Homilia do Mons. José Maria
– Solenidade da Epifania do Senhor
ENCONTRO – CONVERSÃO – MISSÃO
A Igreja celebra a Epifania, isto é, a manifestação
do Senhor ao mundo inteiro. Os Magos representam os povos de todas as línguas e
nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus (cf. Mt 2,
1-12).
Nos Reis Magos, vemos milhares de almas de toda a
terra que se procuram o Senhor para adorá-Lo. Passaram-se
vinte séculos desde aquela primeira adoração, e esse longo desfile do mundo
inteiro continua chegando a Cristo.
A festa da Epifania incita todos os fiéis a
partilharem dos anseios e fadigas da Igreja, que “ora e trabalha ao mesmo
tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do
Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG 17). Nós podemos ser daqueles que,
estando no mundo, imersos nas realidades temporais, viram a estrela de uma
chamada de Deus e são portadores dessa luz interior que se acende em
consequência do trato diário com Jesus. Sentimos, pois, a necessidade de fazer
com que muitos indecisos ou ignorantes se aproximem do Senhor e purifiquem a
sua vida.
A Epifania é a festa da fé e do apostolado da fé.
“Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como os que procuram
alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, que cada ano se torna mais
consciente da amplitude da sua missão. A quantos é necessário levar ainda a fé!
Quantos homens é preciso ainda reconquistar para a fé que perderam, numa tarefa
que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão!
A Epifania recorda-nos que devemos esforçar-nos por
todos os meios ao nosso alcance para que todos os nossos amigos, familiares e
colegas se aproximem de Jesus.
Os Magos, seguindo a estrela, encontram o lugar
onde estava o Salvador com Maria e José. E voltaram às suas regiões por outro
caminho.
Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho. Toma
outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como
o Caminho. O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas. Já não
podem voltar a Herodes. Voltaram por outro caminho à sua região. Importa seguir
a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à
estrela. A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias
Salvador: a Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma boa
palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos da vida.
Os Magos seguiram a estrela. Não duvidaram, porque
sua fé era sólida, firme; não titubearam perante a fadiga de tão longa viagem,
porque o seu coração era generoso. Não adiaram a viagem para mais tarde, porque
tinham alma decidida. É importante aprender dos Magos a virtude da
perseverança: mesmo durante o tempo em que a estrela se ocultou aos seus
olhares continuaram à procura do Menino! Também nós devemos perseverar na
prática das boas obras, mesmo durante as mais obscuras trevas interiores. É a
prova do espírito, que somente pode ser superada num intenso exercício de fé.
Sei que Deus assim o quer, devemos repetir nesses momentos: Sei que Deus me
chama e isso basta! “Sei em quem pus a minha confiança” (2Tm 1, 12).
Sejamos estrelas que vão indicando o caminho ao
próximo para que ele encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos
estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo. Isso na família, na Igreja e
na sociedade. Que na festa da Epifania nos deixemos guiar pela estrela,
iluminar por ela, e poderemos ser luz para os outros.
Peçamos à Virgem Maria que nos conduza ao seu Filho
Jesus. Os Reis Magos tiveram uma estrela. Nós temos Maria!
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