Descer do Monte...
O
Evangelho (Lc 9, 28b-36)) apresenta a fé dos Apóstolos, fortalecida na
Montanha, pela Transfiguração de Jesus.
Na
Caminhada para Jerusalém, o primeiro anúncio da Paixão e Morte de Jesus abalou
profundamente a fé dos apóstolos. Desmoronaram seus planos de glória e de
poder.
Para
fortalecer essa fé ainda tão frágil... Cristo tomou três deles... subiu ao
Monte Tabor e “Transfigurou-se...”
A
transfiguração de Jesus é uma catequese que revela aos discípulos e a nós Quem
é Jesus: O Filho Amado de Deus!
Em
nossa caminhada para a Páscoa somos também convidados a subir com Jesus a
montanha e, na companhia dos três discípulos, viver a alegria da comunhão com
Ele. As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar. No meio dos
conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da Ressurreição e do alto daquele
monte Ele continua a nos gritar: “Este é o Meu Filho Amado, escutai-O”.
Não
desanimemos diante das dificuldades! Os Planos de Deus não conduzem ao
fracasso, mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim!
São
Leão Magno diz que “o fim principal da transfiguração foi desterrar das almas
dos discípulos o escândalo da Cruz”. Os Apóstolos jamais esquecerão esta “gota
de mel” que Jesus lhes oferecia no meio da sua amargura. Jesus sempre atua
assim com os que o seguem. No meio dos maiores padecimentos, dá-lhes o consolo
necessário para continuarem a caminhar.
Esta
centelha da glória divina inundou os Apóstolos de uma felicidade tão grande que
fez Pedro exclamar: “Senhor, é bom
ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas...” Pedro quer prolongar a situação! O
que é bom, o que importa, não é estar aqui ou ali, mas estar sempre com Cristo,
em qualquer parte, e vê-Lo por trás das circunstâncias em que nos encontramos.
Se estamos com Ele, tanto faz que estejamos rodeados dos maiores consolos do
mundo ou prostrados na cama de um hospital, padecendo dores terríveis. O que
importa é somente isto: Vê-Lo e viver sempre com Ele! Esta é a única coisa
verdadeiramente boa e importante na vida presente e na outra. Desejo ver-Te,
Senhor, e procurarei o Teu rosto nas circunstâncias habituais da minha vida!
A
vida dos homens é uma caminhada para o Céu, que é a nossa morada (2 Cor 5,2).
Uma caminhada que, às vezes, se torna áspera e difícil, porque com freqüência
devemos remar contra a corrente e lutar com muitos inimigos interiores ou de
fora.Mas o Senhor quer confortar-nos com a esperança do Céu, de modo especial
nos momentos mais duros ou quando se torna mais patente a fraqueza da nossa
condição: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a
virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (São Josemaria Escrivá,
Caminho, nº 139).
O
pensamento da glória que nos espera deve animar-nos na nossa luta diária. Nada
vale tanto como ganhar o Céu. Ensina Santa Teresa: “ E se fordes sempre avante
com esta determinação de antes morrer do que desistir de chegar ao termo da
jornada, o Senhor, mesmo que vos mantenha com alguma sede nesta vida, na outra,
que durará para sempre, vos dará de beber com toda a abundância e sem perigo de
que vos venha a faltar” (Caminho de Perfeição, 20,2).
“Este
é o meu Filho amado. Escutai o que Ele diz” (Lc 9,35). E Deus Pai fala através
de Jesus Cristo a todos os homens de todos os tempos. A sua voz faz-se ouvir em
todas as épocas, sobretudo através dos ensinamentos da Igreja...
Nós
devemos encontrar esse Jesus na nossa vida corrente, no meio do trabalho, na
rua, nos que nos rodeiam, na oração, quando nos perdoa no Sacramento da Penitência
(Confissão), e sobretudo na Sagrada Escritura, onde se encontra verdadeira,
real e substancialmente presente. Devemos, aprender a descobri-Lo nas coisas
ordinárias, correntes, fugindo da tentação de desejar o extraordinário.
Escutar
e anunciar!...
Não
podemos ficar no Monte... de braços cruzados... O seguidor de Cristo deve
descer do monte para enfrentar o mundo e os problemas dos homens!
Cada
domingo, ao participar da Santa Missa, subimos a Montanha, para contemplar o
Cristo transfigurado (ressuscitado) e escutar a sua voz.
Depois,
ao descer a Montanha (sair da Igreja) devemos prosseguir a nossa caminhada,
sendo sal da Terra e luz do mundo.
Somos
convidados a ser Missionários da Transfiguração!
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