sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
BOAS FESTAS!
BOAS FESTAS!
Que Deus abençoe a todos, e a sua presença seja constante em nossas vidas durante o ano novo.
Pedimos a intercessão de Santa Maria Mãe de Deus, junto a seu filho Jesus, por todos nós e agradecemos pelo ano que se finda.
Que Jesus nos cubra com bençãos espirituais e materiais.
Muito amor, paz, alegria, felicidades, SAÚDE, realizações e sempre JESUS NO CORAÇÃO!
FELIZ ANO NOVO !
Homilía Dominical dia 01/01/2017
Mons. José Maria – Santa
Maria Mãe de Deus
No oitavo dia de Natal, a Igreja
celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. É o dia 1º de janeiro, abertura de
um ano civil e celebra-se também o DIA MUNDIAL DA PAZ.
A piedade cristã plasmou de mil
formas diferentes a festa da Mãe de Deus que celebramos hoje! Um exemplo disso
é que inúmeras são as imagens de Maria com o Menino nos braços. A Maternidade
de Maria é o fato central que ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento
dos outros privilégios com que Deus quis adorná-la.
Maria é a Senhora, cheia de graça e
de virtudes, concebida sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos
céus em corpo e alma. A Bíblia fala-nos dela como a mais excelsa de todas as
criaturas, a bendita, a mais louvada entre as mulheres, a cheia de graça (Lc
1,28), Aquela que todas as gerações chamarão bem-aventurada (Lc 1,48).
A Igreja ensina-nos que Maria ocupa,
depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua
maternidade divina. Diz o Concilio Vaticano II, na Lumen Gentium, 63: “Ela,
pela graça de Deus, depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e
todos os homens.”
Ensina S. Paulo: “Quando chegou a
plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a
lei…” (Gl 4,4). Jesus não apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se
realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas
puríssimas da Virgem Maria. Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por
Deus Pai. Enquanto homem, nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira
–diz por isso São Cirilo- que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a
Santíssima Virgem deve ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é
Deus, por que a Santíssima Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe
de Deus? Esta é a fé que os discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que
não tenham empregado essa expressão. Assim nos ensinaram os Santos Padres”.
“Quando a Virgem respondeu livremente
Sim àqueles desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a
natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria.
A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo,
verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a
partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa
Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade que
uniu a si para sempre –sem confusão- a natureza humana. Podemos dizer bem alto à
Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua
mais alta dignidade: Mãe de Deus” (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n.
274).
“Concebendo Cristo, gerando-o,
alimentando-o, apresentando-o ao Pai no templo, padecendo com seu Filho quando
morria na Cruz, cooperou da forma inteiramente ímpar com a obra do Salvador
mediante a obediência, a fé, a esperança e a ardente caridade, a fim de
restaurar a vida sobrenatural das almas. Por isso Ela é nossa Mãe na ordem da
graça” (LG,61).
Jesus deu-nos Maria como Mãe nossa no
momento em que, pregado na Cruz, dirigiu à sua Mãe estas palavras: “Mulher, eis
aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe” (Jo 19,26-27).
Desde aquele dia, toda a Igreja a tem por Mãe; e todos os homens a têm por Mãe.
Todos entendemos como dirigidas a cada um de nós as palavras pronunciadas na
Cruz.
Quando Cristo dá a sua Mãe por Mãe
nossa, manifesta o amor aos seus até o fim. Quando a Virgem Maria aceita o
Apóstolo João como seu filho, mostra o seu amor de Mãe para com todos os
homens.
Hoje também é o Quinquagésimo DiaMundial da Paz, com o tema: A
não – violência: estilo de uma política para a paz.
Hoje, primeiro dia do ano, rezemos
com salmista: Deus nos dê a sua graça e nos abençoes! Sim fomos abençoados. E
se abençoados, somos chamados a sermos fonte de benção para nosso próximo. Que
a saudação Feliz Ano Novo desperte em nós o propósito de comunicar a paz e a
alegria a todos!
Mons. José Maria Pereira
sábado, 24 de dezembro de 2016
Homilia do
Mons. José Maria – Natal
Somos convidados a formar coro com os
anjos: Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na Terra às pessoas de boa
vontade. Chegou a salvação! A luz se manifestou para iluminar os caminhos da
humanidade, que anseia por paz e fraternidade. Deus se torna presente em nosso
meio. A palavra se fez carne e veio morar junto a nós!
Alegremo-nos todos no Senhor! Hoje
nasceu o Salvador do mundo; hoje desceu do céu a verdadeira paz. “Acabamos de
ouvir uma mensagem transbordante de alegria e digna de todo o apreço: Cristo
Jesus, o Filho de Deus, nasceu em Belém de Judá. A notícia faz-me estremecer, o
meu espírito acende-se no meu interior e apressa-se, como sempre, a
comunicar-vos esta alegria e este júbilo”, anuncia São Bernardo. Coloquemo-nos
a caminho para contemplar e adorar Jesus, pois todos temos necessidade dEle; é
unicamente dEle que temos verdadeira necessidade. A verdade é que nenhum caminho
que empreendemos vale a pena se não termina no Menino-Deus.
“Hoje nasceu o nosso Salvador. Não
pode haver lugar para a tristeza, quando acaba de nascer a própria vida, a
mesma que põe fim ao temor da mortalidade e nos infunde a alegria da eternidade
prometida. Ninguém deve sentir-se incapaz de participar de tal felicidade, a
todos é comum o motivo para o júbilo; pois Nosso Senhor, destrutor do pecado e
da morte, como não encontrou ninguém livre de culpa, veio libertar-nos a todos.
Alegre-se o santo, já que se aproxima a vitória. Alegre-se o gentio, já que é
chamado à vida. Pois o Filho, ao chegar a plenitude dos tempos, assumiu a
natureza do gênero humano para reconciliá-la com o seu Criador” (São Leão
Magno). Daqui nasce para todos, como um rio que não pode ser contido, a alegria
destas festas.
Vamos à Gruta de Belém levando o
nosso presente! E talvez aquilo que mais agrade à Virgem Maria seja uma alma
mais delicada, mais limpa, mais alegre por ser mais consciente da sua filiação
divina, mais bem preparada por meio de uma confissão realmente contrita, a fim
de que o Senhor resida com mais plenitude em nós: essa confissão que talvez
Deus esteja esperando há tanto tempo…
Maria e José estão nos convidando a
entrar. E, já dentro, dizemos a Jesus com a Igreja: “Rei do universo, a quem os
pastores encontraram envolto em panos, ajudai-nos a imitar sempre a vossa
pobreza e a vossa simplicidade” (Preces das Laudes de 5 de janeiro).
No presépio contemplamos Jesus, recém
nascido, que não fala; mas é a Palavra eterna do Pai. Já se disse que o
Presépio é uma cátedra. Nós deveríamos hoje “entender as lições que Jesus nos
dá, já desde Menino, desde recém-nascido, desde que os seus olhos se abriram
para esta bendita terra dos homens” (São Josemaria Escrivá, É Cristo que passa,
nº14).
Jesus nasce pobre e ensina-nos que a
felicidade não se encontra na abundância de bens. Vem ao mundo sem, ostentação
alguma, e anima-nos a ser humildes e a não estar preocupados com o aplauso dos
homens.
Quando nos aproximarmos hoje do
Menino para beijá-lo, quando contemplarmos o presépio ou meditarmos neste
grande mistério, agradeçamos a Deus o seu desejo de descer até nós para se
fazer entender e amar, e decidamo-nos, nós também a tornar-nos crianças, para
podermos assim entrar no Reino dos Céus.
Sejamos anunciadores da Boa Nova da
Salvação que veio até nós! Na verdade, para que serviria celebrar o Natal de
Jesus se os cristãos não soubessem anunciá-Lo aos seus irmãos com a sua própria
vida? Celebra verdadeiramente o Natal todo aquele que, em si mesmo, acolhe o
Salvador, com fé e com amor cada vez mais intensos, aquele que O deixa nascer e
viver em seu coração para que possa manifestar-Se ao mundo na bondade,
benignidade e doação generosa de quantos n’Ele acreditamos.
Um Feliz e Santo Natal para todos!
Mons.
José Maria Pereira
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
PRÉ EACRE E MISSA MENSAL SETOR ITAIPAVA
Missa mensal Setor Itaipava, fechando o Pré Eacre 2017.
Paulane e Roney passaram as informações ao novos CREs.
Após a missa os novos CREs tomaram posse.
Pe. Jac, Pe. Brandão e Monsenhor José Maria com os novos casais responsáveis de equipe.
Que Deus ilumine todos os equipistas com o seu Santo Espírito!
Agradecemos O Pe. Jac pela acolhida e todos os SCE que estiveram em oração pelo Movimento
um dia abençoado coordenado pelo CRR Setor Itaipava , Paulane e Roney.
Que Nossa Senhora do Amor Divino, interceda por todos nós!
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Homilía dominical dia 18/12/2016
Homilia do
Mons. José Maria – IV Domingo do Advento (Ano A)
A
Virgem e o Emanuel
No Quarto Domingo do Advento entra em
cena Maria. Seu Filho é o Deus conosco e já se faz presente, ainda de modo
velado, mas real, no seio da Virgem, que concebeu por obra do Espírito Santo
(cf. Mt 1, 18 – 24).
Ao descrever a genealogia de Jesus,
Mateus demonstra que é verdadeiro homem, filho de Davi, filho de Abraão; ao
narrar o Seu nascimento de Maria Virgem, que foi mãe por virtude do Espírito
Santo, afirma que é verdadeiro Deus; e, finalmente, ao citar o profeta Isaias,
declara que Ele é o Salvador prometido pelos profetas, o Emanuel, o Deus
conosco.
Nossa Senhora fomenta na alma a
alegria, porque, quando procuramos a sua intimidade, leva-nos a Cristo. Ela é
Mestra de esperança. Maria proclama que a chamarão bem-aventurada todas as
gerações (Lc. 1, 18).
Dentro de poucos dias veremos Jesus
reclinado numa manjedoura, o que é uma prova de misericórdia e do amor de Deus.
Poderemos dizer: “Nesta noite de Natal, tudo pára dentro de mim. Estar diante
dEle; não há nada mais do que Ele na branca imensidão. Não diz nada, mas está
aí… Ele é o Deus amando-me. E se Deus se faz homem e me ama, como não
procurá-Lo? Como perder a esperança de encontrá-Lo, se é Ele que me procura?
Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades exteriores e a nossa
miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal que se aproxima.
Faltam poucos dias para que vejamos
no presépio Aquele que os profetas predisseram, que a Virgem esperou com amor
de mãe, que João anunciou estar próximo e depois mostrou presente entre os
homens.
Desde o presépio de Belém até o
momento da sua Ascensão aos céus, Jesus Cristo proclama uma mensagem de
esperança. Ele é a garantia plena de que alcançaremos os bens prometidos.
Olhamos para a gruta de Belém, em vigilante espera, e compreendemos que somente
com Ele poderemos aproximar-nos confiadamente de Deus Pai.
Nas festas que celebramos por ocasião
do Natal, lutemos com todas as nossas forças, agora e sempre, contra o desânimo
na vida espiritual, o consumismo exagerado, e a preocupação quase exclusiva
pelos bens materiais. Na medida em que o mundo se cansar da sua esperança
cristã, a alternativa que lhe há de restar será o materialismo, do tipo que já
conhecemos; isso e nada mais. Por isso, nenhuma nova palavra terá atrativo para
nós se não nos devolver à gruta de Belém, para que ali possamos humilhar o
nosso orgulho, aumentar a nossa caridade e dilatar o nosso sentimento de
reverência com a visão de uma pureza deslumbrante.
O Espírito do Advento consiste em boa
parte em vivermos unidos à Virgem Maria neste tempo em que Ela traz Jesus em
seu seio.
A devoção a Nossa Senhora é a maior
garantia de que não nos faltarão os meios necessários para alcançarmos a
felicidade eterna a que fomos destinados. Maria é verdadeiramente “porto dos
que naufragam, consolo do mundo, resgate dos cativos, alegria dos enfermos”
(Santo Afonso M. de Ligório). Nestes dias que precedem o Natal e sempre,
peçamos-Lhe a graça de saber permanecer, cheios de fé, à espera do seu Filho
Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas.
Mons.
José Maria Pereira
sábado, 10 de dezembro de 2016
Homilía Dominical dia 11/12/2016
Homilia do Mons. José Maria – III Domingo do Advento (Ano A)
A Verdadeira Alegria
Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um
convite à alegria! “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito,alegrai-vos” (Fl4,
4-7), exorta S. Paulo.
O mundo vive carente da verdadeira alegria!
Os textos bíblicos do III Domingo do Advento são
um convite muito forte a ALEGRIA, porque o Senhor, que esperamos, já está
conosco e com Ele preparamos o Advento do seu Reino.
O profeta Isaías (Is 35, 1-6.10) nos faz reviver
a espera que precedeu a primeira vinda de Cristo e as esperanças que a
animaram. Isaías deseja despertar e fortalecer a esperança dos exilados. O povo
atravessava um dos piores períodos de sua história: Jerusalém e o Templo
destruídos, o povo deportado na Babilônia.
Mesmo assim, o Profeta prevê a ALEGRIA dos tempos
messiânicos: fala do deserto que vai florir, da tristeza que vai dar lugar à
alegria, Ele libertará os cegos, os coxos, os mudos de suas doenças…
No Evangelho (MT 11, 2-11) encontramos Jesus
realizando o que Isaías profetizou.
João Batista está preso, por Herodes, por
reprovar o seu comportamento. No cárcere ouve falar das obras de Cristo…
Perplexo, envia a Jesus dois discípulos com uma pergunta bem concreta: “És tu
aquele que há de vir ou devemos esperar por outro?” (Mt11, 3).
Jesus responde-lhes apontando os sinais concretos
de libertação, já anunciados por Isaías há muito tempo: “Ide contar a João o
que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam,
os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são
evangelizados” (Mt 11, 4-5).
Na Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”,
o Papa Francisco nos lembra que “a alegria do Evangelho enche o coração e a
vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Os que se deixam salvar por
Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.
Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.”
A alegria do Advento e a de cada dia é porque
Jesus está muito perto de nós.A alegria cristã não é uma atitude passageira de
festas humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é
uma caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da
presença de Deus no coração de uma pessoa.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus
discípulos em diversas ocasiões. E o evangelista irá sublinhando repetidas
vezes que os Apóstolos “se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20). Eles não
esquecerão nunca esses encontros em que as suas almas experimentaram uma
alegria indescritível.
Poderemos estar alegres se o Senhor estiver
verdadeiramente presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não
tivermos os olhos turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade. Quando,
para encontrar a felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que
leva a Deus, no fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há
alegria verdadeira. Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a
encontrá-Lo, é fonte de uma alegria profunda e sempre nova.
O cristão deve ser um homem essencialmente
alegre. Mas a sua alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo,
que traz a justiça e a paz, e que só Ele pode dar e conservar, porque o mundo
não possui o seu segredo.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores:
nasce precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha
para fora, quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz
solidão porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si,
porque encontra a Deus na sua alma em Graça. Esta é a fonte da sua alegria! Não
nos é difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de
alegria com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e
passageira. A alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das
dificuldades. É compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as
contradições. “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo
16,22), prometeu o Senhor. Nada nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se
não nos separarmos da sua fonte.
A nossa alegria deve ter um fundamento sólido.
Não se pode apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis,
saúde, tranqüilidade, situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são
boas se não estiverem desligadas de Deus,mas que por si mesmas são
insuficientes para nos proporcionarem a verdadeira alegria.
O Senhor pede que estejamos sempre alegres! Só
Ele é capaz de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa
curar: “Não temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.
Fujamos da tristeza! Uma alma triste está à mercê
de muitas tentações. Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!Por
outro lado, quando a alma está alegre, abre-se e é estímulo para os outros;
quando está triste obscurece o ambiente e faz mal aos que tem à sua volta.
A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós
mesmos esquecendo os outros. Quem anda excessivamente preocupado consigo
próprio dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os
outros. Em contrapartida, com o cumprimento alegre dos nossos deveres, podemos
fazer muito bem à nossa volta, pois essa alegria leva a Deus.
“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem
chegará e não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em
Jesus encontraremos o sentido da nossa vida.
Que a nossa alegria seja um testemunho muito
forte de que Cristo já está no meio de nós .
Mons. José Maria Pereira
sábado, 3 de dezembro de 2016
Homilía Dominical dia 04/12/2016
Homilia do Mons. José Maria
– II Domingo do Advento (Ano A)
Mons. José Maria Pereira
O Advento é tempo de preparação para
receber o Salvador. É tempo de conversão! Daí o convite de João Batista a
todos: “Convertam-se por que o Reino do Céu está próximo!” (Mt 3,2). O tempo é
agora: “Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas
estradas!” (Mt 3,3).
João Batista prega a conversão. Esta
significa colocar os passos nos passos de Jesus. E isto é um aspecto que
caracteriza a vida cristã inteira. Quando acontece erro, um extravio, cumpre
reconhecer o erro, dispondo-se a receber o dom de Deus, que perdoa sempre, que
é infinitamente misericordioso e oferece a cura espiritual no Sacramento da
Confissão.
Converter-se é renascer continuamente
para a vida ressuscitada com Cristo. A existência do cristão deve ser uma
conversão contínua. Não é somente purificar-se do estado de pecado, mas também
progredir sempre. Ensina São Paulo: “Rogamos e vos exortamos no Senhor Jesus
Cristo a que progridais sempre mais” (1Ts 4,1). O cristão convertido sabe que é
um peregrino, como ser que vive debaixo da tenda em condição provisória, como
pessoa que jaz sob a lei fundamental de uma mudança sempre mais profunda em
busca de santificação pessoal.
João foi chamado o Profeta do
Altíssimo por que sua a missão foi ir à frente do Senhor para preparar os seus
caminhos, ensinando a ciência da Salvação a seu povo. João não desempenhará
essa missão à procura de uma realização pessoal, mas concentrando-se em
preparar para o Senhor um povo perfeito. Não se dedicará a ela por gosto
pessoal, mas por ter sido concebido para isso. E irá realizá-la até o fim, até
dar a vida no cumprimento da sua vocação.
Foram muitos os que conheceram Jesus
graças ao trabalho apostólico do Batista. Os primeiros discípulos seguiram
Jesus por indicação expressa dele e muitos outros se preparam interiormente
para segui-Lo graças à sua pregação.
Diz João: “Eu sou a voz que clama no
deserto: Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas” (Mt 3,3). Ele
não é mais do que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua
vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função de Jesus,
como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer cristão. O
importante da nossa vida é Jesus.
João Batista indica-nos também o
caminho que devemos seguir. Na ação apostólica pessoal – enquanto preparamos os
nossos amigos para que encontrem o Senhor –, devemos procurar não ser o centro.
O importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado. Uma preocupação de
singularidade, a ânsia de sermos protagonistas, não deixaria lugar para Jesus.
Sem humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E então a
nossa vida ficaria vazia.
Hoje nós não podemos esquecer que
somos testemunhas de Cristo. Nós somos testemunhas, mas que tipo de
testemunhas? Como é o nosso testemunho cristão entre os nossos colegas, na
família? Tem força suficiente para persuadir os que ainda não crêem em Jesus,
os que não o amam, os que têm uma idéia falsa a seu respeito? São perguntas que
poderiam ajudar-nos a viver este Advento, um tempo a que não pode faltar a
dimensão apostólica.
Temos que dar testemunho e, ao mesmo
tempo, apontar aos outros o caminho. Diz São Josemaria Escrivá: “Grande é a
nossa responsabilidade, porque ser testemunhas de Cristo implica, antes de mais
nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa
conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima. Temos que
conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros possam dizer: este é
cristão, porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático,
porque está acima dos instintos, porque é sacrificado, porque manifesta
sentimentos de paz, porque ama” (É Cristo que passa, nº 122).
O mundo não se abriu nem converteu
ainda ao Evangelho. Por isso, soa ainda hoje, e mais atual do que nunca, a voz
de João Batista que ecoa no Advento: “Arrependei-vos…” (Mt3,2).
Olhemos em direção ao Menino Deus que
está para chegar! Hoje o mundo, muitas vezes, olha em outra direção, donde não
virá ninguém. Muitos se acham debruçados sobre os bens materiais como se fossem
o seu fim último; mas com eles jamais satisfarão seu coração. Temos que
apontar-lhes o caminho. A todos.
Não é possível acolher “Aquele que
vem “ se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de
autossuficiência, de preocupação com os bens materiais. Não bastam aparências,
apenas de que somos cristãos porque recebemos o Batismo. A conversão deve ser
comprovada pela ação.
Quais os caminhos tortos que devemos
endireitar? Quais os frutos de conversão que Deus está esperando de nós, neste
Advento, em preparação ao Natal?
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Homilía Dominical dia 27/11/2016
Homilia do Mons. José Maria – I Domingo do Advento (Ano A)
Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é o tempo de preparação e de esperança.A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.
Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2, 5).
O Evangelho (Mt 24, 37 – 44) convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). São Paulo (Rm 13, 11 – 14) lembra que a salvação já está próxima. Chegou a hora de acordar, pois o dia se aproxima É preciso deixar as trevas e ser iluminados pela luz do dia, pela luz de Cristo. Trata-se da conversão: deixar as obras das trevas e fazer o bem revestindo-se do Senhor Jesus Cristo.
Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza essa luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes dos nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!
“Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).
Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.
Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é Aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento se não contivesse algum grande mistério”
Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:
– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia… pratica esportes… mas não sobra tempo para a Missa.
– trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…
Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem.
Mons. José Maria Pereira
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Novo CR Equipe 06 Nossa Senhora das Graças
Novo CR Equipe 06 Silvana e Peu com a filha Helena, todos muito animados com a nova responsabilidade.
O SCE, Pe. Jorge , sempre orientando a sua equipe.
Pedimos a intercessão de Nossa Senhora das Graças por todos!
Homilía Dominical dia 20/11/2016
Homilia do Mons. José Maria
– Solenidade de Cristo Rei (Ano C)
Um Rei na Cruz
Com a Solenidade de Cristo, Rei do Universo,
encerramos o Ano Litúrgico. No próximo domingo, dia 27 de novembro, será o
primeiro domingo do Advento, um novo Ano Litúrgico, início da preparação para o
Natal. Ainda que as festas da Epifania, Páscoa e Ascensão sejam também festas
de Cristo Rei e Senhor de todas as coisas criadas, a festa de hoje foi
especialmente instituída para nos mostrar Jesus como único soberano de uma sociedade
que parece querer viver de costas para Deus.
Jesus veio ao mundo para buscar e
salvar o que estava perdido; veio em busca dos homens dispersos e afastados de
Deus pelo pecado. E como estavam feridos e doentes, curou-os e vendou-lhes as
feridas. Tanto os amou que deu a vida por eles. Como Rei, vem para revelar o
amor de Deus, para ser o Mediador da Nova Aliança, o Redentor do homem. No
Prefácio da Missa fala-se de Jesus que ofereceu ao Pai “um reino de verdade e
de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz”.
Assim é o Reino de Cristo, do qual
somos chamados a participar e que somos convidados a dilatar mediante um
apostolado fecundo. O Senhor deve estar presente nos nossos familiares, amigos,
vizinhos companheiros de trabalho… “Perante os que reduzem a religião a um
cúmulo de negações, ou se conformam com um catolicismo de meias-tintas; perante
os que querem por o Senhor de cara contra a parede, ou colocá-Lo num canto da
alma…, temos de afirmar, com as nossas palavras e com as nossas obras, que
aspiramos a fazer de Cristo um autêntico Rei de todos os corações…, também dos
deles” (São JosemariaEscrivá, Sulco, nº 608).
Disse o Papa São João Paulo II: “A
Igreja tem necessidade sobretudo de grandes correntes, movimentos e testemunhos
de santidade entre os fiéis, porque é da santidade que nasce toda a autêntica
renovação da Igreja, todo o enriquecimento da fé e do seguimento cristão, uma
re-atualização vital e fecunda do cristianismo com as necessidades dos homens,
uma renovada forma de presença no coração da existência humana e da cultura das
nações”.
A atitude do cristão não pode ser de
mera passividade em relação ai reinado de Cristo no mundo. Nós desejamos
ardentemente esse reinado. É necessário que Cristo reine em primeiro lugar na
nossa inteligência, mediante o conhecimento da sua doutrina e o acatamento
amoroso dessas verdades reveladas. É necessário que reine na nossa vontade,
para que se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina. É
necessário que reine no nosso coração, para que nenhum amor se anteponha ao
amor de Deus. É necessário que reine no nosso corpo, templo do Espírito Santo;
no nosso trabalho profissional, caminho de santidade… Convém que Ele
reine!”(Papa Pio XI).
Cristo é um Rei que recebeu todo o
poder no Céu e na terra, e governa sendo manso e humilde de coração, servindo a
todos, porque não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para
a redenção de muitos.
O Evangelho (Lc 23, 35-43) apresenta
o Rei no trono da Cruz; Cristo não aparece sentado num trono de ouro, mas
pregado numa cruz, com uma coroa de espinhos na cabeça, com uma irônica
inscrição pregada na cruz: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”.
A cruz é o trono, em que se manifesta plenamente a
realeza de Jesus, que é perdão e vida plena para todos. A cruz é a expressão
máxima de uma vida feita Amor e entrega.
Na oração do Pai Nosso Jesus nos
ensina a pedir: “Venha a nós o vosso Reino”.
Jesus nos convida a fazer parte desse Reino e a
trabalhar para que esse Reino chegue ao coração de todos.
Um ladrão foi o primeiro a reconhecer
a sua realeza:“ Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino” ( Lc 23,
42).
Hoje ouvimos o Senhor dizer-nos na
intimidade do nosso coração: “Eu tenho sobre ti desígnios de paz e não de
aflição” ( Jr 29, 11). E fazemos o propósito de corrigir no nosso coração o que
não estiver de acordo com o querer de Cristo.
Ao mesmo tempo, pedimos-lhe que nos
reforce a vontade de colaborar na tarefa de estender o seu reinado ao nosso
redor e em tantos lugares em que ainda não o conhecem.
“Venha a nós o vosso Reino”.
Que esse Reino venha de fato ao nosso
coração e ao coração de todos os homens: Reino de Verdade e de Vida; Reino de
Santidade e de Graça; Reino de Justiça, de Amor e de Paz…
Sejamos mensageiros desse Reino, na
família, na rua, na sociedade, no ambiente de trabalho… E, que Maria, a Mãe
Santa do nosso rei, Rainha da Paz, Rainha do nosso coração, cuide de nós como
só Ela o sabe fazer!
Mons. José Maria Pereira
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Novo CR Equipe 02 Nossa Senhora do Amor Divino
Roseli e Aguinaldo recebendo a imagem de Nossa Senhora do Amor Divino de Valeria e Carlinhos, com a benção de Monsenhor José Maria.
A equipe 2 ficou muito feliz com a escolha do novo casal e agradecida ao casal Valéria e Carlinhos pelo empenho durante todo o ano de 2016.
Nossa Senhora do Amor Divino, mantenha seu manto protetor sobre todos nós!
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
Homilía Dominical dia 13/11/2016
O FIM do Mundo
Mons. José
Maria Pereira
Estamos
no penúltimo domingo do Ano Litúrgico. A Palavra de Deus convida-nos a meditar
no fim último do homem, no seu destino além da morte. A meta final, para onde
Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as
adversidades e lutar pelo Advento do Reino.
O
Profeta Malaquias fala do juízo final, com acentos fortes: “Eis que virá o dia,
abrasador como fornalha...” (Ml 3, 19)
O
texto não pretende incutir medo, falando do “fim do mundo”, mas fortalecer a
esperança em Deus para enfrentar os dramas da vida e da história; esperança que
devemos ter ainda hoje, apesar do que vemos...
São
Paulo (2Ts 3, 7-12) fala da comunidade de Tessalônica, perturbada por fanáticos
que pregavam estar próximo o fim do mundo. Por isso não valia a pena continuar
trabalhando. Paulo diz: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer...”
(2Ts 3, 10).
A
vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto
ajuda-nos a despreender-nos dos bens que temos de utilizar e aproveitar o
tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa
profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos,
ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu.
Para
imitar Cristo, que trabalhou como artesão a maior parte de sua vida, longe de
descuidar as tarefas temporais, os cristãos “estão mais obrigados a cumpri-los,
por causa da própria fé, de acordo com a vocação a que cada um foi chamado (GS,
43).
O
trabalho é o meio ordinário de subsistência e o campo privilegiado para o
desenvolvimento das virtudes humanas: a rijeza, a constância, o otimismo por
cima das dificuldades... A fé cristã impele-nos além disso a comporta-nos como
filhos de Deus com os filhos de Deus, a viver um espírito de caridade, de
convivência, de compreensão, a tirar da vida o apego à nossa comodidade, a
tentação do egoísmo, a tendência para a exaltação pessoal, a mostrar a caridade
de Cristo e os seus resultados concretos de amizade, de compreensão, de afeto
humano, de paz. Pelo contrário, a preguiça, a ociosidade, o trabalho mal
acabado trazem graves conseqüências. “A ociosidade ensina muitas maldades”
(Eclo 33, 29), pois impede a perfeição humana e sobrenatural do homem,
debilita-lhe o caráter e abre as portas à concupiscência e a muitas tentações.
Durante
séculos, muitos pensavam que, para serem bons cristãos, bastava-lhes uma vida
de piedade sem conexão alguma com as suas ocupações profissionais no
escritório, na fábrica, no campo, na Universidade... Muitos tinham, além disso,
a convicção de que os afazeres temporais, os assuntos profanos em que o homem
está imerso de uma forma ou de outra eram um obstáculo para o encontro com Deus
e para uma vida plenamente cristã. A vida oculta de Jesus veio ensinar-nos o
valor do trabalho, da unidade de vida, pois com o seu trabalho diário o Senhor
estava também redimindo o mundo.
O
fiel cristão não deve esquecer que, além de ser cidadão da Terra, também o é do
Céu, e por isso deve comportar-se entre os outros de uma maneira digna da
vocação a que foi chamado, sempre alegre, irrepreensível e simples,
compreensivo com todos, bom trabalhador e bom amigo, aberto a todas as
realidades autenticamente humanas (cf. Fl. 1, 27; 2, 3-4; 2, 15; 4,4).
Jesus
(Lc, 21, 5-19) alerta sobre os falsos profetas: “Cuidado para não serdes
enganados...” (Lc 21, 8). Diante das catástrofes Jesus exorta à esperança: não
ter medo... Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar,
pelo contrário são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está
por surgir. “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ergam a
cabeça, porque a libertação está próxima” (Lc 21, 28).
“É
permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 19). Aproveitemos o
tempo!... Diante das dificuldades não nos deixemos levar pelo desânimo!
Acreditemos na Vitória final do Reino de Cristo.
Na
nossa vida cotidiana, no exercício da nossa profissão, encontraremos
naturalmente, sem assumir ares de mestres, inúmeras ocasiões de dar a conhecer
a doutrina de Cristo: numa conversa amigável, no comentário a uma notícia que
está na boca de todos, ao escutarmos a confidência de um problema pessoal ou
familiar... O Anjo da Guarda, a quem tantas vezes recorremos, porá na nossa
boca a palavra certa que anime, que ajude e facilite, talvez com o tempo, a
aproximação mais direta de Cristo das pessoas que trabalham conosco.
Cristo
nos garante: “Coragem, levantai a cabeça, porque se aproxima a libertação”.
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