IMACULADA
CONCEIÇÃO DE MARIA
Mons.
José Maria Pereira
No tempo do Advento, caminhando para
o Natal, somos convidados a olhar para Maria, a IMACULADA, e reconhecer nela o
modelo de como acolher Jesus, que está chegando.
Dizer que Maria é Imaculada, significa que ela, desde o primeiro
instante de sua existência- no momento de sua concepção-, foi isenta do pecado
original. Ensina o Concílio Vaticano II: “A Mãe de Jesus, dando à luz do mundo
a própria Vida que tudo renova... foi adornada por Deus com dons dignos de uma
tão grande missão... enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição,
com os esplendores de uma santidade singular” (LG 56). A saudação do Arcanjo
Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28),
constitui o mais válido testemunho da conceição imaculada de Maria, pois não
seria “cheia de graça”, em sentido pleno, se o pecado a tivesse manchado, ainda
que fosse por um instante apenas.
A Igreja reza e ensina: “Ó Deus, que preparastes uma digna habitação
para o vosso Filho, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preservando-a de
todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo...”.
Deus preparou Aquela que seria a Mãe do seu Filho com todo o seu Amor
infinito.
Disse o Papa João Paulo II: “Na Virgem puríssima, resplandecente,
fixamos os nossos olhos, como a Estrela que nos guia pelo céu escuro das
expectativas e incertezas humanas, especialmente neste dia em que, sobre o
fundo da liturgia do Advento, brilha esta solenidade anual da tua Imaculada Conceição
e te contemplamos na eterna economia divina como Porta aberta através da qual
deve vir o Redentor do mundo” (Alocução, 8 -12-1982)
A festa da Imaculada nos toca profundamente se a compreendemos à luz
das palavras de São Paulo: “Deus nos escolheu, em Cristo, antes da fundação do
mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor” (Ef
1,4).
Todos, portanto, somos chamados a ser santos e irrepreensíveis; é o
nosso mais verdadeiro destino; é o projeto de Deus para nós.
Maria é o modelo de santidade para todos nós! Nós não nascemos
imaculados como Maria nasceu, por singular privilégio de Deus; o mal, pelo
contrário, está em todas as nossas fibras e nas mais variadas formas. Estamos
cheios de rugas: ruga é nossa preguiça, ruga a soberba, ruga a sensualidade
desordenada que torna o espírito tão refratário à visita de Deus. Eliminar
estas rugas e purificar-nos é trabalho de toda a existência: trabalho difícil e
extenuante, mas indispensável, já que nada de impuro pode comparecer diante de
Deus.
Maria está diante de nós, como um auxílio poderoso, neste trabalho de
purificação e de recuperação da imagem de Deus. Maria é modelo de santidade.
Sem dúvida, foi o Espírito Santo quem ensinou, em todas as épocas, que
é mais fácil chegar ao Coração do Senhor por meio de Maria. Por isso, temos de
fazer o propósito de buscar sempre um trato muito íntimo com a Virgem, de
caminhar por esse atalho para chegarmos antes a Cristo: “conservai zelosamente
esse terno e confiado amor à virgem. Não o deixeis esfriar nunca... Sedes fiéis
aos exercícios de piedade mariana tradicionais na Igreja: a oração do Angelus,
o mês de Maria e, de modo muito especial, o Rosário”, anima-nos o Papa João
Paulo II.
Se cumprirmos o nosso propósito de recorrer com mais frequência à
Virgem, desde o dia de hoje, verificaremos que “Nossa Senhora é descanso para
os que trabalham, consolo dos que choram, remédio para os enfermos, porto para
os que encontram no meio da tempestade, perdão para os pecadores, doce alívio
dos tristes, socorro para os que rezam” (São João Damasceno).
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