terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Homilía de Ano Novo - Santa Mãe de Deus e Nossa



Mãe de Deus e Nossa
Mons. José Maria Pereira

No oitavo dia de Natal, a Igreja celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. É o dia 1º de janeiro, abertura de um ano civil e celebra-se também o DIA MUNDIAL DA PAZ.
A piedade cristã plasmou de mil formas diferentes a festa da Mãe de Deus que celebramos hoje! Um exemplo disso é que inúmeras são as imagens de Maria com o Menino nos braços. A Maternidade de Maria é o fato central que ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento dos outros privilégios com que Deus quis adorná-la.
Maria é a Senhora, cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos céus em corpo e alma. A Bíblia fala-nos dela como a mais excelsa de todas as criaturas, a bendita, a mais louvada entre as mulheres, a cheia de graça (Lc 1,28), Aquela que todas as gerações chamarão bem-aventurada (Lc 1,48).
A Igreja ensina-nos que Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua maternidade divina. Diz o Concilio Vaticano II, na Lumen Gentium, 63: “Ela, pela graça de Deus, depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e todos os homens.”
Ensina S. Paulo: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei...” (Gl 4,4). Jesus não apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas puríssimas da Virgem Maria. Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por Deus Pai. Enquanto homem, nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira –diz por isso São Cirilo- que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a Santíssima Virgem deve ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que a Santíssima Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe de Deus? Esta é a fé que os discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que não tenham empregado essa expressão. Assim nos ensinaram os Santos Padres”.
“Quando a Virgem respondeu livremente Sim àqueles desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para sempre –sem confusão- a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus” (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 274).
“Concebendo Cristo, gerando-o, alimentando-o, apresentando-o ao Pai no templo, padecendo com seu Filho quando morria na Cruz, cooperou da forma inteiramente ímpar com a obra do Salvador mediante a obediência, a fé, a esperança e a ardente caridade, a fim de restaurar a vida sobrenatural das almas. Por isso Ela é nossa Mãe na ordem da graça” (LG,61).
Jesus deu-nos Maria como Mãe nossa no momento em que, pregado na Cruz, dirigiu à sua Mãe estas palavras: “Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe” (Jo 19,26-27). Desde aquele dia, toda a Igreja a tem por Mãe; e todos os homens a têm por Mãe. Todos entendemos como dirigidas a cada um de nós as palavras pronunciadas na Cruz.
Quando Cristo dá a sua Mãe por Mãe nossa, manifesta o amor aos seus até o fim. Quando a Virgem Maria aceita o Apóstolo João como seu filho, mostra o seu amor de Mãe para com todos os homens.
Hoje também é o Dia Mundial da Paz, dedicado ao tema: “Educar os jovens para a justiça e para a paz”.
Diz o Santo Padre Bento XVI: “O início de um NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.” Continua o Papa: “Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No Salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor “mais do que a sentinela pela aurora” (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação.” O Papa diz que queria revestir a Mensagem duma perspectiva educativa: “Educar os jovens para a justiça e a paz”, convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
Hoje, primeiro dia do ano, rezemos com salmista: Deus nos dê a sua graça e nos abençoe! Sim fomos abençoados. E se abençoados, somos chamados a sermos fonte de benção para nosso próximo. Que a saudação Feliz Ano Novo desperte em nós o propósito de comunicar a paz e a alegria a todos!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Homilia do domingo da Sagrada Familia




Aprender as Lições de Nazaré

Mons. José Maria Pereira

No Domingo após o Natal celebra-se a festa da Sagrada Família Jesus, Maria e José. Deus quis manifestar-se aos homens integrado numa família humana. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio vivo. Pode-se dizer que hoje celebramos o verdadeiro Dia da Família!
A Palavra de Deus em (Eclo. 3, 3 – 7. 14 – 17) lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se deles na velhice, ter piedade, isto é, respeito e dedicação para com eles; isto é cumprimento da vontade de Deus.
São Paulo, em Cl 3, 12 – 21, enumera as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportar-se uns aos outros com amor, perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera, tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.
A Sagrada Família é proposta pela Igreja como modelo de todas as famílias cristãs: na casinha de Nazaré, Deus ocupa sempre o primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado.
Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e alegres, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar a Deus.
Cada lar cristão tem na Sagrada Família o seu exemplo mais cabal; nela, a família cristã pode descobrir o que deve fazer e como deve comportar-se, para a santificação e a plenitude humana de cada um dos seus membros. Diz o Papa Paulo VI: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus entre os homens. Aqui se aprende até, talvez insensivelmente, a imitar essa vida”.
A família é a forma básica e mais simples da sociedade. É a principal escola de todas as virtudes sociais. É a sementeira da vida social, pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos outros, o sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a coordenação amorosa entre os diversos modos de ser. Está comprovado que a saúde de uma sociedade se mede pela saúde das famílias. Esta é a razão pela qual os ataques diretos à família (como divórcio, aborto, união de pessoas do mesmo sexo) são ataques diretos à própria sociedade, cujos resultados não tardam a manifestar-se.
O Messias quis começar a sua tarefa redentora no seio de uma família simples, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade humana que Jesus santificou com a sua presença.
Hoje, de modo muito especial, pedimos à Sagrada Família por cada um dos membros da nossa família e pelo mais necessitado dentre eles.
Maria, Rainha da Família, rogai por nós!

sábado, 21 de dezembro de 2013

Preparação para o Natal




                     Aos queridos casais equipistas,

                    Vamos nos preparar para esse Natal, pedindo a presença do Senhor Jesus em nossas  famílias, que  seja   um Natal  de transformação   em  nossas  vidas, e  que observando  a Sagrada Família  possamos  entender  que  Deus  quis vir  ao  mundo e pertencer a uma família.
                    Hoje, muitos  tentam desvalorizar,  atacar  e  destruir as  famílias, tentam banalizar a união  entre um homem e uma mulher, e  não percebem  que, junto a Deus,  encontramos o verdadeiro caminho da felicidade e realização, é  a base para os filhos   que  necessitam de segurança e  exemplo  para uma formação perfeita.
                     Vamos nos preparar com orações e entrega ao Senhor, vamos louvar ao Senhor Jesus por esse Natal.
                     Vamos agradecer a Deus pela sua presença em nosso meio, vamos abraçar cada membro de nossa família e dizer “Você é muito importante para mim”.

                      Que o Senhor Jesus abençoe a todas as famílias!

                       Um grande abraço a todos!

 Janete e Marco Antônio.
  CRS - ITAIPAVA

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

FOTOS DA NOSSA FUTURA EQUIPE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE






Queridos irmãos equipistas
O homem e a mulher, unidos no amor, são a parábola viva da comunidade divina. 
            Queremos partilhar com vocês a alegria de servir ao movimento das Equipes de Nossa Senhora como casal coordenador de experiência comunitária.
            No último dia 02/12/2013 realizamos a última reunião da experiência comunitária, realizada com sete casais, há pouco mais de um ano. Nesta reunião tivemos a alegria de contar com a presença do casal equipista Cássia Valéria e Carlinhos (Equipe 02), que será o casal piloto destes jovens casais.  

            Após a oração inicial invocando a presença do Espírito santo em nosso meio, rezamos o Magnificat. Meditamos o Evangelho do dia - Mt 8,5-11 – no qual Jesus cura o empregado de um oficial romano.

            O momento da partilha da Palavra foi muito intenso e marcou a todos os casais presentes, cada um trouxe a sua realidade para o Evangelho de Jesus, e nosso compromisso foi no sentido de deixar Jesus entrar e reinar em nossas casas, em nossas famílias.

            Realizamos uma reflexão sobre a caminhada realizada até então, com os seguintes questionamentos:

Ø  Que avaliação fazemos da qualidade da partilha na Experiência Comunitária, como meio de progresso na espiritualidade conjugal?
Ø  Que recebemos dos outros casais?
Ø  De que maneira o SCE pôde contribuir para este crescimento?
Ø  Nossos encontros tiveram como propósito a vivência de ocasiões de aprofundamento sobre a vida conjugal? (Exemplo: restabelecer o diálogo conjugal, Meditação da palavra em casal, a Oração conjugal, a busca da Eucaristia etc)
Ø  Puderam aproveitar essas vivências? De que maneira?  

07. Invocação da nova Equipe: Nossa Senhora de Guadalupe – Padroeira da América Latina.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Homilia Dominical dia 22/12/2013 Mt 1, 18-24



O Emanuel e a Virgem
 Mons. José Maria Pereira

            No domingo que precede o Natal, o IV Domingo do Advento, o Profeta Isaías nos diz: “O próprio Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14).
            E no Evangelho (Mt 1,18-24) é descrito que a profecia se cumpriu em Maria, que em sua virgindade deu à luz Jesus Cristo. Tudo isto, comenta o Evangelista, aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta (Mt 1,22).
            Os textos bíblicos nos introduzem no coração do Natal. O mistério do Natal é este: Deus, em Jesus Cristo, se fez Emanuel, o Deus conosco. De “Deus altíssimo” se tornou um Deus próximo, um Deus para os homens. E esse é o novo nome com que será conhecido: Emanuel. O que significa tudo isso? Deus estava com o homem desde a criação. Mas era um diálogo a distância, feito por meio dos profetas. Havia entre Deus e o homem uma aliança, mas difícil e precária. Em Cristo, Deus entrou pessoalmente na humanidade, em carne e osso; fez-se um de nós, para nos falar e nos salvar por meio de nossa situação de pecado. A aliança se tornou nova e eterna: eterna, porque as duas partes – Deus e o homem – já são uma só pessoa, um ser não mais divisível: Jesus Cristo.
Dentro de poucos dias veremos Jesus reclinado numa manjedoura, o que é uma prova de misericórdia e do amor de Deus. Poderemos dizer: “Nesta noite de Natal, tudo pára dentro de mim. Estar diante d’Ele; não há nada mais do que Ele na branca imensidão. Não diz nada, mas está aí... Ele é o Deus amando-me. E se Deus se faz homem e me ama, como não procurá-Lo? Como perder a esperança de encontrá-Lo, se é Ele que me procura? Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades exteriores e a nossa miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal que se aproxima.
Faltam poucos dias para que vejamos no presépio Aquele que os profetas predisseram, que a Virgem esperou com amor de mãe, que João anunciou estar próximo e depois mostrou presente entre os homens.
Desde o presépio de Belém até o momento da sua Ascensão aos céus, Jesus Cristo proclama uma mensagem de esperança. Ele é a garantia plena de que alcançaremos os bens prometidos. Olhamos para a gruta de Belém, em vigilante espera, e compreendemos que somente com Ele poderemos aproximar-nos confiadamente de Deus Pai.
Nas festas que celebramos por ocasião do Natal, lutemos com todas as nossas forças, agora e sempre, contra o desânimo na vida espiritual, o consumismo exagerado, e a preocupação quase exclusiva pelos bens materiais. Na medida em que o mundo se cansar da sua esperança cristã, a alternativa que lhe há de restar será o materialismo, do tipo que já conhecemos; isso e nada mais. Por isso, nenhuma nova palavra terá atrativo para nós se não nos devolver à gruta de Belém, para que ali possamos humilhar o nosso orgulho, aumentar a nossa caridade e dilatar o nosso sentimento de reverência com a visão de uma pureza deslumbrante.
O Espírito do Advento consiste em boa parte em vivermos unidos à Virgem Maria neste tempo em que Ela traz Jesus em seu seio.
A devoção a Nossa Senhora é a maior garantia de que não nos faltarão os meios necessários para alcançarmos a felicidade eterna a que fomos destinados. Maria é verdadeiramente “porto dos que naufragam, consolo do mundo, resgate dos cativos, alegria dos enfermos” (Santo Afonso M. de Ligório). Nestes dias que precedem o Natal e sempre, peçamos-Lhe a graça de saber permanecer, cheios de fé, à espera do seu Filho Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas.
A Virgem Maria nos convida a admirar o que o Senhor operou nela e a acreditar na vitória da vida onde nós só enxergamos sinais de morte.
No Natal, Deus vem ao encontro dos homens para oferecer a Salvação. Esse encontro só será possível se tivermos o coração disponível para O acolher e para abraçar a sua proposta.
Se como Maria e José abrirmos o coração para acolhermos a mensagem de Deus, toda a nossa vida será um NATAL PERENE, um contínuo DEUS-CONOSCO.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL DE Pe. Luis Garcia Mello

                                           Pe. Luis Garcia Mello

"Meu sonho é ver  todo o mundo louvando ao Senhor, meu sonho é um dia ver todo o mundo exaltando ao Senhor, o meu sonho é que todos possam um dia sentir e experimentar o amor de Deus."



                   Na quarta-feira, dia 11 de Dezembro 2013, foi celebrado o Jubileu de Prata Sacerdotal do  querido Padre Luis Garcia Mello, momento em que Padre Luis pôde relembrar toda a sua trajetória na Diocese de Petrópolis.
                   Pudemos relembrar das primeiras músicas, quando ainda seminarista, Padre Luis, compunha letras repletas do amor de Deus, músicas que converteram tantos, que curaram tantas pessoas.
                   Padre Luis nos alegra com sua simplicidade e nos exorta com sua radicalidade ao seguimento de Jesus, um homem que se doou totalmente  e através de seu testemunho  nos dá a certeza da felicidade eterna. Alegra-nos com suas canções:
                   “Venha ser sal da Terra, venha ser luz do mundo e ver a vida jorrar.”
                    “Quero Senhor te servir, por que tu és o caminho que devo seguir.”
                    Parabéns Padre Luis, pelo Jubileu de Prata, e que o senhor continue sempre sendo o sal da terra, e exemplo de serviço e doação a Deus e ao próximo.

                      Nossa Senhora do Amor Divino, rogai por nós!

Janete e Marco Antônio.
CRS - ITAIPAVA
 

Homilía Dominical dia 15/12/2013. Mt. 11, 2-11.





A Verdadeira Alegria

Mons. José Maria Pereira

            Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um convite à alegria! “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito,alegrai-vos” (Fl 4, 4-7), exorta S. Paulo.
            O mundo vive carente da verdadeira alegria!
            Os textos bíblicos do III Domingo do Advento são um convite muito forte a ALEGRIA, porque o Senhor, que esperamos, já está conosco e com Ele preparamos o Advento do seu Reino.
            O profeta Isaías (Is 35, 1-6.10) nos faz reviver a espera que precedeu a primeira vinda de Cristo e as esperanças que a animaram. Isaías deseja despertar e fortalecer a esperança dos exilados. O povo atravessava um dos piores períodos de sua história: Jerusalém e o Templo destruídos, o povo deportado na Babilônia.
            Mesmo assim, o Profeta prevê a ALEGRIA dos tempos messiânicos: fala do deserto que vai florir, da tristeza que vai dar lugar à alegria, Ele libertará os cegos, os coxos, os mudos de suas doenças...
            No Evangelho (MT 11, 2-11) encontramos Jesus realizando o que Isaías profetizou.
            João Batista está preso, por Herodes, por reprovar o seu comportamento. No cárcere ouve falar das obras de Cristo... Perplexo, envia a Jesus dois discípulos com uma pergunta bem concreta: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar por outro?” (Mt 11, 3).
            Jesus responde-lhes apontando os sinais concretos de libertação, já anunciados por Isaías há muito tempo: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11, 4-5).
            Na Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, o Papa Francisco nos lembra que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.”
            A alegria do Advento e a de cada dia é porque Jesus está muito perto de nós.A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é uma caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da presença de Deus no coração de uma pessoa.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos em diversas ocasiões. E o evangelista irá sublinhando repetidas vezes que os Apóstolos “se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20). Eles não esquecerão nunca esses encontros em que as suas almas experimentaram uma alegria indescritível.
Poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não tivermos os olhos turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade. Quando, para encontrar a felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que leva a Deus, no fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há alegria verdadeira. Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a encontrá-Lo, é fonte de uma alegria profunda e sempre nova.
O cristão deve ser um homem essencialmente alegre. Mas a sua alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo, que traz a justiça e a paz, e que só Ele pode dar e conservar, porque o mundo não possui o seu segredo.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha para fora, quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz solidão porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si, porque encontra a Deus na sua alma em Graça. Esta é a fonte da sua alegria! Não nos é difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de alegria com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e passageira. A alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades. É compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor. Nada nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua fonte.
A nossa alegria deve ter um fundamento sólido. Não se pode apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranqüilidade, situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem desligadas de Deus,mas que por si mesmas são insuficientes para nos proporcionarem a verdadeira alegria.
O Senhor pede que estejamos sempre alegres! Só Ele é capaz de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar: “Não temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.
Fujamos da tristeza! Uma alma triste está à mercê de muitas tentações. Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!Por outro lado, quando a alma está alegre, abre-se e é estímulo para os outros; quando está triste obscurece o ambiente e faz mal aos que tem à sua volta.
A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós mesmos esquecendo os outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo próprio dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os outros. Em contrapartida, com o cumprimento alegre dos nossos deveres, podemos fazer muito bem à nossa volta, pois essa alegria leva a Deus.
“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem chegará e não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em Jesus encontraremos o sentido da nossa vida.
Que a nossa alegria seja um testemunho muito forte de que Cristo já está no meio de nós.