III DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)
(17/12/2017)
VERDADEIRA ALEGRIA
Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um convite à
alegria! “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos” (Fl 4, 4-7),
exorta S. Paulo.
Celebramos o Domingo da Alegria! Diz o Profeta Isaías:
“Exulto de alegria no Senhor…” (Is 61,10). Nossa alegria está no Senhor!
A fonte da alegria cristã é a certeza de que Deus nos ama e
está no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade.
Todos os domingos do Advento se caracterizam pela
insistência sobre o tema da salvação; mas no III domingo o faz de modo
particular. Na primeira leitura, o profeta Isaías canta: “Exulto de alegria no
Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”.
No Salmo responsorial, ouvimos
essas palavras ecoando no Magnificat de Maria: Meu espírito exulta de alegria
em Deus, meu Salvador.
O trecho evangélico (Jo 1,6-8.19-28) diz que João Batista
veio “como testemunha da luz”, isto é, como anunciador da salvação.
Se nós também, como João Batista, queremos ser-lhe
testemunhas de salvação, devemos antes desejá-la como a desejaram os profetas,
conhecê-la e saborear-lhe todas as riquezas; devemos, sobretudo, aprender a
conhecer a fonte da qual ela nasce: Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador.
São Paulo (1Ts 5,16-22) lembra-nos precisamente a missão de
bondade e de alegria confiada aos cristãos: “Irmãos, vivei sempre na alegria…
Avaliai tudo, mantendo o que é bom. Afastai-vos de toda espécie de maldade”.
Não são reprováveis apenas as más ações, mas também a omissão de tantas obras
boas que não se concretizam por egoísmo, por frieza ou indiferença para com o
próximo necessitado. Mas, para se estar sempre disposto a fazer bem a todos, é
preciso viver em comunhão com Jesus, deixando-se arrastar pelos Seus
sentimentos de bondade, de amor e de misericórdia. E a oração é o momento
culminante desta comunhão, como afirma o Apóstolo: “Orai sem cessar” (1Ts
5,17).
A alegria do Advento e a de cada dia é porque Jesus está
muito perto de nós.A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas
humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é uma
caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da presença
de Deus no coração de uma pessoa.
“Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo”,
diz o Anjo a Maria. A causa da alegria na Virgem é a proximidade de Deus. E o
Batista, ainda não nascido, saltará de alegria no seio de Isabel ante a
proximidade do Messias. E o Anjo dirá aos pastores: "Não temais, trago-vos uma
boa nova, uma grande alegria que é para todo o povo, pois nasceu-vos hoje um
salvador…” (Lc 2, 10-11). A alegria é ter Jesus, a tristeza é perdê-Lo.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos em
diversas ocasiões. E o evangelista irá sublinhando repetidas vezes que os
Apóstolos “se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20). Eles não esquecerão nunca
esses encontros em que as suas almas experimentaram uma alegria indescritível.
Poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente
presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não tivermos os olhos
turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade. Quando, para encontrar a
felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que leva a Deus, no
fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há alegria verdadeira.
Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a encontrá-Lo, é fonte de uma
alegria profunda e sempre nova.
O cristão deve ser um homem essencialmente alegre. Mas a sua
alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo, que traz a justiça e
a paz, e que só Ele pode dar e conservar, porque o mundo não possui o seu
segredo.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce
precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha para fora,
quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz solidão
porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si, porque
encontra a Deus na sua alma em Graça. Esta é a fonte da sua alegria! Não nos é
difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de alegria
com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e passageira. A
alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades. É
compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. “Eu vos
darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor.
Nada nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua
fonte.
A nossa alegria deve ter um fundamento sólido. Não se pode
apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade,
situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem
desligadas de Deus,mas que por si mesmas são insuficientes para nos
proporcionarem a verdadeira alegria.
O Senhor pede que estejamos sempre alegres! Só Ele é capaz
de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar: “Não
temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.
Fujamos da tristeza! Uma alma triste está à mercê de muitas
tentações. Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!Por outro lado,
quando a alma está alegre, abre-se e é estímulo para os outros; quando está
triste obscurece o ambiente e faz mal aos que tem à sua volta.
A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós mesmos
esquecendo os outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo próprio
dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os outros. Em
contrapartida, com o cumprimento alegre dos nossos deveres, podemos fazer muito
bem à nossa volta, pois essa alegria leva a Deus.
A Igreja tem razão de alegra-se neste tempo do Advento por
“estar revestida das vestes da salvação, envolvida com o manto da justiça”. Mas
isto não é suficiente; ela deve fazer germinar a salvação diante de todos os
povos “como um jardim faz germinar as sementes”; deve ser fermento de vida
entre os homens. É nosso dever de cristãos.
O Advento nos faz recordar e a
Eucaristia nos renova a certeza, para que saibamos proclamá-la aos irmãos que
estão vivendo na tristeza, “sentados à sombra da morte”.
“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem chegará e
não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em Jesus
encontraremos o sentido da nossa vida.
Que a nossa alegria seja um testemunho muito forte de que
Cristo já está no meio de nós.
(SEGUNDA HOMILIA)
DOMINGO DA ALEGRIA
Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um convite à
alegria! “Estai sempre alegres!” (1Ts5 , 16-24), exorta S. Paulo. E, a seguir, o
Apóstolo enuncia a razão fundamental dessa alegria profunda: O Senhor está
perto.
No texto S. Paulo ensina onde nasce a verdadeira alegria:
- Da Oração: “rezai sem cessar; daí graças em todas as circunstâncias".
- Da abertura do coração aos apelos do Espírito;
- Uma vida moral irrepreensível (afastai-vos de toda espécie de maldade!)
- Acreditar que “Aquele que vos chamou é fiel.”
A alegria do Advento e a de cada dia é porque Jesus está
muito perto de nós. A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas
humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é uma
caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da presença
de Deus no coração de uma pessoa.
“Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo”,
diz o Anjo a Maria. A causa da alegria na Virgem é a proximidade de Deus. E o
Batista, ainda não nascido, saltará de alegria no seio de Isabel ante a
proximidade do Messias. E o Anjo dirá aos pastores: "Não temais, trago-vos uma
boa nova, uma grande alegria que é para todo o povo, pois nasceu-vos hoje um
salvador…” (Lc 2, 10-11). A alegria é ter Jesus, a tristeza é perdê-Lo.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos em
diversas ocasiões. E o evangelista irá sublinhando repetidas vezes que os Apóstolos
“se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20). Eles não esquecerão nunca esses
encontros em que as suas almas experimentaram uma alegria indescritível.
Poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente
presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não tivermos os olhos
turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade. Quando, para encontrar a
felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que leva a Deus, no
fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há alegria verdadeira.
Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a encontrá-Lo, é fonte de uma
alegria profunda e sempre nova.
O cristão deve ser um homem essencialmente alegre. Mas a sua
alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo, que traz a justiça e
a paz, e que só Ele pode dar e conservar, porque o mundo não possui o seu
segredo.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce
precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha para
fora, quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz solidão
porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si, porque
encontra a Deus na sua alma em Graça. Esta é a fonte da sua alegria! Não nos é
difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de alegria
com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e passageira. A
alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades. É
compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. “Eu vos darei
uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor. Nada
nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua fonte.
A nossa alegria deve ter um fundamento sólido. Não se pode
apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade,
situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem
desligadas de Deus,mas que por si mesmas são insuficientes para nos
proporcionarem a verdadeira alegria.
O Senhor pede que estejamos sempre alegres! Só Ele é capaz
de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar: “Não
temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.
Fujamos da tristeza! Uma alma triste está à mercê de muitas
tentações. Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!Por outro lado, quando a alma está alegre, abre-se e é
estímulo para os outros; quando está triste obscurece o ambiente e faz mal aos
que tem à sua volta.
A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós mesmos
esquecendo os outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo próprio
dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os outros. Em
contrapartida, com o cumprimento alegre dos nossos deveres, podemos fazer muito
bem à nossa volta, pois essa alegria leva a Deus.
“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem chegará e
não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em Jesus
encontraremos o sentido da nossa vida.
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