosso caráter, e que são muitas vezes a causa do nosso desalento. No sacramento da confissão renovamos as forças e nos é dada a graça perdida pelo pecado. Peçamos ao Senhor: Senhor, ensinai-me a arrepender-me, indicai-me o caminho do amor! Movei-me com a vossa graça à contrição quando eu tropeçar! Que as minhas fraquezas me levem a amar-vos cada vez mais!
O caminho da santidade percorre-se mediante uma contínua purificação do fundo da alma, que é condição essencial para amarmos cada dia mais a Deus. Por isso o amor à confissão freqüente é um sintoma claro de delicadeza interior, de amor de Deus; e o desprezo ou indiferença por ela indicam falta de finura de alma e talvez tibieza, grosseria e insensibilidade para as moções que o Espírito Santo suscita no coração.
O sacramento da confissão rompe todos os liames com que o demônio tenta segurar-nos para que não apressemos o passo no seguimento de Cristo.
A confissão freqüente dos nossos pecados está muito relacionada com a santidade, pois nela o Senhor afina a nossa alma e nos ensina a ser humildes. A tibieza, pelo contrário, cresce onde aparecem o desleixo e o descaso, as negligências e os pecados veniais sem arrependimento sincero. Na confissão contrita, deixamos a alma clara e limpa. E, como somos fracos, só a confissão freqüente permitirá um estado permanente de limpeza e de amor.
Cristo, Cordeiro de Deus, veio limpar-nos dos nossos pecados, não só dos graves, mas também das impurezas e das faltas de amor da vida diária. Aproximemos do Sacramento da Penitência (Confissão) com amor!
Como discípulos e missionários sejamos como João Batista que apontou Jesus aos discípulos, como o Cordeiro de Deus. Todos nós devemos ser testemunhas do Evangelho, preparar o encontro dos homens com Cristo. Esta é a missão de todo cristão: preparar o caminho do Senhor e o encontro do homem com Deus, levantar o dedo e proclamar bem alto: “Eis Aquele que o teu coração está procurando, eis Aquele que veio para te amar e te salvar!

Mons. José Maria Pereira

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Homilia Dominical dia 08/01/2017



Homilia do Mons. José Maria – Solenidade da Epifania do Senhor
ENCONTRO – CONVERSÃO – MISSÃO
A Igreja celebra a Epifania, isto é, a manifestação do Senhor ao mundo inteiro. Os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus (cf. Mt 2, 1-12).
Nos Reis Magos, vemos milhares de almas de toda a terra que se procuram o Senhor para adorá-Lo. Passaram-se vinte séculos desde aquela primeira adoração, e esse longo desfile do mundo inteiro continua chegando a Cristo.
A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja, que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG 17). Nós podemos ser daqueles que, estando no mundo, imersos nas realidades temporais, viram a estrela de uma chamada de Deus e são portadores dessa luz interior que se acende em consequência do trato diário com Jesus. Sentimos, pois, a necessidade de fazer com que muitos indecisos ou ignorantes se aproximem do Senhor e purifiquem a sua vida.
A Epifania é a festa da fé e do apostolado da fé. “Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como os que procuram alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, que cada ano se torna mais consciente da amplitude da sua missão. A quantos é necessário levar ainda a fé! Quantos homens é preciso ainda reconquistar para a fé que perderam, numa tarefa que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão!
A Epifania recorda-nos que devemos esforçar-nos por todos os meios ao nosso alcance para que todos os nossos amigos, familiares e colegas se aproximem de Jesus.
Os Magos, seguindo a estrela, encontram o lugar onde estava o Salvador com Maria e José. E voltaram às suas regiões por outro caminho.
Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho. Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como o Caminho. O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas. Já não podem voltar a Herodes. Voltaram por outro caminho à sua região. Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à estrela. A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias Salvador: a Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma boa palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos da vida.
Os Magos seguiram a estrela. Não duvidaram, porque sua fé era sólida, firme; não titubearam perante a fadiga de tão longa viagem, porque o seu coração era generoso. Não adiaram a viagem para mais tarde, porque tinham alma decidida. É importante aprender dos Magos a virtude da perseverança: mesmo durante o tempo em que a estrela se ocultou aos seus olhares continuaram à procura do Menino! Também nós devemos perseverar na prática das boas obras, mesmo durante as mais obscuras trevas interiores. É a prova do espírito, que somente pode ser superada num intenso exercício de fé. Sei que Deus assim o quer, devemos repetir nesses momentos: Sei que Deus me chama e isso basta! “Sei em quem pus a minha confiança” (2Tm 1, 12).
Sejamos estrelas que vão indicando o caminho ao próximo para que ele encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo. Isso na família, na Igreja e na sociedade. Que na festa da Epifania nos deixemos guiar pela estrela, iluminar por ela, e poderemos ser luz para os outros.

Peçamos à Virgem Maria que nos conduza ao seu Filho Jesus. Os Reis Magos tiveram uma estrela. Nós temos Maria!