Pastor - Jovens - Vocações
Mons. José Maria Pereira
O Quarto Domingo da
Páscoa é o domingo do BOM PASTOR. Depois
de várias aparições de Cristo ressuscitado às mulheres, aos apóstolos, aos
discípulos, hoje Jesus se apresenta como o BOM PASTOR! É um título de Cristo
muito familiar aos primeiros cristãos.
A liturgia
deste domingo convida-nos a meditar na misericordiosa ternura de nosso
Salvador, para que reconheçamos os direitos que Ele adquiriu sobre cada um de nós
com a sua morte. No
Evangelho (Jo 10, 27-30) Jesus se apresenta como o BOM PASTOR. É uma catequese
sobre a missão de Jesus: conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes
cristalinas, de onde brota a vida em plenitude. O
Bom Pastor aparece numa atitude de ternura com as ovelhas... Ele as conhece,as
chama pelo nome, caminha com elas e estas O seguem. Elas escutam a Sua voz,
porque sabem que as conduz com segurança. Em contraste com o pastor, aparece a figura dos ladrões e dos bandidos. São todos
os que se apresentam como Pastor, ou até falam em nome de Cristo, mas procuram
somente vantagens pessoais. Além do título de Bom Pastor, Cristo aplica-Se a Si
mesmo a imagem da porta pela qual se entra no aprisco das ovelhas que é a
Igreja. Ensina o Concílio Vaticano II:” A Igreja é o redil, cuja única porta e
necessário pastor é Cristo (LG,6). No redil entram os pastores e as ovelhas.
Tanto uns como outras hão de entrar pela porta que é Cristo. “ Eu, pregava
Santo Agostinho, querendo chegar até vós, isto é, ao vosso coração, prego-vos
Cristo: se pregasse outra coisa, quereria entrar por outro lado. Cristo é para
mim a porta para entrar em vós: por Cristo entro não nas vossas casas, mas nos
vossos corações. Por Cristo entro gozosamente e escutais-me ao falar d Ele. Por
quê? Porque sois ovelhas de Cristo e fostes compradas com o Seu Sangue”. “...
e as ovelhas O seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10,4). Ora, a Igreja é
Cristo continuado! Diz São Josemaria Escrivá: “Cristo deu à Sua Igreja a
segurança da doutrina, a corrente de graça dos sacramentos; e providenciou para
que haja pessoas que nos orientem, que nos conduzam, que nos recordem
constantemente o caminho. Dispomos de um tesouro infinito de ciência: a Palavra
de Deus guardada pela Igreja; a graça de Cristo, que se administra nos
Sacramentos; o testemunho e o exemplo dos que vivem com retidão ao nosso lado e
sabem fazer das suas vidas um caminho de fidelidade a Deus” (Cristo que passa,
nº 34). Jesus é a porta das ovelhas! Para as ovelhas significa que Jesus é o
único lugar de acesso para que as ovelhas possam encontrar as pastagens que dão
vida. Para os cristãos, o
Pastor por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o
rebanho de Deus... Portanto, Cristo deve conduzir as nossas escolhas. Quem nos conduz? Qual é a voz que escutamos? A voz da
política, a voz da opinião pública, a voz do comodismo e da instalação, a voz
dos nossos privilégios, a voz do êxito e do triunfo a qualquer custo, a voz da
novela? A voz da televisão? Cristo é o nosso Pastor! Ele Conhece
as ovelhas e as chama pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação muito
pessoal. A
existência humana é bem complexa para que se possa vivê-la com segurança absoluta.
Jesus, porém, oferece a quem O segue a direção exata e a proteção eficaz para
evitar os elementos que podem prejudicar. Afirma o Sl 22(23): “ Mesmo que eu
passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei;estais comigo...”. O
Divino Pastor é quem pode, realmente, ajudar, salvar e conservar a vida. Ele
afirmou: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,
10). Para distinguir a
Voz do Pastor é preciso três coisas: - Uma vida de oração intensa; um confronto
permanente com a Palavra de Deus e uma participação ativa nos sacramentos, onde
recebemos a vida, que o Pastor nos oferece. Nesse
domingo celebramos 50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. O Papa Bento XVI,
enviou a Mensagem no dia 06 de outubro de 2012. Nessa mensagem o Papa convida a
todos para refletir sobre o tema “As Vocações, sinal da esperança fundada na
fé”, no contexto do Ano da Fé e no cinquentenário da abertura do Concílio
Ecumênico Vaticano II.
Deseja o Papa que “não faltem
sacerdotes que mostrem a fecundidade de um compromisso entusiasmante, que
confere um sentido de plenitude à própria existência, porque fundado sobre a fé
n’Aquele que nos amou primeiro (cf. Jo 4,19).”
Continua o Papa: “Do mesmo modo,
desejo que os jovens, no meio de tantas propostas superficiais e efêmeras,
saibam cultivar a atração pelos valores, as metas altas, as opções radicais por
um serviço aos outros, seguindo os passos de Jesus. Amados jovens, não tenhais
medo de O seguir e de percorrer os caminhos exigentes e corajosos da caridade e
do compromisso generoso. Sereis felizes por servir, sereis testemunhas daquela
alegria que o mundo não pode dar, sereis chamas vivas de um amor infinito e
eterno, aprendereis a “dar a razão da vossa esperança” (1Pd 3,15).”
O próprio Jesus pediu: “Rogai ao
Dono da messe para que mande operários...”
Acolhamos o apelo do Papa e façamos
já dessa celebração um momento forte de oração pelas vocações...
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