quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Homilía dominical dia 07/02/2016 - Lc 5, 1-11



Três Vocações
Mons. José Maria Pereira



Deus tem um plano para cada um de nós! Ao longo da história, Deus sempre chama pessoas e as envia para realizar o seu plano de amor.
            A Isaías, Deus se revelou quando ele estava em oração no templo (cf. Is 6, 1-8). Inicialmente, Isaias se sente pequeno e indigno. Deus então pergunta: “Quem vou enviar?” Isaías, sensível ao apelo de Deus, aceita: “Eis-me aqui, envia-me.”
            Vemos aqui os passos da vocação: A iniciativa é sempre de Deus.
            A primeira reação é sempre a mesma: “não sou capaz.” “Não sou digno.”
            Mas, quando confiamos em Deus e nos colocamos numa atitude de disponibilidade, Deus nos purifica e fortalece, e acabamos, com a graça de Deus, dando conta do recado.
            Outra vocação é a de São Paulo.
            Em 1cor 15, 1-11, Paulo conta a sua vocação (seu chamado).
            Ele se considera o “último” dos apóstolos... como um “abortivo.”
            Mas no encontro com Cristo, a caminho de Damasco, responde: “Senhor, que queres que eu faça?”
            No Evangelho (Lc 5, 1-11) temos o chamado dos primeiros apóstolos.
            Jesus entra na barca de Pedro e fala ao povo.
            Pedro se sente indigno... e Jesus: “Não tenhas medo!” Jesus convida: “De hoje em diante tu serás pescador de homens.”
            Pedro, Tiago e João largam tudo e O seguem.
            Pedro diz a Jesus que tinham trabalhado a noite inteira e não haviam pescado nada. “A resposta de Simão parece razoável. Costumam pescar a essas horas e, precisamente naquela ocasião, a noite tinha sido infrutífera. Para que haviam de pescar de dia? Mas Pedro tem fé: “Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). Resolve proceder como Cristo lhe sugeriu; compromete-se a trabalhar, fiado na Palavra do Senhor” (São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 261).
            Apesar do cansaço, apesar de a ordem de pescar ter partido de quem não era homem do mar, e ter-se dirigido a uns pescadores que sabiam da inoportunidade da hora para essa tarefa e da ausência de peixes, tomam as redes nas mãos. Agora por pura confiança no Mestre, cuja, autoridade e poder Pedro já conhecia. Pedro confia e obedece!
            Em toda a ação apostólica, há dois requisitos indispensáveis: a fé e a obediência. De nada serviriam o esforço, os meios humanos, as noites em claro, se estivessem desligados do querer divino... Sem obediência, tudo é inútil diante de Deus. De nada serviria entregarmo-nos com brio e garra a um empreendimento apostólico se não contássemos com o Senhor. Até aquilo que é mais valioso nas nossas obras se tornaria estéril se prescindíssemos do desejo de cumprir a vontade de Deus. “Deus não necessita do nosso trabalho, mas da nossa obediência”, ensina São João Crisóstomo.
            Pedro fez o que o Senhor lhe tinha mandado e recolheram tal quantidade de peixes que a rede se rompia. O fruto da tarefa que tem por norte a fé é abundantíssimo. E ,só quando se reconhece a inutilidade própria e se confia em Deus, sem deixar de empregar, ao mesmo tempo, todos os meios humanos disponíveis, é que o apostolado se torna eficaz e os frutos abundantes, pois “toda a fecundidade no apostolado depende da união vital com Cristo” (Concílio Vat. II, AA, 4).
            Hoje o Senhor dirige-se a cada um de nós para que nos sintamos urgidos a segui-Lo de perto, como discípulos fiéis, no meio das nossas tarefas, e a realizar no nosso próprio ambiente um trabalho apostólico audaz, cheio de fé na palavra de Jesus: Mar a dentro! Repele o pessimismo que te faz covarde. E lança as redes para pescar. Não vês que podes dizer, como Pedro: Jesus, em teu nome, procurarei almas?” (Caminho, 792).
            Contemplando a figura de Pedro, não há dúvida de que nós também podemos dizer a Jesus: Afasta-te de mim, Senhor, que eu sou um pobre pecador. Mas, ao mesmo tempo, pedimos-lhe que nunca nos permita separar-nos dEle, que nos ajude a entrar a fundo – mar a dentro – na sua amizade, na santidade, num apostolado aberto, sem respeitos humanos, cheio de fé, apoiados na voz do Senhor que, no silêncio da nossa oração pessoal, nos anima e nos insta a levar-lhe almas. Deus continua chamando operários para a Messe: Uns são chamados para serem profetas como Isaías, e pescadores de homens como Pedro.
            Qual é a nossa resposta? Peçamos ao Senhor a graça de acolhermos com a generosidade...
-de Isaías: “Eis-me aqui... envia-me...”
-de Paulo: “Senhor, que queres que eu faça?”
-dos primeiros Apóstolos: “Largaram tudo e O seguiram.”
            Cristo, hoje, pode contar com você?


Nenhum comentário:

Postar um comentário