Após anos de espera, os católicos de Minas Gerais e
de todo o Brasil puderam então celebrar a Missa e o rito de beatificação de
Francisca de Paula de Jesus, conhecida popularmente como Nhá Chica. A
Celebração Eucarística aconteceu na cidade onde viveu a beata, em Baependi, sul
de Minas Gerais, neste sábado, 4. Presidiu a solenidade o Cardeal Angelo Amato,
Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos e Delegado do Papa Francisco
para esta beatificação.
De acordo com a organização, cerca de 50 mil
pessoas participaram da cerimônia, entre elas, muitos bispos, padres,
religiosos e religiosas. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno, também esteve presente, assim como, o
Governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia.
Durante os ritos iniciais da celebração, o Bispo da
Diocese de Campanha (MG), Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, OFM, elevou a
Deus louvores pela vida de Nhá Chica, reforçando que a santidade é a vocação
principal de todos os cristãos. Em seguida, o bispo dirigiu-se ao Cardeal Amato
recordando o pedido da Igreja local feito ao Santo Padre para a beatificação de
Nhá Chica.
Dom Diamantino descreveu resumidamente a vida de
Francisca, destacando a sua disposição em ajudar os que iam a ela e a sua
devoção a Nossa Senhora. “Sou uma pobre analfabeta, mas oro com fé e Deus que
me atende por intercessão de Sua Mãe, Nossa Senhora da Conceição”, disse Dom
Diamantino, recordando uma frase de Nhá Chica.
Após ouvi-lo, o Cardeal Angelo Amato dirigiu-se ao bispo, como prevê o rito de beatificação, e fez a leitura da carta enviada pelo Sumo Pontífice, o Papa Francisco, concedendo a Nhá Chica o título de beata.
“Acolhendo o desejo do nosso Irmão Dom Frei
Diamantino Prata de Carvalho, OFM, assim como de muitos outros irmãos no
episcopado e de numerosos fiéis, tendo consultado a Congregação para as Causas
dos Santos, declaramos por nossa autoridade apostólica que a Venerável Serva de
Deus, Francisca de Paula de Jesus, leiga, virgem, mulher de assídua oração,
perspicaz testemunha da Misericórdia de Cristo para com os necessitados do
corpo e do espírito, doravante seja chamada beata, e a sua festa seja
celebrada, nos lugares e da maneira estabelecida pelo direito, todos os anos no
dia 14 de junho”, dizia o texto escrito pelo Papa Francisco.
Lida a carta de beatificação, o povo presente
aclamou a nova beata brasileira, Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica. Ana
Lúcia Meirelles, miraculada desta beatificação, levou emocionada, ao altar, as
relíquias da nova beata.
Na homilia, o Cardeal Amato destacou as virtudes de
Nhá Chica, razões que deram a ela o título de beata. Para ele, Francisca viveu
neste mundo uma vida angélica, foi uma cristã que seguiu a Cristo, vivendo com
heroísmo as virtudes, o amor a Deus e aos pobres.
"Testemunhas afirmam que ela rezava muito e
que tinha sempre o Rosário nas mãos. Era adoradora do Santíssimo Sacramento e
fiel contempladora da Paixão do Senhor; assídua à Missa, atenta à homilia do
pároco; passava horas e horas em adoração diante do Tabernáculo. Fazia muitas
penitências e mortificava-se. Era chamada 'mãe dos pobres'”, destacou Dom
Amato.
Hoje, Nhá Chica recebe a veneração de muitos fiéis,
de todas as partes do Brasil. Mas, segundo o cardeal, ela não fica contente
somente em ser venerada, mas deseja, sobretudo, ser imitada. "Ela quer que
sejamos como ela, verdadeiros discípulos de Jesus, seguindo e pondo em prática
o Evangelho. Isto é o que todos nós devemos fazer. Também hoje a Igreja precisa
de santos, estes são sua verdadeira coroa de glórias".
O representante do Papa Francisco finalizou sua
homilia convidando os fiéis a serem, como a beata Nhá Chica, o bom perfume de
Cristo no mundo. "A beatificação de Nhá Chica é uma lição de vida cristã
para todos nós", conclui Dom Amato.
Fonte:http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=289198
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