sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Homilía Dominical dia 07/09/2014 - Mt18, 15-20



Correção Fraterna
Mons. José Maria Pereira




A Palavra de Deus, neste Domingo (Mt18, 15-20), pode ser desenvolvida,como meditação, refletindo sobre dois aspectos importantes da vida cristã: a correção fraterna e a oração em família.

            Diz Jesus:”Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo”(Mt 18,15).Este primeiro momento demonstra o respeito e o amor para com o próximo. Muitas vezes acontece que se espalha o erro da pessoa aos quatro ventos... Esta atitude não é cristã! É necessário rezar, pedindo as luzes do Espírito Santo para saber quando se deve calar... quando se deve falar... e como falar...

            Caso o irmão não queira ouvir, Jesus ensina que se deve pedir a ajuda de outras pessoas, que tenham sensibilidade cristã e sabedoria...

            Não se trata de condenar, mas de fazer a correção fraterna para que se restabeleça o amor.O grande  critério é o amor mútuo (Rm 13,8-10) para que a comunhão se restabeleça.

Se essa tentativa também falhar, levar o assunto à Igreja (Comunidade) para recordar à pessoa que errou as exigências do caminho cristão. Como se percebe, recomenda-se que fique tudo em casa...

            O importante é colocar-se de acordo no bem. Deve sobressair o amor fraterno, o ágape, pois, “não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a lei” (Rm 13,8).

            É importante observar o valor da oração em comunidade, em família.

            “Se dois estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos Céus. Pois, onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles” (Mt. 18,19-20).

            A Igreja viveu desde sempre a prática da oração em comum (cf. At. 12,5).De modo particular, é muito agradável ao Senhor a oração que a família faz em comum!

            “A oração familiar, ensina São João Paulo II, tem como conteúdo original a própria vida de família: alegria e dores, esperanças e tristezas, nascimento e festas de anos, aniversário de casamento dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas, etc., assinalam a intervenção do amor de Deus na história da família, assim como devem marcar o momento favorável para a ação de graças, para a súplica, para o abandono confiante da família ao Pai comum que está nos Céus. A dignidade e a responsabilidade da família cristã, como Igreja doméstica, só podem ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que será concedida, sem falta, a todos os que a implorarem com humildade e confiante na oração.” (Exortação Apostólica Familiaris Consortio, 59).

            A oração em comum comunica uma particular fortaleza a toda a família, pois fomenta o sentido sobrenatural, que permite compreender o que acontece ao nosso redor e no seio do lar, e nos ensina a ver que nada é alheio aos planos de Deus: Ele se mostra sempre como um Pai que nos diz que a família é mais sua do que nossa!

            “Onde há caridade e amor, ali está Deus”. Quando nós, cristãos, nos reunimos para orar, Cristo encontra-se entre nós.Ele escuta com prazer essa oração alicerçada na unidade.Assim faziam também os Apóstolos:”Perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres,  entre elas Maria, a mãe de Jesus, e os irmãos dele”(At 1,14). Era a nova família de Cristo.

            Em família, no mês da Bíblia e sempre, intensificar a leitura orante da Bíblia.

            Outra fórmula de oração, que é um belo ato de piedade e de oração familiar, por excelência, é o terço.”A família cristã encontra-se e consolida a sua  identidade na oração. Esforçai-vos por dispor todos os dias de um tempo para dedicá-lo juntos a falar com o Senhor e a escutar a sua voz.Que bonito quando numa família se reza, ao anoitecer, nem que seja uma só parte do Rosário!Uma família que reza unida permanece unida, uma família que ora é uma família que se salva.

            Comportai-vos de tal maneira que as vossas casas sejam lugares de fé cristã e de virtude, mediante a oração em comum” ( São João Paulo ll ).

            “Estarei no meio deles”, diz Jesus.Tratando-se da correção fraterna através dos meios indicados por Jesus, quando a mesma não for possível, ainda poderá ser possível pela Oração, feita em comum, em nome de Jesus.
  




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