sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

HOMILIA DOMINICAL

II DOMINGO DO ADVENTO – ANO B

(10/12/2017)


O ESPÍRITO DO BATISTA!


Advento! Tempo de se preparar para acolher o Senhor que vem! Por mais escuro que esteja o horizonte à nossa frente, precisamos acreditar que dias melhores virão, pois Deus é fiel e não abandona seu povo.

No segundo domingo do Advento, João Batista aparece como uma voz no deserto, fazendo um apelo à conversão, para preparar o caminho do Senhor!

Na linha da pregação de João Batista (cf. Mc 1, 1-8), acodem-me à mente as palavras do Profeta Isaías: “Uma voz clama: abri no deserto um caminho para o Senhor […]. Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas… Subi a uma alta montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz…, dizei às cidades de Judá: Eis o vosso Deus!” (Is 40, 1-5.9-11).

Marcos e Isaías falam da mesma pessoa, porque “o nosso Deus” é um só e porque em Jesus Cristo é Deus mesmo que “visitou o seu povo” (Lc 7,16).

Está na hora de retomar a boa notícia sobre Jesus Cristo, Filho de Deus, para gritá-la com força (é o sentido do Kerigma!) em Jerusalém e nas cidades de Judéia, isto é, na Igreja e fora da Igreja.

João Batista nos oferece um esplêndido exemplo de proclamação do Evangelho. O que o Batista compreendeu a respeito de Jesus é que se trata de alguém de que ele não é sequer digno de aproximar-se para desatar-lhe as sandálias; que é “o mais forte”, aquele que batizará no Espírito Santo e que desafiará, por assim dizer, o mundo a ferro e fogo!

João Batista teve a capacidade de fazer sentir Cristo “perto”, às portas (Jo 1,26), como alguém que está “no meio” dos homens e não como uma abstração mental; como alguém que já tem na mão a pá (Mt 3,12) e se apresenta para atuar o juízo, por isso não há mais tempo a perder. A força de seu anúncio estava em sua humildade (Jo 3,30): Importa que ele cresça e eu diminua, em sua austeridade e em sua coerência.

Hoje precisamos de anúncios inspirados e corajosos, como os de Isaías e de João Batista; diante deles o mundo não poderia ficar insensível, como acontece quando se fala de Jesus Cristo só com sabedoria de palavras, com livros que não acabam mais, mas sem a força e sem a coerência de vida.

Toda a essência da vida de João, desde o seio materno, esteve subordinada a essa missão! João se entrega totalmente nessa missão, dedicando-se a ela, não por gosto pessoal, mas por ter sido concebido para isso. E vai realizar a sua missão até o fim, até dar a vida, no cumprimento da sua vocação.

Foram muitos os que conheceram Jesus graças ao trabalho apostólico do Batista. Os primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação expressa dele e muitos outros se prepararam interiormente para segui-Lo, graças à sua pregação.

É bela a Vocação de João Batista! A vocação abarca a vida inteira e leva a fazer girar tudo em torno da missão divina. Cada homem, no seu lugar e dentro das suas próprias circunstâncias, tem uma vocação dada por Deus; de que ela se cumpra dependem outras coisas queridas pela vontade divina!

Eu sou a voz que clama no deserto!” João Batista não é mais do que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer cristão. O importante da nossa vida é Jesus!

À medida que Cristo se vai manifestando, João procura ficar em segundo plano, ir desaparecendo. Dizia São Gregório: “João Batista perseverou na santidade porque se conservou humilde no seu coração.”

Como precursor, indica-nos o caminho que devemos seguir! Na ação apostólica pessoal- enquanto preparamos os nossos amigos para que encontrem o Senhor-, devemos procurar não ser o centro. O importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado.

Sem humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E então a nossa vida ficaria vazia.

Não somos apenas precursores! Somos também testemunhas de Cristo. Recebemos, com a graça batismal e a Crisma, o honroso dever de confessar a fé em Cristo, com as nossas ações e com a nossa palavra. Que tipo de testemunhas nós somos? Como é o nosso testemunho cristão entre os nossos colegas, na família?

Temos que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho. “Também conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros possam dizer: este é cristão porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático, porque está acima dos instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimento de paz, porque ama” (É Cristo que passa, nº 122).

Nesse tempo do Advento, encontramos muitas pessoas olhando em outra direção, de onde não virá ninguém; ou onde outros estão debruçados sobre os bens materiais, como se fossem o seu último fim; mas eles jamais satisfarão o seu coração! Cabe a nós apontar-lhes o Caminho. A todos! Diz-nos Santo Agostinho: “Sabeis o que cada um de nós tem que fazer em casa, com o amigo, com o vizinho, com os dependentes, com o superior com o inferior. Não queirais, pois, viver tranquilos até conquistá-los para Cristo, porque vós fostes conquistados por Cristo.

A nossa família, os amigos, os colegas de trabalho, as pessoas que vemos com frequência, devem ser os primeiros a beneficiar-se do nosso amor por Deus. Com o exemplo e com a oração, devemos chegar até mesmo àqueles com quem não temos ocasião de falar habitualmente, porém, não devemos nos esquecer que é a graça de Deus, não as nossas forças humanas, que consegue levar as almas ao Senhor!

Que o Senhor nos ilumine para descobrirmos, em nossa vida, quais as estradas tortuosas temos que endireitar para chegar até Ele. E quais os vales a preencher na vida profissional, na vida espiritual, na vida familiar, na vida de comunidade?

Possamos perceber que temos que abaixar nosso orgulho, nossa auto - suficiência!

Deus quer servir-se de nós para preparar os homens de hoje para a vinda de Cristo no Natal desse ano.

Temos o mesmo espírito de João Batista?



UM APELO À CONVERSÃO


(S. João Batista - Philippe de Champagne - 1657)

No segundo domingo do Advento ouvimos a voz profética de Isaías e de João Batista que nos faz um apelo de conversão para a vinda do Senhor.

O Senhor vem… O Salvador está para chegar e o mundo continua, como de costume, na indiferença mais completa.

É neste tempo litúrgico que a Igreja propõe à nossa meditação a figura de João, o Batista. Este é aquele de quem falou o profeta Isaías dizendo: “Voz do que clama no deserto; preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas”. A missão de João Batista foi a de ir à frente do Senhor para preparar os seus caminhos…

Esta seria sua vocação: preparar para Jesus um povo capaz de receber o Reino de Deus e, por outro lado, dar testemunho público dEle. Não se dedicará a essa missão por gosto pessoal, mas por ter sido concebido para isso! E irá realizá-la até o fim, até dar a vida no cumprimento da sua vocação.

Os primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação expressa dele e muitos outros se prepararam interiormente para segui-Lo graças à sua pregação.

A vocação abarca a vida inteira e leva a fazer girar tudo em torno da missão divina. Cada homem, no seu lugar e dentro das suas próprias circunstâncias, tem uma vocação dada por Deus; de que ela se cumpra dependem muitas outras coisas queridas pela vontade divina.

Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas… O Batista é a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua personalidade. Todo seu ser está definido em função de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer Cristão. O importante de nossa vida é Jesus!

O Precursor indica-nos também a nós o caminho que devemos seguir: o importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado. Só Ele tem palavras de vida eterna, só nEle se encontra a salvação. A atitude de João é uma clara e enérgica advertência contra o desordenado amor próprio que sempre nos incita a colocar-nos indevidamente em primeiro plano. Uma preocupação de singularidade, a ânsia de sermos protagonistas, não deixaria lugar para Jesus. Sem humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E então a nossa vida ficaria vazia.

Que tipo de testemunhas nós somos? Como é nosso testemunho Cristão entre os nossos colegas, na família? Tem força suficiente para persuadir os que ainda não crêem em Jesus, os que ainda não o amam, os que têm uma idéia falsa a seu respeito?

Temos que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho. Dizia São Josemaría Escrivá: “Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunha de Cristo implicará, antes de mais nada, procurar comporta-se segundo a sua doutrina, lutar para que nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima. Temos que conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros possam dizer: este é Cristão porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático, porque é sacrificado, porque manifesta sentimentos de paz, porque ama” ( É Cristo que passa, 122)

Preparai o caminho de Senhor e endireitai suas estradas”. João aponta um caminho de purificação e de conversão!

Durante o tempo do Advento, preparando-nos para o Natal, busquemos o Sacramento da Penitência (Confissão) como um gesto que manifesta a vontade de conversão e esperança dos tempos novos. O Sacramento da Confissão é um encontro privilegiado com Deus que salva e perdoa!

– Quais são os vales a serem preenchidos? (vazios, omissões…)

– Os montes a serem abaixados? (orgulho, vaidade, ambição…)

-Os caminhos a serem endireitados? (egoísmo, ganância, ódio…)

A nossa grande alegria será termos aproximado de Jesus, como fez o Batista, muitos que estavam longe ou se mostravam indiferentes, sem perdermos de vista que é a graça de Deus, não as nossa forças humanas, que consegue levar as almas ao Senhor. Ensinava Sto. Agostinho: “Não queirais viver tranquilos até conquistá-los para Cristo, porque vós fostes conquistados por Cristo”.

Deus quer se servir de nós, de você, para preparar os homens de hoje, para a vinda do Cristo, no Natal desse ano…





MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE REGIÃO RIO II

Nenhum comentário:

Postar um comentário