Jesus – Perdão – Missão
Mons.
José Maria Pereira
O Evangelho (Jo 1, 29-34) mostra o início da missão de Jesus. João
Batista O apresenta: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Ele
é o ungido do Senhor. Ele batizará no Espírito. Ele é o Filho de Deus.
Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo, anuncia São João
Batista; e este pecado do mundo engloba todo o gênero de pecado: o original,
que em Adão afetou também os seus descendentes, e os pessoais, dos homens de
todos os tempos. No Cordeiro de Deus está a nossa esperança de salvação.
E notável a insistência de Cristo na sua constante chamada aos
pecadores: Pois o “Filho do homem veio salvar o que estava perdido” (Mt 18,
11). “Ele lavou os nossos pecados no seu sangue” (Ap 1, 5). A maior parte dos
seus contemporâneos conhecia-O precisamente por essa atitude misericordiosa; os
escribas e fariseus murmuravam e diziam: “Ele recebe os pecadores e come com
eles” (Mt 11, 19). E surpreendem-se porque perdoa a mulher adúltera com umas
palavras muito simples: “vai e não peques mais” (Jo 8, 11). E dá-nos a mesma
lição na parábola do publicano e do fariseu: “Senhor, tem piedade de mim, que
sou um pecador” (Lc 18, 13), e na parábola do filho pródigo... A relação dos
seus ensinamentos e dos seus encontros misericordiosos seria interminável!
Podemos nós perder a esperança de conseguir o perdão, quando é Cristo quem
perdoa? Podemos nós perder a esperança de receber as graças necessárias para
sermos santos, quando é Cristo que nos pode dá-las? Isto nos enche de paz e de
alegria.
São Paulo (1Cor 1, 1-13) lembra a sua vocação a Apóstolo e a vocação de
todos à santidade. Continua o Apóstolo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação...” (1Ts 4, 3). O próprio Jesus ordena: “Sede perfeitos, assim
como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Como prova concreta desses
sentimentos do Senhor, contamos com a o sacramento do perdão (confissão), que
nos concede as graças necessárias para lutarmos e vencermos os defeitos que
talvez estejam arraigados no nosso caráter, e que são muitas vezes a causa do
nosso desalento. No sacramento da confissão renovamos as forças e nos é dada a
graça perdida pelo pecado. Peçamos ao Senhor: Senhor, ensinai-me a
arrepender-me, indicai-me o caminho do amor! Movei-me com a vossa graça à
contrição quando eu tropeçar! Que as minhas fraquezas me levem a amar-vos cada
vez mais!
O caminho da santidade percorre-se mediante uma contínua purificação do
fundo da alma, que é condição essencial para amarmos cada dia mais a Deus. Por
isso o amor à confissão freqüente é um sintoma claro de delicadeza interior, de
amor de Deus; e o desprezo ou indiferença por ela indicam falta de finura de
alma e talvez tibieza, grosseria e insensibilidade para as moções que o
Espírito Santo suscita no coração.
O sacramento da confissão rompe todos os liames com que o demônio tenta
segurar-nos para que não apressemos o passo no seguimento de Cristo.
A confissão freqüente dos nossos pecados está muito relacionada com a
santidade, pois nela o Senhor afina a nossa alma e nos ensina a ser humildes. A
tibieza, pelo contrário, cresce onde aparecem o desleixo e o descaso, as
negligências e os pecados veniais sem arrependimento sincero. Na confissão
contrita, deixamos a alma clara e limpa. E, como somos fracos, só a confissão
freqüente permitirá um estado permanente de limpeza e de amor.
Cristo, Cordeiro de Deus, veio limpar-nos dos nossos pecados, não só dos
graves, mas também das impurezas e das faltas de amor da vida diária.
Aproximemos do Sacramento da Penitência (Confissão) com amor!
Como discípulos e missionários sejamos como João Batista que apontou
Jesus aos discípulos, como o Cordeiro de Deus. Todos nós devemos ser
testemunhas do Evangelho, preparar o encontro dos homens com Cristo. Esta é a
missão de todo cristão: preparar o caminho do Senhor e o encontro do homem com
Deus, levantar o dedo e proclamar bem alto: “Eis Aquele que o teu coração está
procurando, eis Aquele que veio para te amar e te salvar!
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