A TODOS OS EQUIPISTAS DO MOVIMENTO DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA E, EM ESPECIAL, AOS QUERIDOS IRMÃOS DO SETOR ITAIPAVA, DESEJAMOS UM FELIZ E ABENÇOADO NATAL!!!
sábado, 23 de dezembro de 2017
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
HOMILIA DE NATAL
“Anuncio – vos uma grande alegria (...): hoje, na cidade de
Davi, nasceu – vos um Salvador, que é o Messias Senhor” ( Lc 2, 10-11).
Neste
dia solene, ressoa o anúncio do Anjo que é um convite – dirigido também a nós,
homens e mulheres do terceiro milênio – para acolher o Salvador. Que a
humanidade atual não hesite em fazê – Lo entrar nas suas casas, nas cidades,
nas nações e em qualquer ângulo da Terra!
É verdade que nos últimos séculos,
foram muitos os progressos realizados em campo técnico e científico; podemos
hoje dispor de vastos recursos materiais. Mas, o homem da era tecnológica corre
o risco de ser vítima dos próprios êxitos da sua inteligência e dos resultados
das suas capacidades inventivas, caminha para uma atrofia espiritual, um vazio
do coração. Por isso, é importante abrir a sua mente e o seu coração ao Natal
de Cristo, acontecimento de salvação capaz de imprimir uma renovada esperança à
existência de todo o ser humano.
“Desperta, ó
homem! Por ti, Deus se fez homem” ( Santo Agostinho). Ó homem moderno, adultoe
todavia às vezes débil de pensamento e de vontade, deixa o Menino de Belém
conduzir – te pela mão; não temas, confia n’Ele! Deus se fez homem por amor do homem!
Somos convidados a formar coro com os anjos: Glória a Deus
no mais alto dos céus e paz na Terra às pessoas de boa vontade. Chegou a
salvação! A luz se manifestou para iluminar os caminhos da humanidade, que
anseia por paz e fraternidade. Deus se torna presente em nosso meio. A palavra
se fez carne e veio morar junto a nós!
Alegremo-nos todos no Senhor! Hoje nasceu o Salvador do
mundo; hoje desceu do céu a verdadeira paz. “Acabamos de ouvir uma mensagem
transbordante de alegria e digna de todo o apreço: Cristo Jesus, o Filho de
Deus, nasceu em Belém de Judá. A notícia faz-me estremecer, o meu espírito
acende-se no meu interior e apressa-se, como sempre, a comunicar-vos esta
alegria e este júbilo”, anuncia São Bernardo. Coloquemo-nos a caminho para
contemplar e adorar Jesus, pois todos temos necessidade dEle; é unicamente dEle
que temos verdadeira necessidade. A verdade é que nenhum caminho que
empreendemos vale a pena se não termina no Menino-Deus.
“Hoje nasceu o nosso Salvador. Não pode haver lugar para a
tristeza, quando acaba de nascer a própria vida, a mesma que põe fim ao temor
da mortalidade e nos infunde a alegria da eternidade prometida. Ninguém deve
sentir-se incapaz de participar de tal felicidade, a todos é comum o motivo
para o júbilo; pois Nosso Senhor, destrutor do pecado e da morte, como não
encontrou ninguém livre de culpa, veio libertar-nos a todos. Alegre-se o santo,
já que se aproxima a vitória. Alegre-se o gentio, já que é chamado à vida. Pois
o Filho, ao chegar a plenitude dos tempos, assumiu a natureza do gênero humano
para reconciliá-la com o seu Criador” (São Leão Magno). Daqui nasce para todos,
como um rio que não pode ser contido, a alegria destas festas.
Vamos à Gruta de Belém levando o nosso presente! E talvez
aquilo que mais agrade à Virgem Maria seja uma alma mais delicada, mais limpa,
mais alegre por ser mais consciente da sua filiação divina, mais bem preparada
por meio de uma confissão realmente contrita, a fim de que o Senhor resida com
mais plenitude em nós: essa confissão que talvez Deus esteja esperando há tanto
tempo…
Maria e José estão nos convidando a entrar. E, já dentro,
dizemos a Jesus com a Igreja: “Rei do universo, a quem os pastores encontraram
envolto em panos, ajudai-nos a imitar sempre a vossa pobreza e a vossa
simplicidade” (Preces das Laudes de 5 de janeiro).
No presépio contemplamos Jesus, recém nascido, que não fala;
mas é a Palavra eterna do Pai. Já se disse que o Presépio é uma cátedra. Nós
deveríamos hoje “entender as lições que Jesus nos dá, já desde Menino, desde
recém-nascido, desde que os seus olhos se abriram para esta bendita terra dos
homens” (São JosemariaEscrivá, É Cristo que passa, nº14).
Jesus nasce pobre e ensina-nos que a felicidade não se
encontra na abundância de bens. Vem ao mundo sem, ostentação alguma, e
anima-nos a ser humildes e a não estar preocupados com o aplauso dos homens.
Quando nos aproximarmos hoje do Menino para beijá-lo, quando
contemplarmos o presépio ou meditarmos neste grande mistério, agradeçamos a
Deus o seu desejo de descer até nós para se fazer entender e amar, e
decidamo-nos, nós também a tornar-nos crianças, para podermos assim entrar no
Reino dos Céus.
Sejamos anunciadores da Boa Nova da Salvação que veio até
nós! Na verdade, para que serviria celebrar o Natal de Jesus se os cristãos não
soubessem anunciá-Lo aos seus irmãos com a sua própria vida? Celebra
verdadeiramente o Natal todo aquele que, em si mesmo, acolhe o Salvador, com fé
e com amor cada vez mais intensos, aquele que O deixa nascer e viver em seu
coração para que possa manifestar-Se ao mundo na bondade, benignidade e doação
generosa de quantos n’Ele acreditamos.
No Natal, o nosso espírito abre – se à esperança, ao
contemplar a Glória divina escondida na pobreza de um Menino envolvido em panos
e reclinado numa manjedoura: é o Criador do Universo, reduzido à importância de
um recém- nascido. Aceitar este paradoxo, o paradoxo do Natal, é descobrir a
Verdade que liberta, o Amor que transforma a existência. Na Noite de Belém, o
Redentor faz – se um de nós, para ser nosso companheiro nas estradas insidiosas da História.
Acolhamos a mão que Ele nos estende: é uma mão que não nos quer tirar nada, mas
apenas dar.
Com os pastores, entremos na Gruta de Belém sob o olhar
amoroso de Maria, silenciosa testemunha do prodigioso nascimento. Que Ela nos
ajude a viver um bom Natal; nos ensine a guardar no coração o Mistério de Deus,
que por nós Se fez homem; nos guie ao testemunharmos no mundo a sua verdade, o
seu amor, a sua paz.
Um Feliz e Santo Natal para todos!
MONS. JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE da Região Rio II
HOMILIA DOMINICAL
IV DOMINGO DO ADVENTO - ANO B
(24/12/2017)
No
Quarto Domingo do Advento entra em cena Maria. Seu Filho é o Deus conosco e já
se faz presente, ainda de modo velado, mas real, no seio da Virgem, que
concebeu por obra do Espírito Santo (cf. Lc.1,26-38).
A
liturgia da palavra apresenta-nos hoje uma das mais importantes profecias
messiânicas e a sua realização. O rei Davi desejava construir uma casa, um
templo para o Senhor; mas o Senhor manda-lhe dizer, pelo profeta Natã, que a
Sua vontade é diferente: o próprio Senhor se preocupará da casa de Davi, isto
é, prolongando a sua descendência, porque dela nascerá o Salvador. A tua casa e
a tua realeza permanecerão diante de Mim para sempre. O teu trono será
consolidado eternamente (2 Sam 7,16).
Muitas vezes, através das vicissitudes da história, pareceu que a linhagem davídica esteve prestes a extinguir-se, mas Deus salvou-a sempre até que dela nasceu José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo (Mt 1,16). O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono do Seu Pai Davi, reinará eternamente… e o Seu reino não terá fim (Lc 1, 32-33).
Tudo o que Deus tinha prometido se cumpriu apesar dos acontecimentos adversos da história, dos pecados dos homens e das culpas e impiedade dos próprios sucessores de Davi. Deus é sempre fiel: Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a Davi, Meu servo… Eternamente lhe assegurarei o Meu favor e a Minha aliança com ele será fiel (Sl 89, 4.29).
Muitas vezes, através das vicissitudes da história, pareceu que a linhagem davídica esteve prestes a extinguir-se, mas Deus salvou-a sempre até que dela nasceu José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo (Mt 1,16). O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono do Seu Pai Davi, reinará eternamente… e o Seu reino não terá fim (Lc 1, 32-33).
Tudo o que Deus tinha prometido se cumpriu apesar dos acontecimentos adversos da história, dos pecados dos homens e das culpas e impiedade dos próprios sucessores de Davi. Deus é sempre fiel: Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a Davi, Meu servo… Eternamente lhe assegurarei o Meu favor e a Minha aliança com ele será fiel (Sl 89, 4.29).
Paralela à fidelidade de Deus, a liturgia apresenta-nos a fidelidade de Maria, em quem se cumpriram as Escrituras. Tudo estava previsto nos planos eternos de Deus e tudo estava já preparado para a encarnação do Verbo no seio de uma virgem descendente da casa de Davi; mas, no momento em que este projeto devia fazer-se história, o Pai das misericórdias quis que a aceitação, por parte da que Ele predestinara para mãe, precedesse a encarnação (LG. 56). S. Lucas refere o diálogo sublime entre o anjo e Maria e que termina com a humildade e incondicional aceitação da Virgem: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
O faça-se de Deus criou do nada todas as coisas; o faça-se de Maria deu origem à redenção de todas as criaturas. Maria é o templo da Nova Aliança, imensamente mais precioso do que aquele que Davi desejava construir ao Senhor, templo vivo que encerra em si, não a arca santa, mas o Filho de Deus. Maria é a fidelíssima, totalmente disponível à vontade do Altíssimo; e, precisamente pela sua fidelidade, atualiza-se o mistério da salvação universal em Cristo Jesus.
Nossa Senhora fomenta na alma a alegria, porque, quando procuramos a sua intimidade, leva-nos a Cristo. Ela é Mestra de esperança. Maria proclama que a chamarão bem-aventurada todas as gerações (Lc. 1, 18).
Dentro de poucos dias veremos Jesus reclinado numa manjedoura, o que é uma prova de misericórdia e do amor de Deus. Poderemos dizer: “Nesta noite de Natal, tudo pára dentro de mim. Estar diante dEle; não há nada mais do que Ele na branca imensidão. Não diz nada, mas está aí… Ele é o Deus amando-me. E se Deus se faz homem e me ama, como não procurá-Lo? Como perder a esperança de encontrá-Lo, se é Ele que me procura? Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades exteriores e a nossa miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal que se aproxima".
Faltam poucos dias para que vejamos no presépio Aquele que os profetas predisseram, que a Virgem esperou com amor de mãe, que João anunciou estar próximo e depois mostrou presente entre os homens.
Desde o presépio de Belém até o momento da sua Ascensão aos céus, Jesus Cristo proclama uma mensagem de esperança. Ele é a garantia plena de que alcançaremos os bens prometidos. Olhamos para a gruta de Belém, em vigilante espera, e compreendemos que somente com Ele poderemos aproximar-nos confiadamente de Deus Pai.
Nas festas que celebramos por ocasião do Natal, lutemos com todas as nossas forças, agora e sempre, contra o desânimo na vida espiritual, o consumismo exagerado, e a preocupação quase exclusiva pelos bens materiais. Na medida em que o mundo se cansar da sua esperança cristã, a alternativa que lhe há de restar será o materialismo, do tipo que já conhecemos; isso e nada mais. Por isso, nenhuma nova palavra terá atrativo para nós se não nos devolver à gruta de Belém, para que ali possamos humilhar o nosso orgulho, aumentar a nossa caridade e dilatar o nosso sentimento de reverência com a visão de uma pureza deslumbrante.
O Espírito do Advento consiste em boa parte em vivermos unidos à Virgem Maria neste tempo em que Ela traz Jesus em seu seio.
A devoção a Nossa Senhora é a maior garantia de que não nos faltarão os meios necessários para alcançarmos a felicidade eterna a que fomos destinados. Maria é verdadeiramente “porto dos que naufragam, consolo do mundo, resgate dos cativos, alegria dos enfermos” (Santo Afonso M. de Ligório). Nestes dias que precedem o Natal e sempre, peçamos-Lhe a graça de saber permanecer, cheios de fé, à espera do seu Filho Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas.
MONS. JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE da Região Rio II
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
ANIVERSÁRIO DOS ESTATUTOS DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA
"A Carta das ENS, definida em 8 de dezembro de 1947 por iniciativa do Padre Henri CAFFAREL e dos responsáveis da época, constitui o verdadeiro ato de fundação do Movimento, que se quis colocar sob o patrocínio da Mãe de Deus. (...)
As primeiras equipes fazem também nascer uma outra intuição: a do paralelismo entre estas duas relações de amor, a da pessoa humana com o Cristo e a do casal. Ambas passam por uma evolução análoga: após a alegria do encontro, chega um dia a provação da noite e da aparente ausência. Trata-se, então, de manter-se firme na fé e na fidelidade.
Foi então que, em 1945, foi publicado na revista “Anneau d’0r” - Cadernos de espiritualidade conjugal e familiar, lançados pelo Padre Caffarel - um editorial destinado a ter uma grande repercussão, “Um dever mal conhecido”, o qual, partindo de São Lucas, lança o “Dever de Sentar-se”, baseado no princípio de que “a casa acaba ruindo se não se cuida da estrutura”. Se o casal não pára para refletir... passa a ser dominado pela rotina... a sua união conjugal passa a apresentar rachaduras. Mas por conhecer suas próprias fraquezas e limitações, por experimentar, a cada dia, quão estreita é a porta, quão difícil a duração, os casais, em número cada vez maior, decidem unir-se em equipe, no seio de um Movimento estruturado, ágil e ao mesmo tempo rigoroso.
Inspiradas, portanto, por uma experiência de mais de cinqüenta anos, as ENS têm a convicção de que o Movimento responde, mais do que nunca, às necessidades dos casais e da Igreja. Este Movimento, atualmente implantado em cerca de sessenta países, quer ser portador do testemunho cristão no mundo.
Em conformidade com o cânon 299, § 3, do Código Canônico promulgado em 25 de janeiro de 1983, a Equipe Responsável Internacional das ENS, em conjunto com os Super-Regionais e com numerosos Regionais, decidiu por unanimidade fixar os seguintes estatutos. (...)
Os estatutos têm por objetivo:
• zelar pela coerência do Movimento e pelo seu crescimento, na continuidade e na fidelidade às intuições originais, permitindo, ao mesmo tempo, as adaptações necessárias, segundo as novas necessidades que venham a ser percebidas em função de contextos de tempo e de lugar;
• assegurar que a intuição original do Movimento das ENS está enraizada na Igreja e assim obter a confirmação do reconhecimento de sua especificidade;
• servir de referência para os membros e os responsáveis do Movimento e de garantia para as autoridades eclesiásticas;
• precisar a expressão institucional da vinculação das ENS à Santa Sé."
DECRETO PONTIFICIUM CONSILIUM PRO LAICIS
1652/02/AIC-18
FONTE: O Movimento/ Decreto de Reconhecimento - www.ens.org.br
PARABÉNS AO MOVIMENTO DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA E, PRINCIPALMENTE AOS PRIMEIROS CASAIS QUE, COM CORAGEM E MUITA FÉ, LEVARAM ADIANTE A PROPOSTA DE PADRE CAFFAREL!!!
HOMILIA DOMINICAL
III DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)
(17/12/2017)
VERDADEIRA ALEGRIA
Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um convite à
alegria! “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos” (Fl 4, 4-7),
exorta S. Paulo.
Celebramos o Domingo da Alegria! Diz o Profeta Isaías:
“Exulto de alegria no Senhor…” (Is 61,10). Nossa alegria está no Senhor!
A fonte da alegria cristã é a certeza de que Deus nos ama e
está no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade.
Todos os domingos do Advento se caracterizam pela
insistência sobre o tema da salvação; mas no III domingo o faz de modo
particular. Na primeira leitura, o profeta Isaías canta: “Exulto de alegria no
Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”.
No Salmo responsorial, ouvimos
essas palavras ecoando no Magnificat de Maria: Meu espírito exulta de alegria
em Deus, meu Salvador.
O trecho evangélico (Jo 1,6-8.19-28) diz que João Batista
veio “como testemunha da luz”, isto é, como anunciador da salvação.
Se nós também, como João Batista, queremos ser-lhe
testemunhas de salvação, devemos antes desejá-la como a desejaram os profetas,
conhecê-la e saborear-lhe todas as riquezas; devemos, sobretudo, aprender a
conhecer a fonte da qual ela nasce: Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador.
São Paulo (1Ts 5,16-22) lembra-nos precisamente a missão de
bondade e de alegria confiada aos cristãos: “Irmãos, vivei sempre na alegria…
Avaliai tudo, mantendo o que é bom. Afastai-vos de toda espécie de maldade”.
Não são reprováveis apenas as más ações, mas também a omissão de tantas obras
boas que não se concretizam por egoísmo, por frieza ou indiferença para com o
próximo necessitado. Mas, para se estar sempre disposto a fazer bem a todos, é
preciso viver em comunhão com Jesus, deixando-se arrastar pelos Seus
sentimentos de bondade, de amor e de misericórdia. E a oração é o momento
culminante desta comunhão, como afirma o Apóstolo: “Orai sem cessar” (1Ts
5,17).
A alegria do Advento e a de cada dia é porque Jesus está
muito perto de nós.A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas
humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é uma
caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da presença
de Deus no coração de uma pessoa.
“Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo”,
diz o Anjo a Maria. A causa da alegria na Virgem é a proximidade de Deus. E o
Batista, ainda não nascido, saltará de alegria no seio de Isabel ante a
proximidade do Messias. E o Anjo dirá aos pastores: "Não temais, trago-vos uma
boa nova, uma grande alegria que é para todo o povo, pois nasceu-vos hoje um
salvador…” (Lc 2, 10-11). A alegria é ter Jesus, a tristeza é perdê-Lo.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos em
diversas ocasiões. E o evangelista irá sublinhando repetidas vezes que os
Apóstolos “se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20). Eles não esquecerão nunca
esses encontros em que as suas almas experimentaram uma alegria indescritível.
Poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente
presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não tivermos os olhos
turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade. Quando, para encontrar a
felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que leva a Deus, no
fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há alegria verdadeira.
Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a encontrá-Lo, é fonte de uma
alegria profunda e sempre nova.
O cristão deve ser um homem essencialmente alegre. Mas a sua
alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo, que traz a justiça e
a paz, e que só Ele pode dar e conservar, porque o mundo não possui o seu
segredo.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce
precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha para fora,
quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz solidão
porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si, porque
encontra a Deus na sua alma em Graça. Esta é a fonte da sua alegria! Não nos é
difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de alegria
com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e passageira. A
alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades. É
compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. “Eu vos
darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor.
Nada nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua
fonte.
A nossa alegria deve ter um fundamento sólido. Não se pode
apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade,
situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem
desligadas de Deus,mas que por si mesmas são insuficientes para nos
proporcionarem a verdadeira alegria.
O Senhor pede que estejamos sempre alegres! Só Ele é capaz
de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar: “Não
temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.
Fujamos da tristeza! Uma alma triste está à mercê de muitas
tentações. Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!Por outro lado,
quando a alma está alegre, abre-se e é estímulo para os outros; quando está
triste obscurece o ambiente e faz mal aos que tem à sua volta.
A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós mesmos
esquecendo os outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo próprio
dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os outros. Em
contrapartida, com o cumprimento alegre dos nossos deveres, podemos fazer muito
bem à nossa volta, pois essa alegria leva a Deus.
A Igreja tem razão de alegra-se neste tempo do Advento por
“estar revestida das vestes da salvação, envolvida com o manto da justiça”. Mas
isto não é suficiente; ela deve fazer germinar a salvação diante de todos os
povos “como um jardim faz germinar as sementes”; deve ser fermento de vida
entre os homens. É nosso dever de cristãos.
O Advento nos faz recordar e a
Eucaristia nos renova a certeza, para que saibamos proclamá-la aos irmãos que
estão vivendo na tristeza, “sentados à sombra da morte”.
“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem chegará e
não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em Jesus
encontraremos o sentido da nossa vida.
Que a nossa alegria seja um testemunho muito forte de que
Cristo já está no meio de nós.
(SEGUNDA HOMILIA)
DOMINGO DA ALEGRIA
Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um convite à
alegria! “Estai sempre alegres!” (1Ts5 , 16-24), exorta S. Paulo. E, a seguir, o
Apóstolo enuncia a razão fundamental dessa alegria profunda: O Senhor está
perto.
No texto S. Paulo ensina onde nasce a verdadeira alegria:
- Da Oração: “rezai sem cessar; daí graças em todas as circunstâncias".
- Da abertura do coração aos apelos do Espírito;
- Uma vida moral irrepreensível (afastai-vos de toda espécie de maldade!)
- Acreditar que “Aquele que vos chamou é fiel.”
A alegria do Advento e a de cada dia é porque Jesus está
muito perto de nós. A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas
humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é uma
caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da presença
de Deus no coração de uma pessoa.
“Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo”,
diz o Anjo a Maria. A causa da alegria na Virgem é a proximidade de Deus. E o
Batista, ainda não nascido, saltará de alegria no seio de Isabel ante a
proximidade do Messias. E o Anjo dirá aos pastores: "Não temais, trago-vos uma
boa nova, uma grande alegria que é para todo o povo, pois nasceu-vos hoje um
salvador…” (Lc 2, 10-11). A alegria é ter Jesus, a tristeza é perdê-Lo.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos em
diversas ocasiões. E o evangelista irá sublinhando repetidas vezes que os Apóstolos
“se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20). Eles não esquecerão nunca esses
encontros em que as suas almas experimentaram uma alegria indescritível.
Poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente
presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não tivermos os olhos
turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade. Quando, para encontrar a
felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que leva a Deus, no
fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há alegria verdadeira.
Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a encontrá-Lo, é fonte de uma
alegria profunda e sempre nova.
O cristão deve ser um homem essencialmente alegre. Mas a sua
alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo, que traz a justiça e
a paz, e que só Ele pode dar e conservar, porque o mundo não possui o seu
segredo.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce
precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha para
fora, quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz solidão
porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si, porque
encontra a Deus na sua alma em Graça. Esta é a fonte da sua alegria! Não nos é
difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de alegria
com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e passageira. A
alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades. É
compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. “Eu vos darei
uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor. Nada
nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua fonte.
A nossa alegria deve ter um fundamento sólido. Não se pode
apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade,
situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem
desligadas de Deus,mas que por si mesmas são insuficientes para nos
proporcionarem a verdadeira alegria.
O Senhor pede que estejamos sempre alegres! Só Ele é capaz
de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar: “Não
temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.
Fujamos da tristeza! Uma alma triste está à mercê de muitas
tentações. Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!Por outro lado, quando a alma está alegre, abre-se e é
estímulo para os outros; quando está triste obscurece o ambiente e faz mal aos
que tem à sua volta.
A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós mesmos
esquecendo os outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo próprio
dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os outros. Em
contrapartida, com o cumprimento alegre dos nossos deveres, podemos fazer muito
bem à nossa volta, pois essa alegria leva a Deus.
“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem chegará e
não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em Jesus
encontraremos o sentido da nossa vida.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
MAIS CONFRATERNIZAÇÃO DE EQUIPISTAS!!!
No dia 09 de dezembro, a Equipe 13 (Nossa Senhora Desatadora dos Nós) celebrou, com familiares e amigos, sua caminhada em 2017 com uma confraternização muito legal e...churrasco, claro!
Aos amigos equipistas o nosso abraço e o desejo de muitas alegrias na pilotagem, próxima etapa em 2018!
Vejam os registros:
TÁ CHEGANDO A HORA, EQUIPISTAS!!!
EQUIPES DE NOSSA SENHORA – PROVÍNCIA LESTE
REGIÃO RIO II SETOR ITAIPAVA
Queridos Irmãos Equipistas e SCE,
É com muita alegria que convidamos você e sua família para participar da Missa de Posse dos CRE-2018 e da confraternização de final de ano do nosso Setor Itaipava.
LOCAL: Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Araras
HORÁRIO: 11:00
DATA: 17/12/2017
Todos os casais deverão comparecer para prestigiar o Novo CRE de sua Equipe. O CRE 2017 deverá levar a imagem da Nossa Senhora da Equipe.
Logo após a Cerimônia de Posse teremos o Almoço de Confraternização – cada equipe levará os pratos abaixo, de acordo com o nº de casais que forem de sua equipe, para partilhar com todos.
Por equipe:
1 frango ou carne assada
1 pernil
salpicão
arroz
farofa
sobremesa
bebida
ATENÇÃO:
Os novos CRE, precisam chegar no local, citado acima, às 8 horas para participar do Pré-Eacre. Não esqueçam a enquete e o quadrante!!!
ESPERAMOS POR VOCÊS!
Paulane e Roney – CRS
CONFRATERNIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA
A metodologia de trabalho proposta para a Experiência Comunitária é, também, "...ajudar a descobrir que ´O Senhor fez em mim maravilhas".
(Manual Experiência Comunitária, pág. 05)
O mês de dezembro marca o melhor momento para celebrarmos a caminhada de todo o ano experimentando a vida em comunidade, partilhando as alegrias e os desafios do casamento.
A experiência comunitária do Setor Itaipava viveu este momento nesta semana, conforme as fotos abaixo. Parabéns, amigos!
II COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE A VIDA DO PADRE HENRI CAFFAREL
Queridos equipistas, nos dias 08 e 09/12, ocorreu o II Colóquio Internacional sobre a vida do Padre Henri Caffarel, fundador do Movimento das Equipes de Nossa Senhora.
Vale a pena navegar no site das ENS (www.ens.org.br) e curtir todas as palestras, fotos, vídeos e momentos ocorridos na França, entendendo o tamanho e a importância do Movimento das ENS, e, mais do que isso, o imenso amor de Deus por nós.
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
HOMILIA DOMINICAL
II
DOMINGO DO ADVENTO – ANO B
(10/12/2017)
O
ESPÍRITO DO BATISTA!
Advento!
Tempo de se preparar para acolher o Senhor que vem! Por mais escuro
que esteja o horizonte à nossa frente, precisamos acreditar que dias
melhores virão, pois Deus é fiel e não abandona seu povo.
No
segundo domingo do Advento, João Batista aparece como uma voz no
deserto, fazendo um apelo à conversão, para preparar o caminho do
Senhor!
Na
linha da pregação de João Batista (cf. Mc 1, 1-8), acodem-me à
mente as palavras do Profeta Isaías: “Uma voz clama: abri no
deserto um caminho para o Senhor […]. Que todo vale seja aterrado,
que toda montanha e colina sejam abaixadas… Subi a uma alta
montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz…,
dizei às cidades de Judá: “Eis o vosso Deus!” (Is
40, 1-5.9-11).
Marcos
e Isaías falam da mesma pessoa, porque “o nosso Deus” é
um só e porque em Jesus Cristo é Deus mesmo que “visitou o seu
povo” (Lc 7,16).
Está
na hora de retomar a boa notícia sobre Jesus Cristo, Filho de Deus,
para gritá-la com força (é o sentido do Kerigma!) em Jerusalém e
nas cidades de Judéia, isto é, na Igreja e fora da Igreja.
João
Batista nos oferece um esplêndido exemplo de proclamação do
Evangelho. O que o Batista compreendeu a respeito de Jesus é que se
trata de alguém de que ele não é sequer digno de aproximar-se para
desatar-lhe as sandálias; que é “o mais forte”, aquele que
batizará no Espírito Santo e que desafiará, por assim dizer, o
mundo a ferro e fogo!
João
Batista teve a capacidade de fazer sentir Cristo “perto”, às
portas (Jo 1,26), como alguém que está “no meio” dos homens e
não como uma abstração mental; como alguém que já tem na mão a
pá (Mt 3,12) e se apresenta para atuar o juízo, por isso não há
mais tempo a perder. A força de seu anúncio estava em sua humildade
(Jo 3,30): Importa que ele cresça e eu diminua, em sua austeridade e
em sua coerência.
Hoje
precisamos de anúncios inspirados e corajosos, como os de Isaías e
de João Batista; diante deles o mundo não poderia ficar insensível,
como acontece quando se fala de Jesus Cristo só com sabedoria de
palavras, com livros que não acabam mais, mas sem a força e sem a
coerência de vida.
Toda
a essência da vida de João, desde o seio materno, esteve
subordinada a essa missão! João se entrega totalmente nessa missão,
dedicando-se a ela, não por gosto pessoal, mas por ter sido
concebido para isso. E vai realizar a sua missão até o fim, até
dar a vida, no cumprimento da sua vocação.
Foram
muitos os que conheceram Jesus graças ao trabalho apostólico do
Batista. Os primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação
expressa dele e muitos outros se prepararam interiormente para
segui-Lo, graças à sua pregação.
É
bela a Vocação de João Batista! A vocação abarca a vida inteira
e leva a fazer girar tudo em torno da missão divina. Cada homem, no
seu lugar e dentro das suas próprias circunstâncias, tem uma
vocação dada por Deus; de que ela se cumpra dependem outras coisas
queridas pela vontade divina!
“Eu
sou a voz que clama no deserto!” João Batista não é mais do
que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua
vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função
de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer
cristão. O importante da nossa vida é Jesus!
À
medida que Cristo se vai manifestando, João procura ficar em segundo
plano, ir desaparecendo. Dizia São Gregório: “João Batista
perseverou na santidade porque se conservou humilde no seu coração.”
Como
precursor, indica-nos o caminho que devemos seguir! Na ação
apostólica pessoal- enquanto preparamos os nossos amigos para que
encontrem o Senhor-, devemos procurar não ser o centro. O importante
é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado.
Sem
humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E
então a nossa vida ficaria vazia.
Não
somos apenas precursores! Somos também testemunhas de Cristo.
Recebemos, com a graça batismal e a Crisma, o honroso dever de
confessar a fé em Cristo, com as nossas ações e com a nossa
palavra. Que tipo de testemunhas nós somos? Como é o nosso
testemunho cristão entre os nossos colegas, na família?
Temos
que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho.
“Também conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros
possam dizer: este é cristão porque não odeia, porque sabe
compreender, porque não é fanático, porque está acima dos
instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimento de paz,
porque ama” (É Cristo que passa, nº 122).
Nesse
tempo do Advento, encontramos muitas pessoas olhando em outra
direção, de onde não virá ninguém; ou onde outros estão
debruçados sobre os bens materiais, como se fossem o seu último
fim; mas eles jamais satisfarão o seu coração! Cabe a nós
apontar-lhes o Caminho. A todos! Diz-nos Santo Agostinho: “Sabeis
o que cada um de nós tem que fazer em casa, com o amigo, com o
vizinho, com os dependentes, com o superior com o inferior. Não
queirais, pois, viver tranquilos até conquistá-los para Cristo,
porque vós fostes conquistados por Cristo.”
A
nossa família, os amigos, os colegas de trabalho, as pessoas que
vemos com frequência, devem ser os primeiros a beneficiar-se do
nosso amor por Deus. Com o exemplo e com a oração, devemos chegar
até mesmo àqueles com quem não temos ocasião de falar
habitualmente, porém, não devemos nos esquecer que é a graça de
Deus, não as nossas forças humanas, que consegue levar as almas ao
Senhor!
Que
o Senhor nos ilumine para descobrirmos, em nossa vida, quais as
estradas tortuosas temos que endireitar para chegar até Ele. E quais
os vales a preencher na vida profissional, na vida espiritual, na
vida familiar, na vida de comunidade?
Possamos
perceber que temos que abaixar nosso orgulho, nossa auto -
suficiência!
Deus
quer servir-se de nós para preparar os homens de hoje para a vinda
de Cristo no Natal desse ano.
Temos
o mesmo espírito de João Batista?
UM
APELO À CONVERSÃO
(S. João Batista - Philippe de Champagne - 1657)
No
segundo domingo do Advento ouvimos a voz profética de Isaías e de
João Batista que nos faz um apelo de conversão para a vinda do
Senhor.
O
Senhor vem… O Salvador está para chegar e o mundo continua, como
de costume, na indiferença mais completa.
É
neste tempo litúrgico que a Igreja propõe à nossa meditação a
figura de João, o Batista. Este é aquele de quem falou o profeta
Isaías dizendo: “Voz do que clama no deserto; preparai os
caminhos do Senhor, endireitai suas veredas”. A missão de João
Batista foi a de ir à frente do Senhor para preparar os seus
caminhos…
Esta
seria sua vocação: preparar para Jesus um povo capaz de receber o
Reino de Deus e, por outro lado, dar testemunho público dEle. Não
se dedicará a essa missão por gosto pessoal, mas por ter sido
concebido para isso! E irá realizá-la até o fim, até dar a vida
no cumprimento da sua vocação.
Os
primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação expressa dele e
muitos outros se prepararam interiormente para segui-Lo graças à
sua pregação.
A
vocação abarca a vida inteira e leva a fazer girar tudo em torno da
missão divina. Cada homem, no seu lugar e dentro das suas próprias
circunstâncias, tem uma vocação dada por Deus; de que ela se
cumpra dependem muitas outras coisas queridas pela vontade divina.
Preparai
os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas… O Batista é a
voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua
personalidade. Todo seu ser está definido em função de Jesus, como
teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer Cristão. O
importante de nossa vida é Jesus!
O
Precursor indica-nos também a nós o caminho que devemos seguir: o
importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado. Só Ele
tem palavras de vida eterna, só nEle se encontra a salvação. A
atitude de João é uma clara e enérgica advertência contra o
desordenado amor próprio que sempre nos incita a colocar-nos
indevidamente em primeiro plano. Uma preocupação de singularidade,
a ânsia de sermos protagonistas, não deixaria lugar para Jesus. Sem
humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E
então a nossa vida ficaria vazia.
Que
tipo de testemunhas nós somos? Como é nosso testemunho Cristão
entre os nossos colegas, na família? Tem força suficiente para
persuadir os que ainda não crêem em Jesus, os que ainda não o
amam, os que têm uma idéia falsa a seu respeito?
Temos
que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho.
Dizia São Josemaría Escrivá: “Grande é a nossa
responsabilidade, porque ser testemunha de Cristo implicará, antes
de mais nada, procurar comporta-se segundo a sua doutrina, lutar para
que nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima.
Temos que conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros
possam dizer: este é Cristão porque não odeia, porque sabe
compreender, porque não é fanático, porque é sacrificado, porque
manifesta sentimentos de paz, porque ama” ( É Cristo que passa,
122)
“Preparai
o caminho de Senhor e endireitai suas estradas”. João aponta
um caminho de purificação e de conversão!
Durante
o tempo do Advento, preparando-nos para o Natal, busquemos o
Sacramento da Penitência (Confissão) como um gesto que manifesta a
vontade de conversão e esperança dos tempos novos. O Sacramento da
Confissão é um encontro privilegiado com Deus que salva e perdoa!
–
Quais são os vales a serem preenchidos? (vazios, omissões…)
–
Os montes a serem abaixados? (orgulho, vaidade, ambição…)
-Os
caminhos a serem endireitados? (egoísmo, ganância, ódio…)
A
nossa grande alegria será termos aproximado de Jesus, como fez o
Batista, muitos que estavam longe ou se mostravam indiferentes, sem
perdermos de vista que é a graça de Deus, não as nossa forças
humanas, que consegue levar as almas ao Senhor. Ensinava Sto.
Agostinho: “Não queirais viver tranquilos até conquistá-los
para Cristo, porque vós fostes conquistados por Cristo”.
Deus
quer se servir de nós, de você, para preparar os homens de hoje,
para a vinda do Cristo, no Natal desse ano…
MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE REGIÃO RIO II
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