sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Homilía Dominical dia 29/11/2015 - Lc 21,25-28.34-36



Ficai Preparados!
 Mons. José Maria Pereira

Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é o tempo de preparação e de esperança.
A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.
Diz o profeta Jeremias: Eis que outros dias virão. E nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a equidade na terra, diz Deus a seu povo. Essa palavra revela um esquema constante da ação de Deus: Deus promete de antemão o que vai realizar e realiza fielmente tudo o que prometeu. A promessa, portanto, é para o homem, para que possa reconhecer o que vem de Deus, para que possa ouvi-lo com fé e testemunhá-lo com força. Este é o motivo verdadeiro e profundo pelo qual o Antigo Testamento é sempre atual inclusive para nós cristãos, que continuamos a lê-lo em nossas assembleias; ele confirma que a salvação operada por Cristo vem do mesmo Deus que a anunciara pelos profetas e demonstra a unidade do plano divino da salvação.
O evangelho nos leva em cheio ao “centro dos tempos”, isto é, a Jesus Cristo. Aquela vinda de Deus junto aos homens tão esperada se realizou nele: Deus voltou os olhos para o seu povo (Lc 7,16). Mas a história não parou: o tempo “se cumpriu”, mas não se completou ainda! É Jesus mesmo que orienta o homem e a Igreja para a espera de outra vinda: Então, verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade (Lc 21,27). A primeira vinda na plenitude dos tempos aconteceu na humildade e no sofrimento. A segunda, no fim dos tempos, será com grande poder e glória. Nós vivemos nesta precisa situação determinada pela vinda de Jesus, isto é, “na recordação” de sua encarnação e “na espera” de sua parusia, entre um “já” e um “Não ainda”.
O apóstolo Paulo sugere o que devemos fazer neste meio-tempo. Também o evangelho contém preciosas indicações neste sentido: vigiar, rezar, não deixar que o coração fique insensível por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida; mas é, sobretudo, Paulo que tira as consequências práticas de tudo o que ouvimos até agora. Ele viveu precisamente em nossa situação, isto é, na recordação da passagem de Jesus sobre a terra e na espera “de sua vinda com todos os santos.” A palavra-chave usada pelo apóstolo é: crescer! Este é o tempo em que a semente acolhida no Batismo deve chegar à maturação,o tempo dado a cada um, e à Igreja inteira, para alcançar a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo (Ef 4,13).
As leituras bíblicas, como se vê, tratam de muitos temas: a vinda de Cristo, a espera, a vigilância, o crescimento, a necessidade de uma vida cristã sóbria e empenhada.
Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza essa luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes dos nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!
“Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).
Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.
Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é Aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento se não contivesse algum grande mistério”
Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:
– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada... No domingo, dorme... passeia... pratica esportes... mas não sobra tempo para a Missa.
– trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde...
Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem.
Para nossa reflexão concluo com as palavras de S. Paulo: “Quanto a vós, o Senhor vos faça crescer abundantemente no amor de uns para com os outros e para com todos, à semelhança de nosso amor para convosco. Que ele confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda do nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. Enfim, irmãos, nós vos pedimos e exortamos, no Senhor Jesus, que progridais sempre mais no modo de proceder para agradar a Deus, Vós o aprendestes de nós, e já o praticais. Oxalá continueis progredindo cada vez mais. Sabeis quais são as normas que vos temos dado da parte do Senhor Jesus” ( 1Ts 3,12-4,2).

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Reunião colegiado Setor Itaipava

Semana passada foi realizada a reunião do colegiado de nosso querido setor.






























                    Uma reunião  em clima de  oração e preparação para o Pré-EACRE.


















Que o Espírito Santo nos ilumine em todas as decisões de nosso Setor.

Nossa Senhora do Amor Divino, rogai por nós!

Janete e Marco Antônio  - CRS Itaipava

domingo, 22 de novembro de 2015

Missa Mensal dia 22/11/2015 Paróquia Santo Antonio e Santo Agostinho

      Nogueira - Foi celebrada, hoje pelo Pe. Jac, a santa missa do Movimento das Equipes Nossa Senhora.



                            Alguns casais do Setor Petrópolis, também participaram da celebração.

                               Santo Antonio e Santo Agostinho intercedam por todas as famílias!

                                    Janete e Marco Antônio CRS - Setor Itaipava












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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Homilía Dominical dia 22/11/2015 - Jo 18,33b-37

Um Rei Diferente
Mons. José Maria Pereira






A solenidade de hoje, Jesus Cristo, Rei do Universo, no último domingo do ano litúrgico, é como uma síntese de todo o mistério salvífico. Com ela encerra-se o ano litúrgico: depois de termos celebrado todos os mistérios da vida do Senhor, apresenta-se agora à nossa consideração Cristo glorioso, Rei de toda a criação e das nossas almas. Ainda que as festas da Epifania, Páscoa e Ascensão sejam também festas de Cristo Rei e Senhor de todas as coisa criadas, a de hoje foi especialmente instituída para nos mostrar Jesus como único soberano de uma sociedade que parece querer viver de costas para Deus.         
Os textos bíblicos da festa de hoje salientam o amor de Cristo-Rei, que veio estabelecer o seu reinado. O profeta Daniel (Dn 7, 13-14) descreve a investidura real que o Filho do Homem recebe diretamente do Pai: A ele foram dados império, glória e realeza [...] o seu reino jamais será destruído. Em Ap 1, 5-8 (segunda leitura) nos é apresentado o Cordeiro imolado sobre o trono de sua glória; agora todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele, também aquelas que o transpassaram. A pergunta de Pilatos: Que é a verdade?, tem aqui sua plena resposta: esta é a verdade: Jesus nos ama e nos libertou com o seu sangue!
            Foi com esta solicitude que o Senhor veio em busca dos homens dispersos e afastados de Deus pelo pecado. Tanto os amou que deu a vida por eles. Disse São João Paulo II: “Como Rei, vem para revelar o amor de Deus, para ser o Mediador da Nova Aliança, o Redentor do homem. O Reino instaurado por Jesus Cristo atua como fermento e sinal de salvação a fim de construir um mundo mais justo, mais fraterno, mais solidário, inspirado nos valores evangélicos da esperança e da futura bem-aventurança a que todos estamos chamados. Por isso, no Prefácio da Missa de hoje, fala-se de Jesus que ofereceu ao Pai um reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz.”
            Assim é o Reino de Cristo, do qual somos chamados a participar e que somos convidados a dilatar mediante um apostolado fecundo. O Senhor deve  estar presente nos nossos familiares, amigos, vizinhos, companheiros de trabalho... “Perante os que reduzem a religião a um cúmulo de negações, ou se conformam com um catolicismo de meias-tintas; perante os que querem por o Senhor de cara contra a parede, ou coloca-lo num canto da alma..., temos de afirmar, com as nossas palavras e com as nossas obras, que aspiramos a fazer de Cristo um autêntico Rei de todos os corações..., também dos deles” (São Josemaria Escrivá, Sulco, nº 608)
            A atitude do cristão não pode ser de mera passividade em relação ao reinado de Cristo no mundo. Nós desejamos ardentemente esse reinado. “Venha a nós o vosso Reino”, rezamos na oração do Pai-Nosso. É necessário que Cristo reine em primeiro lugar na nossa inteligência, mediante o conhecimento da sua doutrina e o acatamento amoroso dessas verdades reveladas. É necessário que reine na nossa vontade, para que se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina. É necessário que reine no nosso coração, para que nenhum amor anteponha ao amor de Deus. É necessário que reine no nosso corpo, templo do Espírito Santo; no nosso trabalho profissional, caminho de santidade... “Convém que Ele reine!” (Papa Pio XI)
            No Evangelho (Jo 18, 33b - 37), Jesus respondeu a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo... Para isso nasci e para isso vim ao mundo...” Não sendo deste mundo, o Reino de Cristo começa já nesta terra. O seu reinado expande-se entre os homens quando eles se sentem filhos de Deus, quando se alimentam d’Ele (na Eucaristia) e vivem para Ele.
            Um ladrão foi o primeiro a reconhecer a sua realeza: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23, 42).
            Ouvimos o Senhor dizer-nos na intimidade do nosso coração: “Eu tenho sobre ti desígnios de paz e não de aflição” (Jr 29,11). E fazemos o propósito de corrigir no nosso coração o que não estiver de acordo com o querer de Cristo.
            Ao mesmo tempo, pedimos-lhe que nos reforce a vontade de colaborar na tarefa de estender o seu reinado ao nosso redor e em tantos lugares em que ainda não o conhecem.
            “Venha a nós o vosso Reino”.
            Que esse Reino venha de fato ao nosso coração e ao coração de todos os homens: Reino de Verdade e de Vida; Reino de Santidade e de Graça; Reino de Justiça, de Amor e de Paz...
            Sejamos mensageiros desse Reino, na família, na rua, na sociedade, no ambiente de trabalho...
Quando rezamos a Oração do Pai Nosso dizemos: “Venha a nós o vosso reino.”
Orígenes (séc. III)  no Opúsculo sobre a Oração, cap. 25, comenta a expressão “Venha a nós o teu reino”: “ Se, como afirma nosso Senhor e Salvador, o Reino de Deus não virá espetacularmente, nem anunciarão que está aqui ou está ali, mas o Reino de Deus está dentro de nós, pois a palavra está junto de nós, nos lábios e no coração, sem dúvida, quando pedimos que venha o Reino de Deus, o que pedimos é que este Reino de Deus, que está dentro de nós, saia, produza fruto e se aperfeiçoe. Efetivamente, Deus já reina em cada um dos santos, já que estes se submetem a sua lei espiritual, e desta forma Deus habita neles como em uma cidade bem governada. Na alma perfeita está presente o Pai, e Cristo reina nela, junto com o Pai, de acordo com aquelas palavras do Evangelho: viremos a ele e nele faremos a nossa morada.
Este reino de Deus que está dentro de nós chegará, com a nossa cooperação, a sua plena perfeição quando se realize o que diz o apóstolo, isto é, quando Cristo, depois de submeter a ele todos os seus inimigos, entregue a Deus Pai o seu reino, e assim Deus será tudo em todos. Por isto, rogando incessantemente com aquela atitude interior que se torna divina pela ação do Verbo, digamos a nosso Pai que está nos céus: Santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino.
Com respeito ao Reino de Deus, também se deve ter isto em consideração: do mesmo modo que não existe relação entre a luz e as trevas, nem a justiça com a maldade, nem pode haver acordo entre Cristo e o diabo, assim também não podem coexistir o Reino de Deus e o reino do pecado.
Portanto, se queremos que Deus reine em nós, procuremos que de forma alguma o pecado continue dominando o nosso corpo mortal, antes, mortifiquemos tudo o que de terreno existe em nós e frutifiquemos pelo Espírito; desta forma, Deus passeará por nosso interior como por um paraíso espiritual e reinará em nós somente com o seu Cristo, o qual se sentará em nós à direita daquela virtude espiritual que desejamos alcançar: se sentará até que todos os seus inimigos que existem em nós sejam colocados por escabelo de seus pés, e sejam reduzidos a nada em nós todos os principados, todos os poderes e todas as forças.
Tudo isto pode realizar-se em cada um de nós, e o último inimigo, a morte, pode ser reduzida a nada, de modo que Cristo diga também em nós: ó morte, onde está tua vitória? Ó morte, onde está teu aguilhão? Agora mesmo este nosso ser, corruptível, deve revestir-se de santidade e de incorrupção, e este nosso ser, mortal, deve revestir-se de imortalidade do Pai, depois de ter aniquilado o poder da morte, para que assim, reinando Deus em nós, já comecemos a desfrutar dos bens da regeneração e da ressurreição.”.