II
DOMINGO DO ADVENTO – ANO B
(10/12/2017)
O
ESPÍRITO DO BATISTA!
Advento!
Tempo de se preparar para acolher o Senhor que vem! Por mais escuro
que esteja o horizonte à nossa frente, precisamos acreditar que dias
melhores virão, pois Deus é fiel e não abandona seu povo.
No
segundo domingo do Advento, João Batista aparece como uma voz no
deserto, fazendo um apelo à conversão, para preparar o caminho do
Senhor!
Na
linha da pregação de João Batista (cf. Mc 1, 1-8), acodem-me à
mente as palavras do Profeta Isaías: “Uma voz clama: abri no
deserto um caminho para o Senhor […]. Que todo vale seja aterrado,
que toda montanha e colina sejam abaixadas… Subi a uma alta
montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz…,
dizei às cidades de Judá: “Eis o vosso Deus!” (Is
40, 1-5.9-11).
Marcos
e Isaías falam da mesma pessoa, porque “o nosso Deus” é
um só e porque em Jesus Cristo é Deus mesmo que “visitou o seu
povo” (Lc 7,16).
Está
na hora de retomar a boa notícia sobre Jesus Cristo, Filho de Deus,
para gritá-la com força (é o sentido do Kerigma!) em Jerusalém e
nas cidades de Judéia, isto é, na Igreja e fora da Igreja.
João
Batista nos oferece um esplêndido exemplo de proclamação do
Evangelho. O que o Batista compreendeu a respeito de Jesus é que se
trata de alguém de que ele não é sequer digno de aproximar-se para
desatar-lhe as sandálias; que é “o mais forte”, aquele que
batizará no Espírito Santo e que desafiará, por assim dizer, o
mundo a ferro e fogo!
João
Batista teve a capacidade de fazer sentir Cristo “perto”, às
portas (Jo 1,26), como alguém que está “no meio” dos homens e
não como uma abstração mental; como alguém que já tem na mão a
pá (Mt 3,12) e se apresenta para atuar o juízo, por isso não há
mais tempo a perder. A força de seu anúncio estava em sua humildade
(Jo 3,30): Importa que ele cresça e eu diminua, em sua austeridade e
em sua coerência.
Hoje
precisamos de anúncios inspirados e corajosos, como os de Isaías e
de João Batista; diante deles o mundo não poderia ficar insensível,
como acontece quando se fala de Jesus Cristo só com sabedoria de
palavras, com livros que não acabam mais, mas sem a força e sem a
coerência de vida.
Toda
a essência da vida de João, desde o seio materno, esteve
subordinada a essa missão! João se entrega totalmente nessa missão,
dedicando-se a ela, não por gosto pessoal, mas por ter sido
concebido para isso. E vai realizar a sua missão até o fim, até
dar a vida, no cumprimento da sua vocação.
Foram
muitos os que conheceram Jesus graças ao trabalho apostólico do
Batista. Os primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação
expressa dele e muitos outros se prepararam interiormente para
segui-Lo, graças à sua pregação.
É
bela a Vocação de João Batista! A vocação abarca a vida inteira
e leva a fazer girar tudo em torno da missão divina. Cada homem, no
seu lugar e dentro das suas próprias circunstâncias, tem uma
vocação dada por Deus; de que ela se cumpra dependem outras coisas
queridas pela vontade divina!
“Eu
sou a voz que clama no deserto!” João Batista não é mais do
que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua
vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função
de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer
cristão. O importante da nossa vida é Jesus!
À
medida que Cristo se vai manifestando, João procura ficar em segundo
plano, ir desaparecendo. Dizia São Gregório: “João Batista
perseverou na santidade porque se conservou humilde no seu coração.”
Como
precursor, indica-nos o caminho que devemos seguir! Na ação
apostólica pessoal- enquanto preparamos os nossos amigos para que
encontrem o Senhor-, devemos procurar não ser o centro. O importante
é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado.
Sem
humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E
então a nossa vida ficaria vazia.
Não
somos apenas precursores! Somos também testemunhas de Cristo.
Recebemos, com a graça batismal e a Crisma, o honroso dever de
confessar a fé em Cristo, com as nossas ações e com a nossa
palavra. Que tipo de testemunhas nós somos? Como é o nosso
testemunho cristão entre os nossos colegas, na família?
Temos
que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho.
“Também conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros
possam dizer: este é cristão porque não odeia, porque sabe
compreender, porque não é fanático, porque está acima dos
instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimento de paz,
porque ama” (É Cristo que passa, nº 122).
Nesse
tempo do Advento, encontramos muitas pessoas olhando em outra
direção, de onde não virá ninguém; ou onde outros estão
debruçados sobre os bens materiais, como se fossem o seu último
fim; mas eles jamais satisfarão o seu coração! Cabe a nós
apontar-lhes o Caminho. A todos! Diz-nos Santo Agostinho: “Sabeis
o que cada um de nós tem que fazer em casa, com o amigo, com o
vizinho, com os dependentes, com o superior com o inferior. Não
queirais, pois, viver tranquilos até conquistá-los para Cristo,
porque vós fostes conquistados por Cristo.”
A
nossa família, os amigos, os colegas de trabalho, as pessoas que
vemos com frequência, devem ser os primeiros a beneficiar-se do
nosso amor por Deus. Com o exemplo e com a oração, devemos chegar
até mesmo àqueles com quem não temos ocasião de falar
habitualmente, porém, não devemos nos esquecer que é a graça de
Deus, não as nossas forças humanas, que consegue levar as almas ao
Senhor!
Que
o Senhor nos ilumine para descobrirmos, em nossa vida, quais as
estradas tortuosas temos que endireitar para chegar até Ele. E quais
os vales a preencher na vida profissional, na vida espiritual, na
vida familiar, na vida de comunidade?
Possamos
perceber que temos que abaixar nosso orgulho, nossa auto -
suficiência!
Deus
quer servir-se de nós para preparar os homens de hoje para a vinda
de Cristo no Natal desse ano.
Temos
o mesmo espírito de João Batista?
UM
APELO À CONVERSÃO
(S. João Batista - Philippe de Champagne - 1657)
No
segundo domingo do Advento ouvimos a voz profética de Isaías e de
João Batista que nos faz um apelo de conversão para a vinda do
Senhor.
O
Senhor vem… O Salvador está para chegar e o mundo continua, como
de costume, na indiferença mais completa.
É
neste tempo litúrgico que a Igreja propõe à nossa meditação a
figura de João, o Batista. Este é aquele de quem falou o profeta
Isaías dizendo: “Voz do que clama no deserto; preparai os
caminhos do Senhor, endireitai suas veredas”. A missão de João
Batista foi a de ir à frente do Senhor para preparar os seus
caminhos…
Esta
seria sua vocação: preparar para Jesus um povo capaz de receber o
Reino de Deus e, por outro lado, dar testemunho público dEle. Não
se dedicará a essa missão por gosto pessoal, mas por ter sido
concebido para isso! E irá realizá-la até o fim, até dar a vida
no cumprimento da sua vocação.
Os
primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação expressa dele e
muitos outros se prepararam interiormente para segui-Lo graças à
sua pregação.
A
vocação abarca a vida inteira e leva a fazer girar tudo em torno da
missão divina. Cada homem, no seu lugar e dentro das suas próprias
circunstâncias, tem uma vocação dada por Deus; de que ela se
cumpra dependem muitas outras coisas queridas pela vontade divina.
Preparai
os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas… O Batista é a
voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua
personalidade. Todo seu ser está definido em função de Jesus, como
teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer Cristão. O
importante de nossa vida é Jesus!
O
Precursor indica-nos também a nós o caminho que devemos seguir: o
importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado. Só Ele
tem palavras de vida eterna, só nEle se encontra a salvação. A
atitude de João é uma clara e enérgica advertência contra o
desordenado amor próprio que sempre nos incita a colocar-nos
indevidamente em primeiro plano. Uma preocupação de singularidade,
a ânsia de sermos protagonistas, não deixaria lugar para Jesus. Sem
humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E
então a nossa vida ficaria vazia.
Que
tipo de testemunhas nós somos? Como é nosso testemunho Cristão
entre os nossos colegas, na família? Tem força suficiente para
persuadir os que ainda não crêem em Jesus, os que ainda não o
amam, os que têm uma idéia falsa a seu respeito?
Temos
que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho.
Dizia São Josemaría Escrivá: “Grande é a nossa
responsabilidade, porque ser testemunha de Cristo implicará, antes
de mais nada, procurar comporta-se segundo a sua doutrina, lutar para
que nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima.
Temos que conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros
possam dizer: este é Cristão porque não odeia, porque sabe
compreender, porque não é fanático, porque é sacrificado, porque
manifesta sentimentos de paz, porque ama” ( É Cristo que passa,
122)
“Preparai
o caminho de Senhor e endireitai suas estradas”. João aponta
um caminho de purificação e de conversão!
Durante
o tempo do Advento, preparando-nos para o Natal, busquemos o
Sacramento da Penitência (Confissão) como um gesto que manifesta a
vontade de conversão e esperança dos tempos novos. O Sacramento da
Confissão é um encontro privilegiado com Deus que salva e perdoa!
–
Quais são os vales a serem preenchidos? (vazios, omissões…)
–
Os montes a serem abaixados? (orgulho, vaidade, ambição…)
-Os
caminhos a serem endireitados? (egoísmo, ganância, ódio…)
A
nossa grande alegria será termos aproximado de Jesus, como fez o
Batista, muitos que estavam longe ou se mostravam indiferentes, sem
perdermos de vista que é a graça de Deus, não as nossa forças
humanas, que consegue levar as almas ao Senhor. Ensinava Sto.
Agostinho: “Não queirais viver tranquilos até conquistá-los
para Cristo, porque vós fostes conquistados por Cristo”.
Deus
quer se servir de nós, de você, para preparar os homens de hoje,
para a vinda do Cristo, no Natal desse ano…
MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE REGIÃO RIO II
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