sábado, 27 de janeiro de 2018

EACRE 2018

Amigos equipistas:

VEM AÍ...









                         Contamos com as orações de todos os equipistas para um encontro frutuoso e cheio das bênçãos de Deus!






sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

HOMILIA DOMINICAL

IV DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B
(28/01/2018)



O DEMÔNIO, O PECADO






          O Evangelho (Mc 1, 21-28) apresenta - nos Jesus que, no dia de sábado, prega na Sinagoga de cafarnaum.  Conta que Ele “começou a ensinar” e os seus ouvintes “se maravilhavam… porque ensinava como quem tem autoridade”. Até o espírito impuro, presente num homem, se dá conta da Sua presença e, enquanto grita, não deixa de reconhecer em Jesus “o Santo de Deus.” Ao expulsar o demônio, libertando o possesso, todos ficam maravilhados e dizem: “Que é isto? Eis uma nova doutrina e feita com tal autoridade que até manda nos espíritos impuros, e eles obedecem-lhe”. 

          À eficácia da palavra de Jesus acrescentava a dos sinais de libertação do mal. Santo Atanásio observa que “comandar os demônios e expulsá – los não é obra humana, mas divina”; com efeito, o Senhor “afastava dos homens todas as doenças e todas as enfermidades. Quem, vendo o seu poder... ainda duvidaria que Ele é o Filho, a Sabedoria e o Poder de Deus?”

       Desde a chegada de Cristo, o demônio bate em retirada, mas o seu poder é ainda muito grande e “ a sua presença torna-se mais forte à medida que o homem e a sociedade se afastam de Deus” (São João Paulo II); devido ao pecado mortal, não poucos homens ficam sujeitos à escravidão do demônio, afastam-se do Reino de Deus para penetrarem no reino das trevas, do mal; convertem-se, em diferentes graus, em instrumento do mal no mundo e ficam submetidos à pior das escravidões. Jesus sabe que para libertar a humanidade do domínio do pecado, Ele deverá ser sacrificado na Cruz como verdadeiro Cordeiro Pascal. O demônio, por sua vez, procura distraí – lo em vista de o desviar ao contrário para a lógica humana de um Messias poderoso e com sucesso.

         A Cruz de Cristo será a ruína do demônio, e é por isso que Jesus não cessa de ensinar aos seus discípulos que para entrar na sua Glória deve sofrer muito, ser rejeitado, condenado e crucificado ( cf.Lc 24, 26), dado que o sofrimento faz parte integrante da sua missão.

            Jesus sofre e morre na Cruz por amor. Deste modo, considerando bem, deu sentido ao nosso sofrimento, um sentido que muitos homens e mulheres de todas as épocas compreenderam e fizeram seu, experimentando uma profunda serenidade também na amargura de árduas provas físicas e morais.

         A experiência da ofensa a Deus é uma realidade. E o cristão não demora a descobrir essa profunda marca do mal e a ver o mundo escravizado pelo pecado, ensina a Gaudium et Spes, 13.

        São Paulo recorda-nos que fomos resgatados por um preço muito alto (1Cor 7, 23) e exorta-nos firmemente a não voltar à escravidão. Ensina São JosemaríaEscrivá: “O primeiro requisito para desterrar esse mal é procurar comportar-se com a disposição clara, habitual e atual, de aversão ao pecado. Energicamente, com sinceridade, devemos sentir – no coração e na cabeça – horror ao pecado grave” (Amigos de Deus, 243).

       O pecado mortal é a pior desgraça que nos pode acontecer. Quando um cristão se deixa conduzir pelo amor, tudo lhe serve para a glória de Deus e para o serviço dos seus irmãos, os homens, e as próprias realidades terrenas são santificadas: o lar, a profissão, o esporte, a política… “Pelo contrário, quando se deixa seduzir pelo demônio, o seu pecado introduz no mundo um princípio de desordem radical, que afasta do seu Criador e é a causa de todos os horrores que se aninham no seu íntimo. Nisto está a maldade do pecado: em que os homens tendo conhecido a Deus não o honraram como Deus nem lhe renderam graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato… Trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito pelos séculos” (Rm 1, 21-25).

         O pecado – um só pecado – exerce uma misteriosa influência, umas vezes oculta, outras visível e palpável, sobre a família, os amigos, a Igreja e a humanidade inteira. Se um ramo de videira é atacado por uma praga, toda a planta se ressente; se um ramo fica estéril, a videira já não produz o fruto que se esperava dela; além disso, outros ramos podem também secar e morrer.

        Renovemos hoje o propósito firme de repelir tudo aquilo que possa ser ocasião, mesmo remota, de ofender a Deus: espetáculos, leituras inconvenientes, ambientes em que destoa a presença de um homem ou uma mulher que segue o Senhor de perto… Amemos muito o Sacramento da Penitência (Confissão). Meditemos com frequência a Paixão de Cristo para entender melhor a maldade do pecado.

         Os santos recomendaram sempre a confissão frequente, sincera e contrita, como meio eficaz de combater essas faltas e pecados, e caminho segura de progresso interior. Dizia S. Francisco de Sales: “Deves ter sempre verdadeira dor dos pecados que confessas, por leves que sejam, e fazer o firme propósito de emendar-te daí por diante. Há muitos que perdem grandes bens e muito proveito espiritual porque, ao confessarem os pecados veniais como que por costume e só por cumprir, sem pensarem em corrigir-se, permanecem toda a vida carregados deles”.

         “Oxalá não endureçais os vossos corações quando ouvirdes a sua voz” (Sl 94, 7-8). Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a ter um coração cada vez mais limpo e forte, capaz de cortar o menor laço que nos aprisione, e de se abrir a Deus tal como Ele espera de cada cristão. E, assim seremos capazes de entender e acolher a mensagem de S. Paulo que apresenta a beleza e a grandeza do seguimento do Senhor, no Celibato.

        S. Paulo, adverte que os casados, sujeitos aos deveres familiares, não podem entregar-se ao serviço de Deus com a mesma liberdade que os celibatários. O Apóstolo louva e aconselha a virgindade que permite ocupar-se nas coisas de Deus com um coração indiviso e sem preocupações (1Cor 7, 32-35). A Virgindade consagrada é uma maneira típica da novidade da resposta, que devem a Deus os seguidores de Cristo e tem, ao mesmo tempo, a função de recordar a todos os crentes que, em todas as coisas, o primeiro lugar pertence a Deus.


MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
Sacerdote Conselheiro Espiritual da Região RIO II

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

HOMILIA DOMINICAL


III DOMINGO COMUM - ANO B
(21/01/2018)

CONVERSÃO E SEGUIMENTO




O início da atividade apostólica de Jesus, para S. Marcos, é um convite à conversão (Mc 1, 14-20). Quando Jesus começou a pregar, as primeiras palavras que disse foram estas :
“Completou – se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei – vos e crede na Boa Nova” ( Mc1,15).

Acabou-se o tempo das promessas e da espera: O Messias chegou e está começando o seu ministério! A sua presença é a plenitude dos tempos, tornando-os veículos da misericórdia de Deus e da história da salvação.

Para acolher Jesus, a condição primeira é a conversão, a mudança profunda de vida que exige, sobretudo, a luta contra o pecado e, consequentemente, a rejeição de tudo aquilo que o pode desviar do amor e da Lei de Deus. Uma conversão parecida à que Deus exigiu à cidade de Nínive, por meio da pregação de Jonas, e que os seus habitantes praticaram, abandonando “o seu mau caminho” (Jn 3, 10). Mas, a fuga do pecado é apenas a primeira fase da conversão anunciada por Jesus, que exige também um segundo momento que é destacado no Evangelho: “Acreditai na Boa-Nova”.

 O cristão tem que aderir positivamente ao Evangelho com uma fé vivificada pelo amor, que não se fica apenas na sua aceitação teórica, mais procura evidenciá-lo com a vida prática. É necessário e urgente, pois, deixar de lado a mentalidade terrena que faz com que o homem viva e atue apenas com vistas à felicidade e aos interesses temporais. 

O Evangelho diz: Convertei – vos! Paulo esmiúça esta importante palavra em algumas atitudes mais concretas; diz – nos: os que têm mulher vivam como se não tivessem(...) os que choram, como se não chorassem. “A aparência (a figura) deste mundo passa”, adverte S. Paulo (1 Cor 7,29 - 31). 

Estamos diante de um paradoxo: Quem está casado, viva como se não o estivesse! É uma palavra forte, aparentemente em contraste com todas as coisas belas que, em outras circunstâncias, a Palavra de Deus nos disse sobre o matrimônio. Mas o contraste é somente aparente. 

Ela se atém apenas a explicar a palavra dita por Jesus aos saduceus, a respeito da mulher que tinha passado por sete maridos: “Neste mundo, homens e mulheres casam – se, mas os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam...” ( Lc20, 34s).

É preciso criar-se uma consciência cristã capaz de fomentar desejos, intenções, hábitos, e comportamentos em total sintonia com o Evangelho de Cristo. E isto é tão urgente quanto “o tempo é breve” (1 Cor 7, 29), brevidade esta fixada precisamente pela vinda de Cristo e da qual não fica mais que uma fase histórica, ou seja, a que separa o dia de hoje da sua última vinda. O tempo não tem mais que um sentido: acertar os passos do homem – individual ou coletivamente - no seu caminho para a eternidade.

A Palavra de Deus nos leva a refletir numa dimensão essencial da vida cristã: a provisoriedade, viver como peregrinos e forasteiros. Diz – nos São Pedro: “”Caríssimos, eu vos exorto como a migrantes e forasteiros: afastai – vos das paixões carnais, que fazem guerra a vós mesmos.”. Estes termos nos lembram que o nosso viver é provisório, com o pé na estrada, impelidos pela pressa, mas uma pressa boa que se chama fervor, como a dos hebreus quando estavam para deixar o Egito ( Cf. Ex 12,11). Não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da que está para vir. Nós somos cidadãos do céu... ( Hb 13,14 e Fl 3,20).

O convite à conversão estende-se a todos os povos. O tema da conversão e da penitência poderia parecer um tema quaresmal. Porém não é assim! Toda a nossa vida deve ser marcada pela conversão; o ano todo é tempo de conversão; a vida toda é tempo de conversão!

Converter-se significa crer no Evangelho, ou seja, significa pautar a vida pela Boa-Nova, ou o Evangelho de Deus. Significa entrar no discipulado de Cristo. É pautar a nossa vida segundo os ensinamentos e os exemplos do próprio Cristo, em relação a Deus, como seus filhos; em relação ao próximo, como nosso irmão e irmã.

No Evangelho somos chamados, como Simão e André, a aceitar o convite de Jesus: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1, 17). Entramos no discipulado de Jesus se fizermos como Tiago e João: “Jesus os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu na barca com os empregados, o seguiram” (Mc 1, 19-20).

Estes homens deixaram tudo imediatamente e seguiram o Mestre.
Para seguirmos o Senhor, é preciso que tenhamos a alma livre de todo o apegamento; em primeiro lugar, do amor próprio, da preocupação excessiva pela saúde, pelo futuro…, pelas riquezas e bens materiais. Porque, quando o coração se enche dos bens da terra, já não resta lugar para Deus. Por isso o cristão necessita de uma vigilância contínua, de um exame frequente, para que os bens criados não o impeçam de unir-se a Deus, antes sejam um meio de amá-Lo e servi-Lo.

Ensina o concílio Vaticano II, na Lumen Gentium: “Cuidem todos, portanto, de dirigir retamente os seus afetos, para que, por causa das coisas deste mundo e do apego às riquezas, não encontrem um obstáculo que os afaste, contra o espírito de pobreza evangélica, da busca da caridade perfeita, segundo ensinamento de S. Paulo: “Os que usam deste mundo, como se dele não usassem. Pois a figura deste mundo passa” (1 cor 7,31); (LG. 42).

Cristo continua dirigindo ainda hoje o mesmo apelo: “Vinde após mim e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1, 17).

É um chamamento para aderir à pessoa de Jesus, para fazer aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.

Todos os batizados são chamados a ser discípulos de Jesus, a “Converter-se”, a acreditar no Evangelho, a seguir Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida.


MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
Sacerdote Conselheiro Espiritual da Região RIO II


domingo, 7 de janeiro de 2018

HOMILIA DOMINICAL


SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR



FESTA DA FÉ E DA LUZ



     A Igreja celebra hoje a manifestação de Jesus ao mundo inteiro. Epifania significa “manifestação”; e os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus. Epifania é uma festa da Luz. “Ergue –te, Jerusalém, e sê iluminada, que a tua luz desponta e a Glória do Senhor está sobre ti” ( Is 60, 1). Com estas palavras do profeta Isaias, a Igreja descreve o conteúdo da festa. Sim, veio ao mundo Aquele que é a Luz verdadeira, Aquele que faz com que os homens sejam luz.

       A luz que no Natal brilhou na noite iluminando a gruta de Belém, onde permanecem em silenciosa adoração Maria, José e os pastores, resplandece hoje e manifesta – se a todos.

     Na Vinda dos Magos a Belém, Jesus inicia a reunião de todos os povos (Ev. Mt 2, 1-12). Os Magos do Oriente vão à frente. Inauguram o caminho dos povos para Cristo. Os Magos seguiram a estrela. A grande estrela, a verdadeira estrela que nos guia é o próprio Cristo. 

     Ele é, por assim dizer, a explosão do amor de Deus, que faz brilhar sobre o mundo o grande fulgor do seu coração. E podemos acrescentar: tanto os Magos do Oriente, como os Santos em geral, pouco a pouco, tornaram – se eles mesmos constelações de Deus, que nos indicam o caminho.


     A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG. 17). Aqui temos o plano de Deus de fazer toda a humanidade participante da salvação em Cristo! Esta é a boa-nova, o Evangelho. Por isso, devemos hoje dar graças a Deus por nossa vocação cristã.

     Para que isso aconteça é preciso que trilhemos o caminho dos Magos. Qual será este caminho? Primeiramente é preciso estarmos atentos aos sinais de Deus e termos o desejo de adorá-Lo.

     “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2,2). Em segundo lugar, é preciso procurá-Lo, onde Ele se encontra! Depois, é preciso partir sempre de novo, recomeçar, sair à procura! Então, a estrela há de aparecer e pousar sobre o lugar onde se encontra o Menino. Serão momentos de grande alegria!

     Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho! Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como o Caminho (Jo 14,6).

     Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à estrela! A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias Salvador. A Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos da vida. 

     Devemos estar atentos para perceber a presença da estrela. E mais: somos chamados a sermos estrelas, que vão indicando o caminho ao próximo para que ele encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo. Isso na família, na Igreja e na sociedade.

     Cada pessoa humana necessita de estrelas que iluminem o seu caminho para o bem, para Deus.

    Os Magos, ao chegarem a Belém, ajoelharam-se diante do Menino e O adoraram. Abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes. Não voltaram a Herodes, retornaram por outro caminho (Mt. 2, 11-12).

     O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas (um chamado à conversão). Já não podem voltar a Herodes ( símbolo do mal). Voltarão por outro caminho à sua região (Vida nova!).

     Os Magos ofereceram ouro, incenso e mirra. O ouro quer expressar o reconhecimento do poder régio de Jesus; o incenso, a confissão de sua divindade e a mirra, o testemunho de que Ele se fizera homem para a redenção do mundo.

     A Epifania é a festa da fé e do apostolado da fé. “Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como os que se põem a caminho para alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, que cada ano se torna mais consciente da amplitude da sua missão. A quantos homens é necessário levar ainda a fé! Quantos homens é preciso reconquistar para a fé que perderam, numa tarefa que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão! No entanto, a Igreja, consciente desse grande dom, o dom da Encarnação de Deus, não pode deter-se, não pode parar nunca. Deve procurar continuamente o acesso a Belém para todos os homens e para todas as épocas. A Epifania é a festa do desafio de Deus” (São João Paulo II, Homilia 6/1/1979).

      O convite que o profeta Isaias dirigia à cidade santa de Jerusalém pode ser aplicado à Igreja: “Levanta – te e resplandece! Chegou a tua luz! A glória do Senhor te ilumina. Sim, a escuridão cobre a terra, as trevas cobrem os povos, mas sobre ti brilha o Senhor, sobre ti aparece sua glória” ( Is 60, 1-2). É assim, como diz o Profeta: o mundo, com todos os seus recursos, não é capaz de dar à humanidade a luz para orientar o seu caminho. Vemos isto também nos nossos dias: a civilização ocidental parece ter perdido a orientação, navega à vista. Mas a Igreja, graças à Palavra de Deus, vê através destas trevas. Não possui soluções técnicas, mas mantém o olhar dirigido para a meta, e oferece a luz do Evangelho a todos os homens de boa vontade, de qualquer nação e cultura.

     Sejamos fiéis à nossa vocação cristã! Todo cristão autêntico está sempre a caminho no próprio e pessoal itinerário de fé e, ao mesmo tempo, com a pequena luz que traz dentro de si, pode e deve servir de ajuda para quem se encontra ao seu lado e, talvez, sente dificuldade de encontrar a estrada que conduz a Cristo.




MONS. JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE Região Rio II

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

FELIZ ANO NOVO!!!!!


HOMILIA - Santa Maria Mãe de Deus








No oitavo dia de Natal, a Igreja celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. É o dia 1º de janeiro, abertura de um ano civil e celebra-se também o DIA MUNDIAL DA PAZ.

A piedade cristã plasmou de mil formas diferentes a festa da Mãe de Deus que celebramos hoje! Um exemplo disso é que inúmeras são as imagens de Maria com o Menino nos braços. A Maternidade de Maria é o fato central que ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento dos outros privilégios com que Deus quis adorná-la.

Maria é a Senhora, cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos céus em corpo e alma. A Bíblia fala-nos dela como a mais excelsa de todas as criaturas, a bendita, a mais louvada entre as mulheres, a cheia de graça (Lc 1,28), Aquela que todas as gerações chamarão bem-aventurada (Lc 1,48).

A Igreja ensina-nos que Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua maternidade divina. Diz o Concilio Vaticano II, na Lumen Gentium, 63: “Ela, pela graça de Deus, depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e todos os homens.

Ensina S. Paulo: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei…” (Gl 4,4). Jesus não apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas puríssimas da Virgem Maria. Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por Deus Pai. Enquanto homem, nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira –diz por isso São Cirilo- que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a Santíssima Virgem deve ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que a Santíssima Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe de Deus? Esta é a fé que os discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que não tenham empregado essa expressão. Assim nos ensinaram os Santos Padres”.

Quando a Virgem respondeu livremente Sim àqueles desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para sempre –sem confusão- a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus” (São JosemaríaEscrivá, Amigos de Deus, n. 274).

“Concebendo Cristo, gerando-o, alimentando-o, apresentando-o ao Pai no templo, padecendo com seu Filho quando morria na Cruz, cooperou da forma inteiramente ímpar com a obra do Salvador mediante a obediência, a fé, a esperança e a ardente caridade, a fim de restaurar a vida sobrenatural das almas. Por isso Ela é nossa Mãe na ordem da graça” (LG,61).

Jesus deu-nos Maria como Mãe nossa no momento em que, pregado na Cruz, dirigiu à sua Mãe estas palavras: “Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe” (Jo 19,26-27). Desde aquele dia, toda a Igreja a tem por Mãe; e todos os homens a têm por Mãe. Todos entendemos como dirigidas a cada um de nós as palavras pronunciadas na Cruz.

Quando Cristo dá a sua Mãe por Mãe nossa, manifesta o amor aos seus até o fim. Quando a Virgem Maria aceita o Apóstolo João como seu filho, mostra o seu amor de Mãe para com todos os homens.
Hoje também é o  Quinquagésimo Primeiro ( 51) diaMundial da Paz, com o tema: Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz.

“Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os Anjos anunciam aos pastores na noite de Natal, é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVl, “são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz”. E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar – se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.

Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

Inspiram-nos as palavras de São João Paulo ll: “Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar – se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”. Ao longo da história,  muitos acreditaram neste “sonho” e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.” ( Papa Francisco, Mensagem parta a celebração do Dia Mundial da Paz, 01 de Janeiro de 2018.                                               

Hoje, primeiro dia do ano, rezemos como  salmista: Deus nos dê a sua graça e nos abençoes! Sim fomos abençoados. E se abençoados, somos chamados a ser fonte de benção para nosso próximo. Que a saudação Feliz Ano Novo desperte em nós o propósito de comunicar a paz e a alegria a todos!



MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE da REGIÃO RIO II