domingo, 27 de maio de 2018

MARIA VISITA DO SETOR ITAIPAVA


                       


                         O MARIA VISITA do SETOR ITAIPAVA da Região Rio II reuniu, no dia 20/05, grande número de casais equipistas no Santuário Nossa Senhora do Amor Divino, em Corrêas, Petrópolis, RJ.

                        Após as boas vindas do CRS Paulane e Roney, iniciamos com a oração do terço, pedindo as bênçãos para nosso Movimento das ENS e as graças marianas sobre as famílias dos casais equipistas.

                        Em seguida, coube aos casais a preparação de um momento sobre a origem da devoção atribuída à Maria Santíssima por sua equipe de base.

                        Foi grande oportunidade de, ainda mais, nos conscientizarmos da importância de Nossa Senhora em nossa vida e o tamanho de sua intercessão!

                        A sua oração é como a de todas as mães. Quero dizer que ela apresenta os seus filhos a Deus, ela os oferece, como outrora, entre os seus braços, ofereceu aquele pequenino que era o Filho Todo-Poderoso.” (Carta Mensal nº 516 – maio/2018)

                        Após acompanharmos a Santa Missa, no Santuário, partilhamos caldos deliciosos trazidos para animar o encontro.

            O PODEROSO FEZ EM MIM MARAVILHAS E SANTO É O SEU NOME!
                 
       Vejam algumas fotos!



















HOMILIA DOMINICAL


SANTÍSSIMA TRINDADE - ANO B
(27/05/2018)




SANTÍSSIMA TRINDADE


          Depois de ter celebrado os mistérios da Salvação, desde o nascimento de Cristo (Natal) até a vinda do Espírito Santo (Pentecostes), a liturgia propõe-nos o mistério central de nossa fé, a fonte de tudo e à qual tudo deve voltar: a Trindade. Na próxima quinta – feira a Igreja celebra Corpus Christi; na próxima semana, na sexta – feira, a festa do Sagrado Coração de Jesus. Cada uma destas celebrações litúrgicas evidencia uma perspectiva a partir da qual se abrange todo o Mistério da fé cristã: ou seja, respectivamente a realidade de Deus Uno e Trino, o Sacramento da Eucaristia e o centro divino-humano da Pessoa de Cristo. Na verdade são aspectos do Único Mistério da Salvação, que num certo sentido resumem todo o itinerário da Revelação de Jesus, da Encarnação à Morte e Ressurreição até à Ascensão e ao Dom do Espírito Santo.

          Santo Agostinho afirmou que é difícil encontrar uma pessoa que, falando da Trindade, saiba do que esteja falando (Confissões XIII,II). Trata-se de uma tarefa – como foi revelado em sonho a Santo Agostinho – não menos impossível do que aquela de uma criança que tenta esvaziar o mar usando uma concha.

          Toda a vida da Igreja está impregnada pelo Mistério da Santíssima Trindade. E quando falamos aqui de mistério, não pensemos no incompreensível, mais na realidade mais profunda que atinge o núcleo do nosso ser e do nosso agir.

          A revelação da Trindade é, portanto, uma cascata de amor: é o gesto supremo da condescendência divina para com o homem. Os gregos diziam: “ Nenhum Deus pode se misturar com o homem” ( Platão). Nosso Deus, em vez disso, se misturou com o homem; tramou sua vida com a do homem preparando-o para a comunhão eterna com ele.

          Mas é Cristo quem nos revela a intimidade do mistério trinitário e o convite para que participemos dele. “Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt, 11, 27). Ele revelou-nos também a existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade de vida entre as Pessoas divinas (Cf. Jo16, 12-15).

          O mistério da Santíssima Trindade é o ponto de partida de toda a verdade revelada e a fonte de que procede a vida sobrenatural e para a qual nos encaminhamos: somos filhos do Pai, irmãos e co-herdeiros do Filho, santificados continuamente pelo Espírito Santo para nos assemelharmos cada vez mais a Cristo.

        Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimo-nos ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós, os cristãos repetimos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

         Três Pessoas que são um só Deus, porque o Pai é amor, o Filho é amor e o Espírito Santo é amor. Deus é tudo e somente amor, amor puríssimo, infinito e eterno. Não vive numa solidão maravilhosa, mas é sobretudo fonte inesgotável de vida que se doa e se comunica incessantemente.

      Meditando sobre a Trindade dizia S. Josemaria Escrivá: “Deus é o meu Pai! Se meditares nisto, não sairás dessa consoladora consideração.

         Jesus é meu Amigo íntimo! (outra descoberta), que me ama com toda a divina loucura do seu coração.

        O Espírito Santo é meu Consolador!, que me guia nos passos de todo o meu caminho. Pensa bem, nisso. Tu és de Deus…, e Deus é teu” (Forja, nº2).

        Desde que o homem é chamado a participar da própria vida divina pela graça recebida no Batismo, está destinado a participar cada vez mais dessa Vida. É um caminho que é preciso percorrer continuamente.

       A Santíssima Trindade habita na nossa alma como num templo. E São Paulo faz-nos saber que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Cf. Rm 5, 5). E aí, na intimidade da alma, temos de nos acostumar a relacionar-nos com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo. Dizia Santa Catarina de Sena: “Vós, Trindade eterna, sois mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais descubro, mais vos procuro”.

         Imensa é a alegria por termos a presença da Santíssima Trindade na nossa alma! Esta alegria é destinada a todo cristão, chamado à santidade no meio dos seus afazeres profissionais e que deseja amar a Deus com todo o seu ser; se bem que, como diz Santa Teresa, “há muitas almas que permanecem rodando o castelo (da alma), no lugar onde montam guarda as sentinelas , e nada se lhes dá de penetrar nele. Não sabem o que existe em tão preciosa mansão, nem quem mora dentro dela”. Nessa “preciosa mansão”, na alma que resplandece pela graça, está Deus conosco: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

         Desde pequenos, aprendemos de nossos pais a fazer o sinal da cruz e chamar a Deus: de   Pai, Filho e Espírito Santo.

         Assim com toda a naturalidade, estávamos invocando o mistério mais profundo de nossa fé e da vida cristã: Santíssima Trindade que hoje celebramos.

          Só Cristo nos revelou claramente essa verdade: Fala constantemente do Pai: Quando Felipe diz: “Mostra-nos o Pai…”, Jesus responde: “Felipe… quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,8).

          Jesus promete o Espírito Santo: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena Verdade”.

          Quando se despede, no dia da Ascensão, afirma: “Ide… e batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

       A contemplação e o louvor à Santíssima Trindade são a substância da nossa vida sobrenatural, e esse é também o nosso fim: porque no Céu, junto de Nossa Senhora – Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo: mais do que Ela, só Deus – , a nossa felicidade e o nosso júbilo serão um louvor eterno ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Estes vieram em nós no Batismo. Estabeleceram em nós sua habitação e nos são mais íntimos do que nós mesmos, diz Santo Agostinho. Em seu nome e no diálogo com eles desenvolve-se toda a nossa vida de fé, desde o berço até o túmulo. No limiar da existência fomos batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. No ocaso dela, partiremos deste mundo ainda “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

        Fazendo o sinal da Cruz, nós declaramos a cada vez, nossa vontade de pertencer à Trindade.

       Entre todas as criaturas, a obra-prima da Santíssima Trindade é a Virgem Maria: no seu coração humilde e repleto de fé, Deus preparou para Si uma morada digna, para completar o Mistério da Salvação. O Amor divino encontrou nela uma correspondência perfeita e foi no seu seio que o Filho Unigênito se fez homem. Dirijamo-nos com confiança filial a Maria para que, com a sua ajuda, possamos progredir no amor e fazer da nossa vida um cântico de louvor ao Pai, por meio do Filho no Espírito Santo.



MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE Região RIO II 

domingo, 20 de maio de 2018

68 ANOS DAS ENS NO BRASIL!!!


(Nancy e Pedro Moncau, grandes incentivadores das Equipes de Nossa Senhora no Brasil)


PARABÉNS, QUERIDOS EQUIPISTAS DO BRASIL!




   Neste mês de maio, mais precisamente no dia 13, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora completou 68 anos no Brasil.

    No site das ENS (www.ens.org.br) extraímos que em 1957 ocorreu a visita do Padre Caffarel ao Brasil, e, com profundo espírito de devoção às equipes brasileiras o Padre Caffarel se deparou com um grupo de casais muito vibrante, alegre e cheio de esperança, solidificando e encorajando alguns casais das 10 equipes existentes na capital de São Paulo e 3 do Interior reunidos  no Colégio Santa Cruz para ouvirem avidamente suas palavras.

    Em 1960, 3 anos após a primeira visita de Padre Caffarel ao Brasil,   é fundada a Região Brasil e nessa ocasião, setembro/outubro de 1 962 o Brasil já possuía 167 Equipes.

   Registre-se o papel fundamental nesse processo do casal brasileiro que iniciou os trabalhos do Movimento de Nossa Senhora no Brasil, Nancy Cajado Moncau e Pedro Moncau.

    Atualmente, mais de 25 mil casais formam a Super-Região Brasil e procuram atingir  o objetivo principal do Movimento que é viver plenamente o seu sacramento do Matrimônio, anunciando ao mundo os valores do casamento cristão pela palavra e pelo testemunho de vida. 

    Parabéns, amigos equipistas!!

   Abaixo, um presente bastante caro para nós:  sábias palavras de Nancy Moncau sobre a formação e o caminhar de equipes e equipistas. Não percam!!



   O PODEROSO FEZ EM MIM MARAVILHAS E SANTO É O SEU NOME!


HOMILIA DOMINICAL


PENTECOSTES  -  ANO B
(20/05/2018)




MISSÃO DO ESPÍRITO SANTO


   Celebramos hoje a grande festa de Pentecostes, que completa o Tempo de Páscoa, cinquenta dias depois do Domingo da Ressurreição. Esta Solenidade faz – nos recordar e reviver a efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos e os outros discípulos, reunidos em oração com a Virgem Maria no Cenáculo ( At 2, 1-11). Jesus, tendo ressuscitado e subido ao Céu, envia à Igreja o seu Espírito, para que cada cristão possa participar na sua mesma vida divina e tornar – se sua testemunha válida no mundo. O Espírito santo, irrompendo na História, derrota a sua aridez, abre os corações à esperança, estimula e favorece em nós a maturação na relação com Deus e com o próximo.

   Pentecostes era uma das grandes festas judaicas; muitos israelitas iam nesses dias em peregrinação a Jerusalém, para adorar a Deus no Templo. A origem da festa remontava a uma antiquíssima celebração em que se davam graças a Deus pela safra do ano, em vésperas de ser colhida. Depois acrescentou-se a essa comemoração, que se celebrava cinquenta dias depois da Páscoa, a da promulgação da Lei dada por Deus no monte Sinai. Por desígnio divino, a colheita material que os judeus festejavam com tanto júbilo converteu-se, na Nova Aliança, numa festa de imensa alegria: a vinda do Espírito Santo com todos os seus dons e frutos.

   Hoje é a plenitude do Mistério Pascal, com o Dom do Espírito Santo à Igreja. É o nascimento da Igreja.  Pentecostes é o cumprimento da promessa de Jesus: “… se Eu for, enviá-lo-ei” (Jo 16,7);

   A vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes não foi um acontecimento isolado na vida da Igreja. O Paráclito santifica-a continuamente, como também santifica cada alma, através das inúmeras inspirações que se escondem em “todos os atrativos, movimentos, censuras e remorsos interiores, luzes e conhecimentos que Deus produz em nós, prevenindo o nosso coração com as suas bênçãos, pelo seu cuidado e amor paternal, a fim de nos despertar, mover, estimular para o amor celestial, para as boas resoluções, para tudo aquilo que, numa palavra, nos conduz à nossa vida eterna. A sua ação na alma é suave e aprazível; Ele vem salvar, curar, iluminar.” (São Francisco de Sales).

   No dia de Pentecostes, os Apóstolos foram robustecidos na sua missão de anunciarem a Boa Nova a todos os povos. Todos os cristãos têm desde então a missão de anunciar, de cantar as maravilhas que Deus fez no seu Filho e em todos aqueles que crêem nEle. Somos agora um povo santo para publicar as grandezas dAquele que nos tirou das trevas para a sua luz admirável.

   Ao compreendermos a grandeza da nossa missão, compreendemos também que ela depende da nossa correspondência às moções do Espírito Santo, e sentimo-nos necessitados de pedir-lhe frequentemente que lave o que está manchado, regue o que está seco, cure o que está doente, acenda o que está morno, retifique o que está torcido. Porque sabemos bem que no nosso interior há manchas, e partes que não dão todo o fruto que deveriam porque estão secas, e partes doentes, e tibieza e também pequenos desvios, que é necessário retificar.

   Não se pode conceber vida cristã nem Igreja sem a presença e a ação do Espírito Santo.

   Depois que Jesus completou a sua obra, constituído Senhor a partir de sua ressurreição, envia ao mundo o seu Espírito, o Espírito do Pai. Conforme São João (Cf. Jo 20,19-23), Jesus comunica o seu Espírito, o mesmo Espírito que Ele entregou ao Pai no dia da ressurreição. Para isso, sopra sobre eles, transmitindo-lhes a vida nova, a força, o Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo…” e o Dom do Perdão e da Reconciliação.

   O Espírito Santo nos conduz à vida de oração. A vida cristã requer um diálogo constante com Deus Uno e Trino, e é a essa intimidade que o Espírito Santo nos conduz. Acostumemo-nos a procurar o convívio com o Espírito Santo, que é quem nos há de santificar; a confiar nEle, a pedir a sua ajuda, a senti-lo perto de nós. Assim se irá dilatando o nosso pobre coração, teremos mais ânsias de amar a Deus e, por Ele, a todas as criaturas.

   A chama do Espírito Santo transformou totalmente os apóstolos… Que essa mesma chama ilumine e aqueça a nossa vida no caminho da Unidade, do Bem e da Verdade.

   “O Espírito Santo vem em socorro à nossa fraqueza”, diz S. Paulo (Rom. 8,26). Diz São João da Cruz que o Espírito Santo, com a sua chama está ferindo a alma, gastando e consumindo-lhe as imperfeições dos seus maus hábitos.

   O Espírito Santo é alma da Igreja. Sem Ele, ao que se reduziria Ela? Sem dúvida, seria um grande movimento histórico, uma instituição social complexa e sólida, talvez uma espécie de agência humanitária. E na verdade é assim que a julgam quantos a consideram fora de uma perspectiva de fé. Na realidade, porém, na sua verdadeira natureza e também na sua mais autêntica presença histórica, a Igreja é incessantemente plasmada e orientada pelo Espírito do seu Senhor. É um Corpo vivo, cuja vitalidade é precisamente o fruto do invisível Espírito Divino.

   Para chegarmos a um convívio mais íntimo com o Espírito Santo, aproximemo-nos da Virgem Maria, que soube secundar como ninguém as inspirações do Espírito Santo. “Perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres e com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14).

   Recolhida com Maria, como no seu nascer, a Igreja reza também hoje: Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus filhos e acende neles o fogo do teu amor!

   Por isso, cantemos: Vem, vem, vem, vem Espírito Santo de Amor, vem a nós, traz à Igreja em novo vigor.


 MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE da REGIÃO RIO II

sábado, 19 de maio de 2018

DOAÇÃO DO MOVIMENTO DAS ENS

DOAÇÃO AO SEMINÁRIO DIOCESANO NOSSA SENHORA DO AMOR DIVINO


            Neste mês de maio, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora doou para o Seminário Diocesano Nossa Senhora do Amor Divino um valor em cheque, fruto do Projeto Vocacional das ENS - serviços do Movimento, a cargo da Secretaria e Tesouraria (CM 514, pág. 44).

        No mesmo espírito do que nos diz a Palavra de Deus em 1Ts 2,8, "...assim em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois muito queridos," cremos que o Movimento das ENS, ao dispor de algo que tem para o outro, dá um pouco de si, num gesto fraterno de amor e misericórdia.

            O Casal Responsável da Região Rio II, Janete e Marco Antônio fizeram a entrega do cheque ao Padre Thiago de Freitas, representante do Seminário.

             Vejam as fotos!




domingo, 13 de maio de 2018

HOMILIA DOMINICAL


 ASCENSÃO DO SENHOR - ANO B



ASCENSÃO: Pensar no Céu



Hoje celebramos o mistério conclusivo da vida de Jesus: sua Ascensão ao Céu. É a sua entrada oficial na glória que lhe correspondia como ressuscitado, depois das humilhações do Calvário; é a volta ao Pai anunciada por Si no dia de Páscoa; “ Vou subir para Meu e vosso Pai, Meu e vosso Deus”  (Jo 20,17). E aos discípulos de Emaús: “Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?” (Lc 24,26). “Depois de falar com os discípulos, o Senhor jesus foi elevado ao céu e sentou – se à direita de Deus. Então, os discípulos foram anunciar a Boa Nova por toda parte...” ( Mc 16, 15 – 20).

O livro dos Atos dos Apóstolos narra que Jesus, depois da sua Ressurreição, apareceu aos discípulos durante quarenta dias e depois “elevou – se à vista deles” ( At 1, 9). O significado deste último gesto de Cristo é duplo. Em primeiro lugar, “elevando – se”, Ele revela de modo inequívoco a sua divindade; volta para lá, de onde veio, isto é, para Deus, depois de ter cumprido a sua Missão na Terra. Além disso Cristo sobe ao Céu com a humanidade que assumiu e que ressuscitou dos mortos: aquela humanidade é a nossa, transfigurada, divinizada, que se tornou eterna. Portanto, a Ascensão revela a “altíssima vocação” ( Gaudium et Spes, 22) de cada pessoa humana: ela está chamada à vida eterna no Reino de Deus, Reino de amor, de luz e de paz.

A vida de Jesus na terra não termina com a sua morte na Cruz, mas com a Ascensão aos céus. É o último mistério da vida do Senhor aqui na terra. É um mistério redentor, que constitui, com a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o mistério pascal. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema.

E eles “estavam com os olhos fixos no céu, para onde Jesus se afastava” ( At 1, 9 – 10). Estavam, portanto, fixando o céu, porque acompanhavam com o olhar Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, que era elevado ao Céu. Somos chamados, permanecendo na Terra, a fixar o Céu, a orientar a atenção, o pensamento e o coração para o Mistério inefável de Deus. Somos chamados a olhar na direção da realidade divina, para a qual o homem está orientado desde a criação. Ali está contido o sentido definitivo da nossa vida.
Comentando sobre a Ascensão, ensina São Leão Magno: ”Hoje não só fomos constituídos possuidores do paraíso, mas com Cristo ascendemos, mística mais realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que a que havíamos perdido.”

A Ascensão fortalece e estimula a nossa esperança de alcançarmos o Céu e incita-nos constantemente a levantar o coração a fim de procurarmos as coisas que são do alto. Agora a nossa esperança é muito grande, pois o próprio Cristo foi preparar-nos uma morada.

O Senhor está já no Céu com o seu Corpo glorificado, com os sinais do seu Sacrifício redentor, com as marcas da Paixão que Tomé pôde contemplar e que clamam pela salvação de todos nós.

A Ascensão se nos apresenta, assim, não tanto como uma festa da partida de Jesus deste mundo quanto como a festa de sua permanência aqui na terra. Ele, com efeito, não deixou este nosso universo.  “Não abandonou o céu quando de lá desceu até nós e nem se afastou de nós quando novamente subiu ao céu. Ele é exaltado acima dos céus: todavia, sofre aqui na terra todos os dissabores que nós, seus membros, suportamos. Disto deu testemunho gritando: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Santo Agostinho). Cristo está ainda presente e comprometido com este mundo com todo seu corpo que é a Igreja.

Dizia São JosemariaEscrivá: “Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do Céu (Fil 3,20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá sabermo-nos filhos amados de Deus. E se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, recorramos à sua Mãe, como fizeram os apóstolos: Tornaram então a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,12-14).”

A esperança do Céu encherá de alegria o nosso peregrinar diário. Imitaremos os apóstolos que, segundo São Leão Magno, “tiraram tanto proveito da Ascensão do Senhor que tudo quanto antes lhes causava medo, depois se converteu em alegria. A partir daquele momento, elevaram toda a contemplação das suas almas à divindade que está à direita do Pai; a perda da visão do corpo do Senhor não foi obstáculo para que a inteligência, iluminada pela fé acreditasse que Cristo, mesmo descendo até nós, não se tinha afastado do Pai e, com a sua Ascensão, não se separou dos seus discípulos.”

O pensamento do Céu ajudar - nos-á a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos esta esperança teologal, que está unida à e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será especialmente necessária. “A hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade”( Caminho, 139 ).

A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( São Cirilo de Jerusalém).  O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados ajudar-nos-á a estar mais vigilantes nas  nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.

O pensamento do Céu, ao celebrarmos a festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular- nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam.

Com a Ascensão termina a missão terrena de Cristo e começa a dos seus discípulos, a nossa: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,48), diz Jesus. Portanto, a festa de hoje, recorda-nos que o zelo pelas almas é um mandamento amoroso do Senhor. Ao subir para a sua glória, Ele nos envia pelo mundo inteiro como suas testemunhas. Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunhas de Cristo implica, antes de mais nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima.

Jesus parte, mas permanece muito perto de cada um. Nós O encontramos na Eucaristia, no Sacrário de nossas Igrejas .

Visitemos mais Jesus no Sacrário, à nossa espera!  Não deixemos de procurá-Lo com frequência, ainda que na maioria das vezes só possamos fazê-lo com o coração, para dizer-Lhe que nos ajude na tarefa apostólica, que conte conosco para estender a Sua doutrina por todos os ambientes.

Nessa semana, que precede a Solenidade de Pentecostes, fiquemos unidos em oração, como disse Jesus: “Permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,48). Assim a vida da Igreja não começa com a ação, mas com a oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus.

A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!

A Ascensão nos proporciona a oportunidade de ascender em cada ano com mais claridade a grande certeza de nossa vida: Jesus está vivo e está ainda conosco! E nossa maior esperança: nós iremos a Ele para ir junto ao Pai!

“Esse Jesus que vos foi levado para o Céu, virá do mesmo modo como O vistes partir para o Céu” ( At 1,11 ). Diz Santo Agostinho:  “Quem é esse que sobe? O mesmo que desceu. Desceu para me sarar e subiu para me elevar. Se me elevo sozinho, caio. Se me levantais, permaneço elevado. A Vós, que Vos elevais, digo: sois a minha esperança. Vós, que subis, sede o meu refúgio ( Sermões, 261, 1).

Os discípulos partiram (diz o Evangelho em Mc 16,20) e pregaram a Boa Nova por toda parte. Vamos nós também com humildade, sabendo em que vasos nós carregamos esta esperança, mas vamos com coragem!

Ascensão! Pensar no Céu dá uma grande serenidade. Nada aqui na terra é irreparável, nada é definitivo, todos os erros podem ser retificados. O único fracasso definitivo seria não acertarmos com a porta que conduz à Vida. Ali nos espera também a Santíssima Virgem.
Supliquemos à Virgem Maria, para que nos ajude a contemplar os bens celestes, que o Senhor nos promete, e a tornar – nos testemunhas cada vez mais credíveis da sua Ressurreição, da sua verdadeira Vida! 

MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
Sacerdote Conselheiro Espiritual da Região RIO II