terça-feira, 28 de junho de 2016

Reunião experiência comunitária


Sábado passado foi realizada a reunião de experiência comunitária em Corrêas, coordenada pelo querido casal Roseli e Aguinaldo, momento de muita oração e convivência, recebidos com muito carinho pelo casal anfitrião Adriana e Marco Aurélio.

Que Nossa Senhora do Amor Divino interceda por todos nós!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Homilía Dominical dia 26 /06 /2016




Não olhar para trás
Mons. José Maria Pereira

O Evangelho do XIII Domingo (Lc9, 51-62) diz que Jesus tomou resolutamente o caminho para Jerusalém. Este caminho, ou esta viagem, é modelar. Simboliza a resposta de Jesus ao plano do Pai. Ele não vacila. Vai ao encontro do Pai, segue rumo a Jerusalém, onde se consumará a sua missão.
Quem quiser ser discípulo de Jesus, deve pôr-se a caminho com Ele. Ser discípulo de Cristo não consiste em conhecer a sua doutrina! É segui-Lo, é aderir inteiramente a Ele. É fazer o mesmo caminho que Cristo percorreu.
Enquanto percorria o caminho Jesus encontra três candidatos a discípulo, que representam os inumeráveis candidatos, que desejarão seguí-Lo ao longo dos séculos e Jesus põe-lhes as condições do Seu seguimento. “Seguir-Te-ei para onde quer que fores” (Lc 9, 57), diz o primeiro; e o Senhor respondeu-lhe: “As raposas têm tocas e a aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9, 58). Aquele que deseja seguir a Cristo, não pode ter pretensões de segurança ou vantagens terrenas. Ao segundo, Jesus dirige-lhe um convite decisivo, como que uma ordem: “Segue-Me” (Lc 9, 59) e a este, tal como ao terceiro, que pede um adiamento por questões familiares, Jesus não hesita em declarar que é preciso seguí-Lo sem adiar a Sua chamada. Há casos em que um adiamento, ou mesmo o pensar demasiadamente no assunto, poderiam comprometer tudo. “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9, 62). O Cardeal Roncalli, falando aos padres, dizia: “Deixamos a nossa terra e a nossa família, sem perder o amor à terra e à família, mas elevando este amor a um significado mais alto e mais vasto… Ai de nós, se continuamos a pensar numa casa cômoda…, num teor de vida que nos procure glória, honras ou satisfações mundanas!”
Meditando nestas palavras devemos reagir contra a tentação de um cristianismo medíocre, fácil, preguiçoso, feito à medida das próprias comodidades e interesses.
Por a mão no arado e olhar para trás… Temos que olhar para frente! Estar decidido a seguir o Mestre. Pois, a chamada do Senhor é sempre urgente, porque a messe é grande e os operários são poucos. E há messes que se perdem por não haver quem as recolha. Entreter-se, olhar para trás, por “senões” à entrega, tudo isso vem a dar no mesmo.
Para sermos fiéis e felizes, é preciso que tenhamos sempre os olhos fixos em Jesus, como o corredor, que, uma vez iniciada a corrida, não se distrai com nada: a única coisa que lhe interessa é a meta. Comentando esta passagem diz São JosemariaEscrivá: “Eu te darei um meio seguro para venceres esses temores – tentações do diabo ou da tua falta de generosidade! – despreza-os, tira da tua memória essas lembranças. Pregou-o de modo terminante o Mestre há vinte séculos: “ Não olhes para trás!”(Sulco, 133).

Santo Atanásio diz: “Olhar para trás significa ter pesares e voltar a experimentar o gosto das coisas do mundo”. É a tibieza, que se introduz no coração dos que não têm os olhos postos no Senhor; é não ter o coração transbordante de Deus e das coisas nobres da vocação.
Nós queremos ter olhos para olhar unicamente para Cristo e para todas as coisas nobres nEle. Por isso podemos dizer com o Salmista: “O Senhor é a porção da minha herança. Ensinar-me-ás o caminho da vida, cheio de alegrias em tua presença e delícias à tua direita, perpetuamente” (Sl 15, 11). O caminho da vida é a nossa vocação, que temos de olhar com amor e agradecimento.
O homem define-se pela vocação recebida de Deus. Cada homem é aquilo para que Deus o criou, a vida humana não tem outro sentido senão ir conhecendo e realizando livremente essa vontade divina. O homem realiza-se ou perde-se conforme cumpre ou não na sua vida o desígnio concreto que Deus tem a seu respeito. Todos nós recebemos uma vocação, quer dizer, uma chamada para conhecermos a Deus, para o reconhecermos como fonte da vida; um convite para entrarmos na intimidade divina, para cultivarmos um relacionamento pessoal com Ele.
A fidelidade a essa vocação implica uma correspondência às chamadas que Deus nos vai fazendo ao longo da vida, como desdobramento dessa vontade divina a nosso respeito. Regra geral, trata-se de uma fidelidade em face das pequenas coisas de cada dia, de amar a Deus no trabalho, nas alegrias e nas penas, de repelir com firmeza tudo o que signifique de alguma maneira olhar para onde não podemos encontrar o olhar de Cristo.
Peçamos ao Senhor as virtudes essenciais para que a fidelidade possa encontrar um apoio. Sem essas virtudes seria difícil ou impossível seguir o mestre. Algumas são: humildade de reconhecer que temos os pés de barro (cfDn 2, 33); a prudência e a sinceridade, que são consequências da humildade; a caridade e a fraternidade, que nos impedem de encerrar-mos em nós mesmos; o espírito de sacrifício, que conduz à temperança, à sobriedade, à luta contra o comodismo e o aburguesamento; e sobretudo o espírito de oração que nos leva a tratar a Deus como um Amigo, como o Amigo de toda a vida. Ensina Santa Teresa: “Aquele que não deixa de avançar, ainda que demore, acaba por chegar. Abandonar a oração não me parece outra coisa senão perder o caminho”.


sexta-feira, 17 de junho de 2016

Homilía Dominical dia 19/06/2016






A Cruz Salvadora
Mons. José Maria Pereira

            No Evangelho (Lc 9, 18-24) Jesus pergunta aos discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?” (Lc 9, 18). Eles responderam: “João Batista; outros, que és Elias; outros, que és um dos antigos profetas, que ressuscitou.” E vem a pergunta decisiva: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Em seguida, Jesus revela a outra face da sua pessoa: o sofrimento e a morte pela qual deve passar o Filho do Homem. Finalmente, Ele mostra que o caminho do Mestre é também o caminho do discípulo.
            “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz de cada dia, e siga-me.”
            Ele irá à frente para dar o exemplo: Será o primeiro a levar a cruz. Quem quiser ser seu discípulo, há de imitá-lo.
            E conclui: “Aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem a perder, por minha causa, esse se salvará.
            A resposta de Jesus foi muito dura e perturbadora para os seus discípulos que, como os seus compatriotas, sonhavam só com um Messias-Rei. Mas Jesus não retrocede; pelo contrário, prossegue no seu esclarecimento avisando-os que também eles haveriam de passar pelo caminho do sofrimento.
            Quem quiser ser seu discípulo, deverá imitá-Lo, não apenas uma vez, mas dia após dia, negando-se a si mesmo – vontade, inclinações, gostos – para se conformar com o Mestre sofredor e crucificado.
            O seguimento de Cristo leva os cristãos a experimentarem em suas vidas a mesma sorte do Cristo de Deus: tornados filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, todos foram batizados em Cristo e se revestiram de Cristo (Gl 3, 26-28). Este processo de ser batizado em Cristo e revestir-se dele continua através da vida. É tomar a cruz todos os dias e segui-Lo. É perder a vida por causa de Cristo para salvá-la.
            A pedagogia de Deus, que consiste em converter o homem não pela força, mas pelo exemplo do amor até o fim, atinge a plenitude em Jesus de Nazaré.
            Os pequenos sacrifícios do dia a dia não são apenas exercícios esportivos. Eles são, verdadeiramente, exercícios do amor de Cristo. São a manifestação, até nos mínimos detalhes de nossa vida, de quanto temos constantemente diante dos olhos seu amor por nós, manifestado na cruz. A cruz do dia a dia é nossa participação da cruz do Calvário e recebe desta todo seu valor.
            Cristo na Cruz: esta é a única chave verdadeira. Ele aceita o sofrimento na Cruz para nos fazer felizes; e nos ensina que, unidos a Ele, podemos também nós dar um valor de salvação ao nosso sofrimento, que se transforma então em alegria: na alegria profunda do sacrifício pelo bem dos outros e na alegria da penitência pelos pecados pessoais e pelos pecados do mundo.
            “À luz da Cruz de Cristo, portanto, não há motivo para termos medo à dor, porque entendemos que é na dor que se manifesta o amor: a verdade do amor, do nosso amor a Deus e a todos os homens” (Beato Álvaro Del Portillo, Homilia).
            O Senhor disse por meio de Neemias: Não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8,10).
            A tristeza provoca muito mal em nós e à nossa volta. É uma erva da minha que devemos arrancar logo que aparece: “...afasta para longe de ti a tristeza; pois a tristeza matou a muitos e não traz proveito algum” (Eclo. 30, 24-25).
            Podemos recuperar a alegria, em qualquer circunstância que tenda a abater-nos, se soubermos recorrer à oração ou buscarmos contritamente o sacramento da Confissão, sobretudo quando a perdemos por causa do pecado ou por descuidos culpáveis no relacionamento com Deus.
            Digamos ao Senhor que nos ajude com a sua graça para que, a cada momento, possa contar efetivamente conosco para o que queira: livres de objeções e de laços que nos prendam. Senhor, não tenho outro fim na vida a não ser buscar-vos, amar-vos e servir-vos... Todos os outros objetivos da minha vida se orientam para isso. Não quero nada que me separe de vós.  

sábado, 11 de junho de 2016

Homilía Dominical dia 12/06/2016





O Amor da Pecadora
Mons. José Maria Pereira

            O Evangelho (Lc 7, 36 – 8, 3) narra a história da mulher pecadora.
            Jesus foi convidado a almoçar por um fariseu chamado Simão. Quando estavam à mesa, entra uma mulher e vai diretamente a Cristo. Era uma mulher pecadora que havia na cidade e que decidiu ter um encontro pessoal com o Senhor. E dá amplas mostras de arrependimento e de contrição: “Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia com o perfume” (Lc 7, 37-38).  Sabemos o que se passava no seu íntimo pelas palavras posteriores do Senhor: Amou muito. Mostrou que professava por Jesus uma veneração sem limites. Esqueceu-se dos outros e de si mesma; só Cristo é que importava.
            São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou: esta e não outra foi a razão de tanto perdão. A cena termina com as consoladoras palavras do Senhor: “Tua fé te salvou. Vai em paz.” (Lc 7, 50). Recomeça a tua vida com uma nova esperança.
            A fé e a humildade salvaram aquela mulher do desastre definitivo; com a contrição, iniciou uma nova vida. E diz São Gregório Magno que “aquela mulher nos representou a todos os que, depois de termos pecado, nos voltamos de todo o coração para o Senhor e a imitamos no pranto da penitência”.
            Os nossos piores defeitos e faltas, ainda que sejam muitos e frequentes, não nos devem desanimar enquanto formos humildes e quisermos voltar arrependidos.
            Simão não se apercebeu das suas faltas, como também não é consciente de que, se não cometeu mais pecados e mais graves, foi pela misericórdia divina, que o preservou do mal. “Ama pouco – comenta Santo Agostinho – aquele que é perdoado em pouco. Tu que dizes não ter cometido muitos pecados, por que não os cometeste? Sem dúvida porque Deus te conduziu pela mão. Não há nenhum pecado cometido por um homem que não possa ser cometido por outro, se Deus, que fez o homem, não o sustenta com a sua mão.
            Não podemos esquecer a realidade das nossas faltas, nem atribuí-las ao ambiente, às circunstâncias que rodeiam a nossa vida, ou admiti-las como algo inevitável, desculpando-nos e fugindo da responsabilidade. Se o fizéssemos, fecharíamos as portas ao perdão e ao reencontro verdadeiro com Deus, tal como aconteceu com o fariseu. “Mais que o próprio pecado – diz São João Crisóstomo-, o que irrita e ofende a Deus é que os pecadores não sintam dor alguma dos seus pecados.” E não pode haver dor se nos desculpamos das nossas fraquezas. Devemos, pelo contrário, examinar-nos em profundidade, sem nos limitarmos a aceitar genericamente que somos pecadores. “Não podemos ficar na superfície do mal – dizia o então Cardeal Wojtyla - ; é preciso chegar à sua raiz, às causas, à verdade mais profunda da consciência.” Jesus conhece bem o nosso coração e deseja limpá-lo e purificá-lo.
            “Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora” (Lc 7, 39). A caridade e a humildade ensinam-nos a ver nas faltas e pecados dos outros a nossa própria condição fraca e desvalida, e ajudam-nos a unir-nos de coração à dor de todo o pecador que se arrepende, porque também nós cairíamos em faltas iguais ou piores, se a misericórdia de Deus não nos sustentasse.
            Quem nos livra de nossa dívida é Deus. Só Ele, que criou nossa vida, é capaz de restaurá-la na sua integridade. Pedir perdão é dar a Deus uma chance para refazer em nós a obra de seu amor criador. Mas quem pouco ama, não lhe dá esta chance...
            Peçamos à Virgem Maria, Refúgio dos pecadores, que nos obtenha, do seu Filho, uma dor sincera dos nossos pecados e um amor maior que as nossas faltas.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Homilía Dominical dia 05/06/2016





O Senhor da vida!
Mons. José Maria Pereira

                O Evangelho do X Domingo (Lc 7, 11-17), nos apresenta Jesus que se encontra com um cortejo fúnebre. Uma pobre viúva chora a morte do seu único filho. “Ao vê-la, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: Não chores” (Lc 7, 13). E movido pela compaixão, diz Jesus: “Jovem, Eu te ordeno, levanta-te” (Lc 7, 14). Como à mãe pediu que não chorasse, ao filho morto ordena que se levante! Somente quem é Senhor da vida pode falar desta maneira e com palavras que fazem aquilo que exprimem! “O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe” (Lc 7, 15).
                Comentando este fato do filho da viúva da Naim, diz São Josemaria Escrivá: “Explica o evangelista que Jesus Se compadeceu: talvez a Sua comoção tivesse também sinais externos, como pela morte de Lázaro. Jesus não era, nem é, insensível ao sofrimento que nasce do amor, nem sente prazer em separar os filhos dos pais. Supera a morte, para dar a vida, para que aqueles que se amam convivam [...].
                Cristo sabe que O rodeia uma grande multidão, a quem o milagre encherá de pasmo e que há de ir apregoando o sucedido por toda aquela região. Mas o Senhor não age com artificialismo, só para praticar um feito; sente-Se particularmente afetado pelo sofrimento daquela mulher; não pode deixar de a consolar. Então, aproximou-Se e disse-lhe: não chores (Lc 7,13). Que é como se lhe dissesse: não te quero ver desfeita em lágrimas, pois Eu vim trazer à terra a alegria e a paz. E imediatamente se dá o milagre, manifestação do poder de Cristo, Deus. Mas antes já se dera a comoção da Sua alma, manifestação evidente da ternura do coração de Cristo, Homem” (Cristo que passa, nº 166).
                A alegria da mãe ao recuperar vivo o seu filho recorda a alegria da Igreja pelos seus filhos pecadores que retornam, pelo Sacramento da Confissão, à vida da graça. Comenta Santo Agostinho: “A mãe viúva alegra-se com o seu filho ressuscitado. A mãe Igreja alegra-se diariamente com os homens que ressuscitam na sua alma. Aquele, morto quanto ao corpo, estes, quanto ao seu espírito. Aquela morte visível chora-se visivelmente; a morte invisível destes nem chora nem se vê. Busca estes mortos o que os conhece, o que os pode fazer regressar à vida” (Sermo 98,2).
                O milagre que Jesus fez, ressuscitando o filho da viúva, nos dá um grande exemplo dos sentimentos que devemos ter diante das desgraças alheias. Devemos aprender de Jesus! E para termos um coração semelhante ao seu, devemos recorrer em primeiro lugar à oração: “Temos de pedir ao Senhor que nos conceda um coração bom, capaz de se compadecer das penas das criaturas, capaz de compreender que, para remediar os tormentos que acompanham e não poucas vezes angustiam as almas neste mundo, o verdadeiro bálsamo é o amor, a caridade: todos os outros consolos apenas servem para distrair por um momento e deixar mais tarde um saldo de amargura e desespero” (São Josemaria Escrivá, é Cristo que passa, nº 167).
                Pois bem, assim como o amor a Deus não se reduz a um sentimento, mas leva a obras que o manifestem, assim também o nosso amor ao próximo deve ser um amor eficaz. É o que nos diz S. João: “Não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e de verdade” (1 Jo 3,18).
                Jesus Cristo ao falar do Juízo, declarou: “Vinde benditos de meu Pai... tive fome e me destes de comer...” (Mt 25, 31-40).
                Peçamos a Deus uma caridade vigilante, porque, para se conseguir a salvação é necessário reconhecer Cristo que nos sai ao encontro nos nossos irmãos, os homens. Todos os dias Ele sai ao nosso encontro: na família, no trabalho, na rua... Ele, Jesus.