sexta-feira, 26 de abril de 2013

HOMILIA PARA CASAIS - 28/04/2013



O Distintivo do Cristão
Mons. José Maria Pereira
   O Evangelho (Jo 13, 31-35) refere-se ao momento em que, após ter anunciado a traição de Judas, Jesus fala da sua glorificação como se tratasse de uma realidade já presente, vinculada à Sua Paixão: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele” (Jo 13, 31). O contraste é chocante, mas apenas aparente; na verdade, aceitando ser atraiçoado e entregue à morte para a salvação dos homens, Jesus cumpre a missão que recebera do Pai e isto constitui o motivo preciso da Sua glorificação.
    Jesus continuará no meio de seus discípulos pelo amor com que os amou e que lhes deixa como herança para que vivam nele e o realizem sempre nas suas relações mútuas. “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34). O amor recíproco, ajustado ao amor do Mestre, ou melhor, nascido dele, garante, à comunidade cristã a presença de Jesus, da qual é autêntico sinal. Ao mesmo tempo, é o distintivo dos verdadeiros cristãos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). Deste modo, a vida da Igreja começou amparada numa força de coesão e de expansão totalmente nova e dotada de um poder extraordinário porque fundamentada, não no amor humano que é sempre frágil e falível, mas no amor divino: o amor de Cristo revivido nas mútuas relações dos que creem.
    Jesus deixa um Mandamento Novo: “Amai-vos uns aos outros, COMO eu vos amei.”
   Este anúncio nos é dado num contexto pascal, para nos dizer que é da Páscoa de Cristo que floresceu toda novidade. Cristo foi ressuscitado dos mortos... Por isso também nós caminhamos numa vida nova (Rm 6, 4). A Páscoa é a renovação do mundo, uma passagem da velhice para a juventude, que não é uma juventude de idade, mas de simplicidade. “Tínhamos caído na velhice do pecado, mas pela ressurreição de Cristo fomos renovados na inocência das crianças” (São Máximo de Turim).
     A novidade é o amor.
     No Antigo Testamento o mandamento do amor já era conhecido; no Novo Testamento Jesus diz “o meu mandamento”.
   Agora, com Jesus, este mandamento se torna possível. Antes, se existia, era pura teoria, um ideal abstrato; era algo completamente diferente. Certamente existiram homens que tinham se amado antes de Cristo; mas por quê? Porque eram parentes entre eles, porque eram aliados, amigos, pertenciam ao mesmo clã ou ao mesmo povo. Agora é preciso ir além: amar a quem nos persegue, amar os inimigos, aqueles que não nos saúdam e não nos amam (Cf. Mt 5, 43-48).
     Amar, isto é, os irmãos por si mesmos e não porque me podem ser úteis. É a palavra “próximo” que mudou de sentido; o conteúdo desse termo se ampliou de modo a compreender não só o vizinho, mas todo homem do qual tu podes te aproximar (ex. a parábola do Bom Samaritano).
    Jesus viveu esse amor até as últimas consequências: até amar-nos assim com somos, primeiro, e a se identificar conosco diante do Pai, a nos perdoar e a morrer por nós. Amou-nos de verdade até o fim (Jo 13, 1), onde “fim” não indica somente até o fim da vida, mas também até o extremo limite do possível, a totalidade, o que ele proclamou na Cruz quando disse: “Tudo está consumado” (Jo 19,30).
     O mandamento de Jesus é novo também por outro motivo: porque renova! Ele é de tal modo que muda a face da terra, transforma as relações humanas, como aquele fermento do qual fala Jesus, que, introduzido na massa, a faz fermentar toda, levantando-a de sua inércia.
     A novidade está na medida desse amor: “COMO EU vos tenho amado...”
    O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida.
    A proposta cristã resume-se no amor. O amor é o distintivo, que nos identifica... Que em nossos gestos as pessoas possam descobrir a presença do Amor de Deus no mundo!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

MISSA MENSAL

"O matrimônio é a melhor garantia para o amor, é o lugar natural da felicidade e o caminho seguro para a santidade" Pe. Henry Caffarel
 Missa mensal das equipes de Nossa Senhora do Setor Itaipava, realizada no dia 13/04/2013, na Matriz de São José em Itaipava, celebrada pelo Padre Leonardo.
Deus seja louvado!

terça-feira, 23 de abril de 2013

RETIRO ANUAL - SETOR ITAIPAVA


CONVITE...

 “O caminho da vida espiritual em casal” (Tema de estudo 2013)
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (Jo 7, 37b)
Retiro Anual – Capela Nosso Senhor do Bonfim - Corrêas –

Data: 27/04 a 28/04/2013

Sábado: 8h30min às 18h (confissões e missa no Retiro)

Domingo: 8h30min às 12h30min (missa às 7 horas no Santuário Mariano, em Corrêas)

Valor: R$25,00

PREGADOR: PE. AMAURY VIEIRA DE ABREU

ALMOÇO PARTILHADO (Responsabilidade por Equipe)
Equipe 01 - arroz e salada  
Equipe 02 - sobremesas 
(utensílios descartáveis para servir) 
Equipe 04 - salpicão
Equipe 05 - quitutes para o café 
(pães, bolos, biscoitos, café, chocolate quente)
Equipe 06 - quitutes para o café 
(pães, bolos, biscoitos, café, chocolate quente)
Experiência Comunitária 1 e 2 - sucos e refrigerantes  
(copos descartáveis)

Caso seja possível, confirme sua presença, para prepararmos o livreto de acompanhamento do Retiro.

Grande abraço,
Roseli e Aguinaldo

OBRIGADO!!!



Obrigado amigos equipistas!!!!

"O Poderoso fez em mim maravilhas,

e santo é o seu nome."

Roseli e Aguinaldo
CRS Itaipava

TERÇO DOS HOMENS

Os homens da Equipe 02 do Setor Itaipava das ENS (Nossa Senhora do Amor Divino) deram início ontem, dia 22/04/2013, ao terço mensal dos homens. Reunimo-nos para pedir ao Senhor, conforme nos é proposto em Mateus 7,7, por nossas esposas, filhos, pelo nosso trabalho e pela conversão diária de nossas famílias. 

Que o Senhor Deus nos permita perseverar nessa iniciativa que, certamente, só nos fará bem.

Aguinaldo (da Roseli)

sábado, 20 de abril de 2013

RETIRO ANUAL - SETOR ITAIPAVA


Convite
Retiro Anual
Convidamos todos os casais equipistas do Setor Itaipava a participarem do Retiro Anual (PCE) do Movimento das Equipes de Nossa Senhora
do Setor Itaipava.
Dias: 27/04 a 28/04 de 2013
Pregador: Padre Amaury. 
Horários:
8h30min às 18h (sábado) e 7h – início com missa no Santuário Nossa Senhora do Amor Divino - às12h30min (domingo)
Local: Capela de Nosso Senhor do Bonfim - Corrêas (Casa de Formação)
Valor: R$25,00 (casal)
Almoço: partilhado

“Ousar o Evangelho”
Abraço fraterno,
Roseli e Aguinaldo
CRSetor Itaipava


Escolha do novo CRS Itaipava

Equipe do Colegiado do Setor Itaipava, reunido em 19/04/2013.
Mirian e Henrique; Teresa e Beto, SCE Pe. Amaury, Roseli e Aguinaldo

Carla e Paulo Cleffs, SCE Pe. Amaury, Pio e Nenéa
(estrelando: Helena) 
Todo ser humano é dom, graça divina, e quando nos descobrimos como dom, damo-nos conta de que temos uma missão, uma tarefa neste mundo e nesta história.
Hoje é o tempo e o momento de discernirmos quanto a escolha do novo CRS Itaipava  Para uma escolha acertada, é importante que todos os casais orem ao Espírito Santo, pedindo sua intercessão tanto para decidir qual casal escolher, quanto para colocar-se à disposição no caso de ser o casal escolhido.
Para nos prepararmos no espírito de responsabilidade, lembremo-nos da parábola do Evangelho: “O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha” (Mt 20,1). A imensa vinha do Senhor é o mundo inteiro e nós todos somos responsáveis pela construção do seu Reino. Vez por outra, assim como na parábola, Deus nos chama nominalmente através dos irmãos equipistas, para assumirmos mais de perto esta responsabilidade. O casal escolhido deve sentir-se chamado por Deus, para amar mais: Amar mais o Senhor, amar mais os irmãos e as irmãs, amar mais a Igreja.
Vamos encarar esse chamado à responsabilidade como uma oportunidade de conversão, na medida em que somos convidados a nos conhecermos verdadeiramente, a estarmos constantemente atentos à sua Vontade, a desenvolvermos e fortificarmos as capacidades que nos ajudam a ir ao encontro da comunhão com o outro: a escutarmos os outros e a aprendermos com eles; a nos deixarmos interpelar por Sua Palavra e a deixarmos brotar, sem medo, a fonte que existe em nós. Dar o nosso “Sim” para o SETOR, sem vacilações e com entusiasmo, é de certa forma mostrar a Deus nossa gratidão por sua bondade em nos distinguir com este convite para o amor. E é claro que nunca nos sentiremos prontos para o serviço. Se, porém, nos abandonarmos à ação do Espírito Santo, o Senhor se manifestará, fazendo crescer em nós os “dons” que nos confiou - cada casal tem os seus - e que serão aqueles que nos serão necessários no momento certo, para o nível de responsabilidade que será o nosso.
“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta,entrarei em sua casa e cearemos juntos” (Ap. 3,20).
Assim estamos completando nosso período de discernimento com a certeza de que o casal por nós indicado foi escolhido por Deus para abrir seu coração e estar a frente deste SETOR maravilhoso. Que Nossa Senhora Arca da Aliança, Mãe do Amor Divino proteja o novo casal eleito e o cubra com seu manto. Amém.
Com carinho, 
Roseli e Aguinaldo

quarta-feira, 17 de abril de 2013

HOMILIA PARA CASAIS - 21/04/2013 - DOMINGO DO BOM PASTOR

Pastor - Jovens - Vocações
Mons. José Maria Pereira
O Quarto Domingo da Páscoa é o domingo do BOM PASTOR. Depois de várias aparições de Cristo ressuscitado às mulheres, aos apóstolos, aos discípulos, hoje Jesus se apresenta como o BOM PASTOR! É um título de Cristo muito familiar aos primeiros cristãos.                                                                                                
A liturgia deste domingo convida-nos a meditar na misericordiosa ternura de nosso Salvador, para que reconheçamos os direitos que Ele adquiriu sobre cada um de nós com a sua morte.                                                                                                                             No Evangelho (Jo 10, 27-30) Jesus se apresenta como o BOM PASTOR. É uma catequese sobre a missão de Jesus: conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas, de onde brota a vida em plenitude. O Bom Pastor aparece numa atitude de ternura com as ovelhas... Ele as conhece,as chama pelo nome, caminha com elas e estas O seguem. Elas escutam a Sua voz, porque sabem que as conduz com segurança. Em contraste com o pastor, aparece a figura dos ladrões e dos bandidos. São todos os que se apresentam como Pastor, ou até falam em nome de Cristo, mas procuram somente vantagens pessoais. Além do título de Bom Pastor, Cristo aplica-Se a Si mesmo a imagem da porta pela qual se entra no aprisco das ovelhas que é a Igreja. Ensina o Concílio Vaticano II:” A Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo (LG,6). No redil entram os pastores e as ovelhas. Tanto uns como outras hão de entrar pela porta que é Cristo. “ Eu, pregava Santo Agostinho, querendo chegar até vós, isto é, ao vosso coração, prego-vos Cristo: se pregasse outra coisa, quereria entrar por outro lado. Cristo é para mim a porta para entrar em vós: por Cristo entro não nas vossas casas, mas nos vossos corações. Por Cristo entro gozosamente e escutais-me ao falar d Ele. Por quê? Porque sois ovelhas de Cristo e fostes compradas com o Seu Sangue”. “... e as ovelhas O seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10,4). Ora, a Igreja é Cristo continuado! Diz São Josemaria Escrivá: “Cristo deu à Sua Igreja a segurança da doutrina, a corrente de graça dos sacramentos; e providenciou para que haja pessoas que nos orientem, que nos conduzam, que nos recordem constantemente o caminho. Dispomos de um tesouro infinito de ciência: a Palavra de Deus guardada pela Igreja; a graça de Cristo, que se administra nos Sacramentos; o testemunho e o exemplo dos que vivem com retidão ao nosso lado e sabem fazer das suas vidas um caminho de fidelidade a Deus” (Cristo que passa, nº 34). Jesus é a porta das ovelhas! Para as ovelhas significa que Jesus é o único lugar de acesso para que as ovelhas possam encontrar as pastagens que dão vida.                                                                                                          Para os cristãos, o Pastor por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o rebanho de Deus... Portanto, Cristo deve conduzir as nossas escolhas. Quem nos conduz? Qual é a voz que escutamos? A voz da política, a voz da opinião pública, a voz do comodismo e da instalação, a voz dos nossos privilégios, a voz do êxito e do triunfo a qualquer custo, a voz da novela? A voz da televisão?                          Cristo é o nosso Pastor! Ele Conhece as ovelhas e as chama pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação muito pessoal.  A existência humana é bem complexa para que se possa vivê-la com segurança absoluta. Jesus, porém, oferece a quem O segue a direção exata e a proteção eficaz para evitar os elementos que podem prejudicar. Afirma o Sl 22(23): “ Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei;estais comigo...”. O Divino Pastor é quem pode, realmente, ajudar, salvar e conservar a vida. Ele afirmou: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).                    Para distinguir a Voz do Pastor é preciso três coisas: - Uma vida de oração intensa; um confronto permanente com a Palavra de Deus e uma participação ativa nos sacramentos, onde recebemos a vida, que o Pastor nos oferece. Nesse domingo celebramos 50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. O Papa Bento XVI, enviou a Mensagem no dia 06 de outubro de 2012. Nessa mensagem o Papa convida a todos para refletir sobre o tema “As Vocações, sinal da esperança fundada na fé”, no contexto do Ano da Fé e no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II.
Deseja o Papa que “não faltem sacerdotes que mostrem a fecundidade de um compromisso entusiasmante, que confere um sentido de plenitude à própria existência, porque fundado sobre a fé n’Aquele que nos amou primeiro (cf. Jo 4,19).”
Continua o Papa: “Do mesmo modo, desejo que os jovens, no meio de tantas propostas superficiais e efêmeras, saibam cultivar a atração pelos valores, as metas altas, as opções radicais por um serviço aos outros, seguindo os passos de Jesus. Amados jovens, não tenhais medo de O seguir e de percorrer os caminhos exigentes e corajosos da caridade e do compromisso generoso. Sereis felizes por servir, sereis testemunhas daquela alegria que o mundo não pode dar, sereis chamas vivas de um amor infinito e eterno, aprendereis a “dar a razão da vossa esperança” (1Pd 3,15).”
O próprio Jesus pediu: “Rogai ao Dono da messe para que mande operários...”
Acolhamos o apelo do Papa e façamos já dessa celebração um momento forte de oração pelas vocações...

COLEGIADO DO SETOR


QUERIDOS CASAIS

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS VOCÊS!

REUNIÃO DO COLEGIADO DO SETOR ITAIPAVA
DIA 19/04/2013, AS 20 HORAS.
LOCAL: CORRÊAS, CASA DA ROSELI E DO AGUINALDO.

INICIEMOS NOSSAS ORAÇÕES PELA ESCOLHA DO NOVO CRS ITAIPAVA.

GRANDE ABRAÇO,
ROSELI E AGUINALDO

terça-feira, 16 de abril de 2013

O SENTIDO DO CASAMENTO

O mesmo Deus que criou o homem e a mulher uniu-os em matrimônio. A Bíblia nos diz que, ao criar o homem, Deus sentiu-se insatisfeito, porque não encontrara em todos os seres criados nenhuma criatura que o completasse.
E Deus percebeu que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18a). Então, disse ao homem: “Eu vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn 2,18b), alguém que seria como você e que o ajude a viver. E fez a mulher. Retirou “um pedaço” do homem para criar a mulher (cf. Gn 2,21-22).
Nessa linguagem figurada, a Palavra de Deus quer nos ensinar que a mulher foi feita da mesma essência e da mesma natureza do homem, isto é, “à imagem e semelhança de Deus” (cf. Gn 1,26). Santo Agostinho nos lembra que Deus, para fazer a mulher, não tirou um pedaço da cabeça do homem e nem um pedaço do seu calcanhar, por que a mulher não deveria ser chefe nem escrava do homem, mas companheira e auxiliar. Esse é o sentido da palavra que diz que Deus tirou “uma costela do homem” para fazer a mulher.
Ao ver Eva, Adão exclamou feliz: “Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a carne de minha carne” (Gn 2,23a). Foi, sem dúvida, a primeira declaração de amor do universo. Adão se sentiu feliz e completo em sua carência. Então, Deus disse: “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2,24).
Isso quer dizer: serão uma só realidade, uma só vida, uma união perfeita. E Jesus fez questão de acrescentar: “Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6b).
Após uni-los, Deus disse ao casal: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). Aqui está o sentido mais profundo do casamento: “frutificai [crescei] e multiplicai”. Deus quer que o casal, na união profunda do amor, cresça e se multiplique nos seus filhos; e daí surge a família, a mais importante instituição da humanidade. A família é a célula principal do plano de Deus para os homens e ela surge com o matrimônio.
É muito significativo que Deus tenha dito ao casal: “crescei”; e, em seguida, “multiplicai”. Isso mostra que a primeira dimensão do casamento é o crescimento mútuo do casal, realizado no seu amor fecundo. Ninguém pode multiplicar sem antes crescer. Como é que um casal vai educar os filhos, se eles, antes, não se educaram, não cresceram juntos?
O casamento não é uma aventura nem um “tiro no escuro” como dizem alguns; é, sim, um projeto sério de vida a dois, no qual cada um está comprometido em fazer o outro crescer, isto é, ser melhor a cada dia. Se a esposa não se torna melhor por causa da presença do marido a seu lado, e vice-versa, então o casamento deles está sem sentido, pois não realiza sua primeira finalidade. Também um namoro, um noivado, ou até uma simples amizade, não terão sentido se um não for para o outro um fermento de auxílio e crescimento. Enfim, o casamento não é para “curtirmos a vida a dois”, egoisticamente; ele existe para vivermos ao lado de alguém muito especial e querido que queremos construir. É por isso que se diz que “amar não é querer alguém construído, mas, sim, construir alguém querido.”
Para ajudar o outro a crescer é preciso aceitá-lo como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. A partir daí é possível então, com muita paciência e carinho, ajudar o companheiro a crescer; e crescer quer dizer “atingir a maturidade como pessoa humana” no campo psicológico, emocional, espiritual, moral, etc.
Prof. Felipe Aquino

“A Igreja precisa ir ao encontro dos pobres e ser pobre” - cardeal Cláudio Hummes

O arcebispo emérito de São Paulo, cardeal dom Cláudio Hummes, na coletiva de imprensa desta terça-feira, 16 de abril, explicou que os trabalhos da 51ª Assembleia Geral dos Bispos da CNBB vêm sendo realizados em clima de oração e na serenidade. Além disso, o cardeal apontou que neste encontro dos bispos brasileiros, a Conferência “está enfrentando grandes desafios da vida da Igreja no Brasil”.
Sobre o tema central da Assembleia que, este ano trata de “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, dom Cláudio Hummes acredita que as reflexões estão em unidade com o momento da Igreja no país. Para o cardeal o objetivo é “renovar as paróquias para que elas se tornem, verdadeiramente, missionárias e se abram para a missão e a evangelização”. Por outro lado, o arcebispo chamou a atenção para o fato de que não basta, apenas, constituir novas comunidades, é necessária a presença de animadores e pessoas comprometidas para coordenarem esses grupos que estão nascendo.
“À medida que as pessoas acolhem a mensagem da Igreja, vão formando, assim, as novas comunidades. O Papa Francisco vem destacando a importância da proximidade com os fieis, num sentido de voltar para a casa com o cheiro das ovelhas”, ressaltou dom Cláudio. Em se tratando da missão da Igreja no Brasil, o cardeal tomou, como exemplo, as atividades de evangelização na Amazônia que apresentam desafios, como a distância, o isolamento das comunidades e falta de padres e missionários. Porém, “a Igreja da Amazônia nos dá muitas alegrias. Lá os padres precisam suar a camisa. São missionários que voltam felizes para a casa depois de um dia de muito trabalho”, disse dom Cláudio.
“A proposta que está sendo estudada é, justamente, sair das periferias e ali tornar presente a Igreja. Não apenas com a celebração de missas, mas uma presença permanente através de pequenas comunidades”, explicou. As reflexões da Assembleia Geral estão convergindo, de acordo com o cardeal, na perspectiva de que a prioridade de evangelização “é as regiões mais pobres e de paróquias que têm suas periferias”. Neste contexto, “a Igreja precisa ir ao encontro dos pobres e ser pobre em qualquer lugar e dar o exemplo”, apontou o cardeal. Dom Cláudio lembrou que os bispos reunidos na Assembleia Geral enviaram mensagem ao Papa Francisco onde relataram os andamentos dos trabalhos e também emitiram uma saudação ao Sumo Pontífice no aguardo de sua viagem ao Brasil, no mês de julho, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

HOMILIA PARA CASAIS - 14/04/2013

Testemunhar o Amor...
Mons. José Maria Pereira
          
A Palavra de Deus (At 5 , 27- 41) apresenta o testemunho de Pedro em Cristo ressuscitado, diante do Sinédrio.
Proibido de dar testemunho de Jesus ressuscitado, Pedro repete novamente, com toda a franqueza, o anúncio da Ressurreição: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-O numa Cruz” (At 5,30). Acaba de sair da prisão com os outros apóstolos, sabe que poderá ter que enfrentar piores dificuldades; mas não tem medo porque colocou já toda a sua confiança no Ressuscitado e compreendeu que tem de seguí-Lo nas tribulações. As suas palavras são reforçadas com uma notável afirmação: “Somos testemunhas destes fatos, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (At 5,32). É como se afirmasse que o Espírito Santo fala pela boca daqueles que, obedecendo a Deus, pregam o Evangelho enfrentando todos os riscos. Para os Apóstolos, este risco converte-se imediatamente em realidade ao serem submetidos à flagelação, mas tudo suportou com alegria, “por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus” (At 5,41). “Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (At 5,29). É este o testemunho que Jesus espera de cada um de nós, um testemunho livre de respeitos humanos e também do medo aos riscos e perigos. A fé intrépida dos que creem convence o mundo, mais do que qualquer outra apologia.
            O Evangelho (Jo 21, 1-19) narra a terceira aparição de Cristo ressuscitado aos apóstolos.
A presença de Jesus ressuscitado nas margens do mar de Tiberíades revigora a missão dos discípulos de serem pescadores de homens
A pesca milagrosa simboliza a Missão da Igreja.
A noite quer indicar a ausência de Jesus (a Luz).
A Palavra de Jesus ressuscitado muda a situação.
O êxito da Missão não depende do esforço humano, mas da presença viva do Senhor Ressuscitado nessa comunidade.
Muitas vezes, “pescamos” apoiados apenas em nossas forças... confiantes, como Pedro, em nossa experiência de  “velho pescador...”
            Diante do fracasso, às vezes, inevitável, desanimamos...
       Vendo as redes vazias, somos tentados a largar tudo e voltar à vidinha antiga... (na família, na sociedade, na comunidade...)
            Esquecemos que Jesus está sempre conosco todos os dias, até o fim do mundo e deve ser o centro da Missão...
            Ele continua nos indicando onde e quando lançar as redes.
       Esse caminho, percorrido pelos apóstolos, é semelhante ao caminho que também nós devemos percorrer...
            Só a presença de Jesus torna a Missão fecunda...
            Em nossas atividades, em quem depositamos a nossa confiança?
            Estamos convencidos que sem Ele nada podemos fazer?
            Estejamos atentos à voz de Cristo, da Igreja.
            Busquemos na Eucaristia alimento para a nossa caminhada, força para realizar a nossa Missão.
          Acolhendo com humildade a voz do Senhor, animados pelo amor, nutridos com o alimento que Cristo nos oferece, continuemos a “pescar” com renovado ardor missionário.
            Com Jesus, teremos a certeza de que a pesca será abundante...
            Hoje, Cristo pergunta a mim e a você: “Tu me amas?” ... mais do que os familiares, os trabalhos, os amigos, o esporte?...
            Tenhamos a coragem de responder com sinceridade, como Pedro: “Senhor, tu sabes que te amo.” 

Ponto Concreto de Esforço - PCE

Por que fazer Retiro?
Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco (Mc 6,31).
Ao propor “nenhum equipista sem retiro em 2006”, o Movimento têm em conta não existir melhor oportunidade para uma experiência com Cristo que o Retiro. O tema de estudo do ano éA descoberta do Cristo, que nos interpela: Quem, dizem os homens, que Eu sou? E vós, quem dizeis que eu sou? Por isso, o lema de 2006 é um convite objetivo: Casal chamado a contemplar a Face de Cristo”.
Contemplar a Face de Cristo!... Como? S. João da Cruz ensina: O Pai pronunciou uma Palavra; essa Palavra é seu Filho, e Ele o pronuncia para sempre no silêncio eterno; e é no silêncio que a alma tem de ouvi-lo. Cristo só pode ser ouvido no silêncio, na meditação. Assim se completa o trio de PCE conducentes ao conhecimento de Cristo – Escuta da Palavra, Meditação e Retiro. “Á parte, num lugar deserto”, longe das preocupações rotineiras, no silêncio exterior e interior, poderemos sentir Deus dentro de nós, escutá-lo sem interrupção, meditar sua Palavra e fazer dela o molde de nossa vida.
O próprio Jesus considerou isso indispensável: Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim nada podereis fazer.Convencidos? Nem todos. Talvez Nanci e eu nos sentíssemos desobrigados do Retiro por estarmos “sem tempo”, “sem dinheiro” e “sem com quem deixar os filhos”. Como despertar? Às vezes é preciso um choque. Jesus usou esse recurso na parábola do homem rico, cujos campos produziram muito e planejava “descansar, comer, beber e regalar-se”; mas morreria naquela noite (cf. Lc 12,13).
Imaginemos, então, que pouco tempo depois eu sofresse um infarto, mas sobrevivesse. Em repouso numa cama de UTI, na certa refletiria sobre a “sorte” que tive. Estaria preocupado com as despesas médicas? Sim, mas acharia que valeu a pena. O trabalho que esperasse, e os filhos ficariam com amigos da equipe. Comigo, só a mulher, e apenas quando permitido pelo médico.
A reflexão não se limitaria a coisas materiais. E se tivesse morrido? Com um pouco de juízo, mudaria minha vida. Não só a vida sedentária, carente de exercício físico, mas a vida espiritual. Talvez lembrasse meu sábio pai, que, quando contava algum “caso” envolvendo alguém falecido, advertia:... fulano hoje está na verdade, e nós na mentira! É possível que entendesse: “Mentira tem pernas curtas”. Assim a vida terrena. Já a vida espiritual, como a verdade, é eterna. Fizera a opção errada! – Priorizara a mentira!..
No Encontro em Itaici, Cida e Raimundo lembravam que “não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais tendo uma experiência humana” (Pe. T. de Chardin). Ora, todo homem precisa se fazer as perguntas fundamentais: Quem sou eu? Por que vim ao mundo? Claro, não foi para esgotar-me na busca de bens e confortos passageiros.“Buscai primeiro o Reino de Deus...”
Mais tarde, o “enfartado” se conscientizaria de muitas coisas. O risco de morte o faria reconsiderar a inconsistência de suas desculpas para não fazer o retiro. E o retiro poderia tê-lo despertado da vida estressante...
A vida sem a perspectiva da eternidade nos arrasta para o materialismo. Nossas necessidades são inventadas pela mídia e, inconscientes, exigimos nossa cota de prazer aqui e agora. Tal ótica mundana esconde a realidade: somos mais que o corpo e suas necessidades. No mundo, deveríamos agir como o estrangeiro saudoso, que cumpre os deveres do país que o abriga, mas tem o coração ligado à pátria distante. Se junta algum dinheiro, é para viver melhor no lugar de origem. Assim o cristão: amealha para o Reinotesouros que não enferrujam nem podem ser roubados. A Palavra nos alerta sobre as preocupações excessivas, mas nossos ouvidos estão fechados. É preciso parar para refletir.
No Retiro, nossos olhos e ouvidos poderão se abrir, então perceberemos nossa eterna fuga da dor do vazio no prazer, confundido este com felicidade. Ilusão substituída por outra, e outra... e o vazio só aumenta. Só Deus pode preenchê-lo: “Ó Deus... por ti madrugo. Minha alma tem sede de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra seca, esgotada, sem água”, clamava o Rei Davi (Sl 63, 2).
O despertar pode ser semelhante ao que acontece com uma criança: passa o dia absorvida em seus brinquedos, mas, no fim da tarde, irrequieta, chora e pede resoluta: “Agora eu quero minha mãe”. Alguém já disse que o mundo é uma feira de vaidades, que ilude a criança com doces e brinquedos, fazendo-a esquecer de sua verdadeira herança.
Mas onde está nossa mãe, nossa herança? Onde, enfim, está Deus? “Tarde aprendi a amar-te, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde aprendi a amar-te! Tu estavas dentro de mim, e eu estava no mundo.... Eu te buscava fora de mim, e corrompido..., deixei-me atrair pelas coisas adoráveis de tua criação. Tu estavas comigo mas eu não estava contigo”, confessou Santo Agostinho (Confissões X, 27).
Sabemos onde Ele está. O Retiro pode ser a porta.

Nanci e Rubens Chiaroti 

CRR Região Paraná Norte.



Oração conjugal e a união de almas

Amados irmãos

Quando entramos no Movimento, comentava-se muito o resultado de uma pesquisa realizada nas ENS, apontando dois PCE como os mais difíceis de serem realizados. Um deles era a Oração Conjugal.
Nunca nos aprofundamos nas motivações que levaram à pesquisa, mas o seu resultado sempre inquietou-nos.
Como, num movimento de espiritualidade conjugal, o PCE que é justamente um momento privilegiado de abertura do casal, da família, do lar à ação do Espírito Santo esteja entre os que apresentam a maior dificuldade de realização?
A ênfase a ser dada à oração conjugal a partir do tema “Textos escolhidos do Padre Caffarel”irá proporcionar-nos um fecundo retorno às fontes e irá ajudar-nos a romper um ciclo que confunde dificuldade em viver um PCE com a sua não realização.
Mesmo que indesejada, a dificuldade na oração conjugal pode permitir-nos algum benefício. Precisamos aprender a esperar que o Senhor nos conceda a graça da oração e nos torne capazes de expor a nossa pobreza ao Seu olhar, como faz o publicano em sua oração cotidiana: “Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!” (Lc 18,13)
Todos desejamos viver o matrimônio como um lugar de amor, um projeto de felicidade e um caminho para a santidade, mas ele só será caminho para Deus se recorrermos continuamente às energias espirituais que ele contém. (Orar 15 dias com o Pe. Caffarel) A oração conjugal é um dos meios para tal.
Por isso, lembramos aqui o testemunho de Dª Nancy Moncau sobre o assunto. Para ela, oração conjugal e qualidade da união dos cônjuges caminham juntas. Recorda-nos que o Pe. Caffarel falava de três dimensões da união dos casais cristãos: união de corpos, união de corações e união de almas. União de almas significa ambos os cônjuges pensarem da mesma maneira, os dois buscarem as mesmas metas, os dois caminharem na mesma direção e se colocarem na posição de filhos que conversam com o seu Pai.... Talvez a nossa dificuldade seja uma união de almas um pouco fraquinha.
A nossa expectativa, quanto à ênfase que daremos à oração conjugal, é que ela nos ajude a perceber o nosso cônjuge como o dom mais precioso que Deus nos confiou e que a redescoberta da essência deste PCE torne-o efetivamente para todos nós um tempo forte do culto a Deus.
É isso que expressa o nosso lema de 2009: “Casal, procura Cristo e viverás”.
Que o ânimo que brota da fidelidade de Maria e José fortaleça a nossa união de almas e mantenha os nossos lares abertos à ação do Espírito.

Graça e Roberto, CRSR
Ano 2009

Encontro do Colegiado Nacional


MISSA MENSAL - 14/04/2013


Movimento de Espiritualidade Conjugal
Missa Mensal

Convidamos todos os casais equipistas e viúvas do Setor Itaipava a participarem da Missa Mensal em ação de graças pelo movimento das Equipes de Nossa Senhora, a realizar-se no dia 14 de fevereiro de 2013 - domingo, às 19horas, na Paróquia de São José de Itaipava.
Acolhimento: Equipes 01 e 04.

“O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é o seu nome!”

Abraço fraterno,
Roseli e Aguinaldo
CRSetor Itaipava

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Aviso ao COLEGIADO DO SETOR

Queridos amigos
Casais integrantes do Colegiado do Setor Itaipava
Padre Jardel

Nossa reunião, designada no Calendário Anual para o dia 06/04/2013, foi desmarcada.
Contamos com a compreensão de todos.

Grande abraço,
Roseli e Aguinaldo

HOMILIA PARA CASAIS - Domingo, 07/04/2013

Jesus é o Senhor!
Mons. José Maria Pereira

Cristo ressuscitado é a razão de ser de nossa existência. Celebrar essa história é motivo de grande alegria para os cristãos.
             O evangelho ( Jo 20, 19-31) inicia falando do primeiro dia da semana, isto é o Dia por excelência, pois foi o dia da Ressurreição do Senhor.
            “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana” ( Jo 20,19) Jesus veio confortar os amigos mais íntimos: A paz esteja convosco, disse-lhes. Depois mostrou-lhes as mãos e o lado. Nesta ocasião, Tomé não estava com os demais Apóstolos; não pôde, pois, ver o Senhor nem ouvir as suas palavras consoladoras.
            Imagino os Apóstolos cheios de júbilo procurando Tomé para contar-lhe que tinham visto o Senhor! Mal o encontraram, disseram-lhe: Vimos o Senhor! Tomé continuava profundamente abalado com a crucifixão e a morte do Mestre; quer ver para crer! Acredito que os Apóstolos devem ter-lhe repetido, de mil maneiras diferentes, a mesma verdade que era agora a sua alegria e a sua certeza: Vimos o Senhor!
            Hoje nós temos que fazer o mesmo! Para muitos homens e para muitas mulheres, é como se Cristo estivesse morto, porque pouco significa para eles e quase não conta nas suas vidas. A nossa fé em Cristo ressuscitado anima-nos a ir ao encontro dessas pessoas e a dizer-lhes de mil maneiras diferentes que Cristo vive, que estamos unidos a Ele pela fé e permanecemos com Ele todos os dias, que Ele orienta e dá sentido à nossa vida.
             Desta maneira, cumprindo essa exigência da fé que é difundi-la com o exemplo e a palavra, contribuímos pessoalmente para a edificação da Igreja, como aqueles primeiros cristãos de que falam os Atos dos Apóstolos: “Cada vez mais aumentava o número dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor” (At. 5,14).
            Oito dias depois Jesus apareceu aos Apóstolos novamente e agora Tomé também estava; Jesus disse: “A paz esteja convosco. Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos..., não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20,26-27).
            A resposta de Tomé é um ato de fé, de adoração e de entrega sem limites: Meu Senhor e meu Deus! A fé do Apóstolo brota não tanto da evidência de Jesus, mas de uma dor imensa. O que o levou à adoração e ao retorno ao apostolado não são tanto as provas como o amor. Diz à Tradição que o Apóstolo Tomé morreu mártir pela fé no seu Senhor; consumiu a vida a seu serviço.
            As dúvidas de Tomé viriam a servir para confirmar a fé dos que mais tarde haviam de crer n’Ele. Comenta São Gregório Magno: “Porventura pensais que foi um simples acaso que aquele discípulo escolhido estivesse ausente, e que depois, ao voltar, ouvisse relatar a aparição e, ao ouvir, duvidasse, e, duvidando, apalpasse, e, apalpando acreditasse? Não foi por acaso, mas por disposição divina que isso aconteceu. A divina clemência agiu de modo admirável quando este discípulo que duvidava tocou as feridas das carnes do seu Mestre, pois assim curava em nós as chagas da incredulidade... Foi assim, duvidando e tocando, que o discípulo se tornou testemunha da verdadeira ressurreição”.
            Há um sentido bem definido em toda esta descrição: o evangelista João quer apresentar à Igreja Jesus na nova condição de ressuscitado, como aquele que diz: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra (Mt 28,18) e que agora transmite à Igreja esses seus poderes, entre eles, em primeiro lugar, o de perdoar os pecados. É a proclamação do senhorio de Cristo, isto é, do sentido da Páscoa: Para isso é que morreu Cristo e retomou a vida, para ser o Senhor tanto dos mortos como dos vivos (Rm 14,9).
            Peçamos ao Senhor que aumente em nós a fé, pois se a nossa fé for firme, também haverá muitos que se apoiarão nela.
A virtude da fé é a que nos dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos e a que nos permite julgar retamente todas as coisas. Somente com a luz da fé e a meditação da palavra divina é que é possível reconhecer Deus sempre e por toda a parte, esse Deus em quem vivemos e nos movemos e existimos (At 17,28).
Meu Senhor e meu Deus! Estas palavras têm servido de jaculatória a muitos cristãos, e como ato de fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, quando se passa diante de um sacrário ou no momento da Consagração da Missa.
A Ressurreição do Senhor é um apelo para que manifestemos com a nossa vida que Ele vive. As obras do cristão devem ser fruto e manifestação de sua fé em Cristo. Hoje também o Senhor quer que o mundo, a rua, o trabalho, as famílias sejam veículo para a transmissão da fé.                
A fé em Cristo era a força que congregava os primitivos cristãos numa coesão perfeita de sentimentos e de vida: “A multidão dos que abraçavam a fé tinha um só coração e uma só alma” (At. 4,32). Era uma fé tão arraigada que os levava a renunciarem, voluntariamente, aos próprios bens para colocá-los à disposição dos mais necessitados, considerados verdadeiramente irmãos em Cristo. É esta fé que hoje é tão escassa; para muitos que dizem ser crente, a fé não exerce influência alguma nos seus costumes nem na sua vida. Um cristianismo assim, não convence nem converte o mundo. É preciso voltar a acomodar a própria fé ao exemplo da Igreja primitiva; é preciso pedir a Deus uma fé profunda, pois que, no poder da fé, está a certeza da vitória dos cristãos. “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé! Quem é que vence o mundo senão Aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?” ( 1 Jo 5,4-5).
Agora voltemos com a mente para a cena inicial de Jesus que aparece aos discípulos de portas fechadas no cenáculo, ao Jesus que nos disse: “Eu estava morto, mas agora vivo para sempre”; proclamemos nossa fé pascal com as palavras simples e solenes que nos vêm dos primeiros dias da Igreja: Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor (Fl 2, 10-11).