SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
(05/11/2017)
VOCAÇÃO: SER SANTO
A
nossa vocação é para a Santidade!
É o que nos atesta São Paulo:
“Foi assim que nEle nos escolheu antes da
constituição do mundo, para sermos santos e imaculados diante dos seus olhos”
(Ef 1, 4). “Esta é a vontade de Deus: a
vossa santificação” (1Tes. 4, 3).
A Igreja convida-nos hoje a
pensar naqueles que, como nós, passaram por este mundo lutando com dificuldades
e tentações parecidas às nossas, e venceram. É essa grande multidão que ninguém
poderia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, como nos fala
São João em Ap. 7, 2 -14.
Todos estão marcados na
fronte, revestidos de vestes brancas, lavados no Sangue do Cordeiro (Ap 7, 4) A
marca e as vestes são símbolo do Batismo, que imprime no homem, para sempre, o
caráter da pertença a Cristo, e a graça renovada e aumentada pelos sacramentos
e pelas boas obras.
Hoje festejamos e pedimos
ajuda à multidão incontável que alcançou o Céu depois de ter passado por este
mundo semeando amor e alegria quase sem terem consciência disso; recordamos
aqueles que, enquanto estiveram entre nós, se ocuparam talvez num trabalho
semelhante ao nosso: empregados de escritório, comerciantes, empregadas
domésticas, professores, secretárias, trabalhadores da cidade e do campo…
Lutaram com dificuldades parecidas às nossas e tiveram que recomeçar muitas
vezes, como nós procuramos fazer.
Todos somos chamados a
alcançar a plenitude do Amor, a luta contra as nossas paixões e tendências
desordenadas, a recomeçar sempre que preciso, porque “a santidade não depende do estado – solteiro, casado, viúvo, sacerdote
– mas da correspondência pessoal à graça que a todos nós é concedida” (São
Josemaria Escrivá).
A Igreja recorda-nos que o
trabalhador que todos as manhãs empunha a sua ferramenta ou caneta, ou a mãe de
família que se ocupa em seus trabalhos domésticos, no lugar que Deus lhes
designou, devem santificar-se cumprindo fielmente os seus deveres.
Agora podemos fazer nossa a
oração de Santa Teresa, que ela mesma escutará: “Ó almas bem-aventuradas, que tão bem soubestes aproveitar e comprar
herança tão deleitosa…! Ajudai-nos, pois estais tão perto da fonte; obtei água
para os que aqui perecemos de sede”.
Nós somos ainda a Igreja
peregrina que se dirige para o Céu; e, enquanto caminhamos, temos de reunir
esse tesouro de boas obras com que um dia nos apresentaremos a Deus. Ouvimos o
convite do Senhor: “Se alguém quer vir
após Mim…”
Todos fomos chamados à
plenitude da vida em Cristo. O Senhor chama-nos numa ocupação profissional,
para que ali o encontremos, realizando as nossas tarefas com perfeição humana
e, ao mesmo tempo, com sentido sobrenatural: oferecendo a Deus, vivendo a
caridade com os nossos colegas, praticando a mortificação de um trabalho perfeitamente
terminado, procurando já aqui na terra o rosto de Deus, a quem um dia veremos
face a face.
“Para amar a Deus e servi-Lo, não é necessário fazer coisas estranhas.
Cristo pede a todos os homens, sem exceção, que sejam perfeitos como o seu Pai
celestial é perfeito (Mt. 5, 8). Para a grande maioria dos homens, ser santo
significa santificar o seu trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar
os outros com o seu trabalho, e assim encontrar a Deus no caminho da vida”
(São Josemaria Escrivá).
Vale a pena meditar as
palavras de São João Paulo II, referindo-se a São Josemaria Escrivá, apontando
a santidade ao alcance de todos: “ São
Josemaria foi escolhido pelo Senhor para anunciar a chamada universal à
santidade e mostrar que as atividades correntes que compõem a vida de todos os
dias são caminho de santificação. Pode-se dizer que foi o santo do cotidiano.
De fato, estava convencido de que, para quem vive sob a ótica da fé, tudo é
ocasião de um encontro com Deus, tudo se torna um estímulo para a oração. Vista
desta forma, a vida diária revela uma grandeza insuspeitada. A santidade
apresenta-se verdadeiramente ao alcance de todos” (São João Paulo II, sobre
Escrivá).
O que fizeram essas mães de
família, esses intelectuais ou operários…, para estarem no Céu? Pois bem,
procuraram santificar as pequenas realidades diárias! E é isso o que temos de
fazer: ganhar o Céu todos os dias com as coisas que temos entre mãos, entre as
pessoas que Deus colocou ao nosso lado.
Encontramo-nos a Caminho do
Céu e muito necessitados da misericórdia do Senhor!
No Céu espera-nos a Virgem
Maria, para estender-nos a mão e levar-nos à presença do seu Filho e de tantos
seres queridos que ali nos aguardam.
Mons. José Maria Pereira
SCE da Região Rio II
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