Presença dos casais Rosana e Sérgio (Equipe 04) e Cassia Valéria e Carlinhos (Equipe 02) na Formação Nível II realizada em Valença, junho/2014. |
Formação
A gente fala tanto em formação: dia de formação, a formação
do equipista, necessidade de formação... e, talvez, a gente ainda não tenha
parado para pensar: Afinal o que é formação? Nosso tema do ano: “Formação, para
amar e servir como Jesus” pode ser o ponto de partida para essa reflexão.
Formar-se é ficar do jeitinho da forma(ô), é com-formar-se ao Criador, é se
moldar à vontade do Senhor.
E a forma(ô), nós já sabemos qual é: Deus criou o casal
humano à sua imagem e semelhança (Gn 1, 27) e achou que era muito bom. Pelo
nosso Batismo e, sobretudo, pela graça sacramental de nosso Matrimônio, somos
vocacionados a nos configurarmos, e tomarmos a forma da vontade de Deus.
Buscando a verdade, descobrindo e seguindo a vontade de Deus
no nosso dia a dia é que vamos nos moldando à forma a que o Senhor nos
predestinou. O que não está conforme a vontade de Deus deve ser re-formado, ou,
usando uma linguagem mais atual, re-formatado.
Deus fez com que cada um de nós fosse formado no ventre
materno (cf. Jó 31,15); formou o coração de todos nós (cf. Sal 33,15); formou o
nosso Espírito (Zc 12,1). Predestinou-nos a conformar-nos à imagem do seu Filho
(cf. Rm 8,29). Pelo seu Espírito, nós nos transformamos na imagem de Jesus
Cristo (cf.2 Cor 3, 18).
A formação é processo, ou seja, uma série de ações
coordenadas e direcionadas a dar e desenvolver uma forma já recebida do próprio
nascimento e, para nós, no próprio batismo e no casamento.
A formação cristã é, na verdade, “um contínuo processo
pessoal de amadurecimento na fé e de configuração com Cristo, de acordo com a
vontade de Pai, com a iluminação do Espírito Santo” (Christifideles laicis, nº
57).
O Senhor é o oleiro. Ele nos dá forma, e seremos trabalho de
suas mãos (Isaías 64,7), mas é preciso que nos deixemos formar. É preciso que
nos entreguemos à vontade do Senhor como crianças (Mc 10, 14). É preciso não
ter pressa; é preciso ter a sabedoria de Jacó, que soube seguir lentamente ao
passo das crianças (Gn 33, 14).
Também não há formação sem não é só uma maneira de falar. O
Pe. Caffarel nos ensina a pensar sempre em Deus, a falar com Deus, a ouvir a
Deus, a aderir à oração de Cristo, fazendo-a nossa própria oração, a repetir a
cada momento “eu quero o que tu queres” e descobrir com alegria que o homem não
vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4).
Formação é muito mais do que ouvir palestras edificantes e
ler livros e artigos religiosos. Formar-se é viver o dia a dia do nosso
casamento como escola de vida. É ter no nosso cônjuge o monitor que, aprendendo
conosco, nos guia nos caminhos do Pai. É ele o “microfone” privilegiado do
Senhor. É por meio dele que Deus nos vai falando qual é a sua vontade, vai nos
ensinando a cada dia a sua verdade, a sua vontade e como viver o encontro e a
comunhão com ele, através dos irmãos. Formação é vida. De que adiantariam os
melhores textos sobre nosso tema, os retiros mais profundos sobre a teoria de
como viver e amar, se deixarmos de lado o principal: o Cristo vivo? Se não
tivermos presente que ele se fez homem como nós e veio ao mundo viver uma vida
comum, como a nossa, só que, tendo como alimento a vontade do Pai (Jo 4, 34) e
afirmando que quem faz a vontade de Deus é que é seu irmão (Mc 3, 35); se ele
não for efetivamente nosso exemplo e nosso guia, tudo fica vazio. Seria, como
diz S. Paulo, um bronze que soa. O essencial é procurar Cristo como insistia o
nosso Pe. Caffarel.
Vamos dedicar esse ano à nossa formação pessoal e como
casal.
Nossa formação contínua, para amar e servir como Jesus. No
lavapés Cristo nos pergunta: “Entendeis o que eu vos fiz?... Vós me chamais de
Mestre e Senhor; e dizeis bem,porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei
os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
“Entender” é o primeiro passo para a ação. Cumpre-nos agora
nos formarmos em oração e na ação servindo a nossos irmãos, como Cristo fez.
Ilka e Geraldo
CRS Setor E - Região São Paulo Capital I
Fonte: http://www.ens.org.br/site/index.php?secao=4&edicao=201102&texto=491
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