Mons. José Maria
Pereira
Celebramos hoje a festa de dois
Apóstolos, colunas da Igreja: São Pedro e São Paulo. Duas figuras tão
diferentes, que no entanto se uniram no testemunho de Cristo até a morte. Pedro
é objeto de uma atenção especial por parte de Cristo.
Quando Jesus pergunta aos seus: “E vós,
quem dizeis que Eu sou? Respondeu Simão Pedro e disse: Tu és o Cristo de Deus
vivo” (Mt. 16, 15-16). Mal pronunciou estas palavras, Cristo prometeu-lhe
solenemente o primado sobre toda a Igreja (Mt. 16, 18-19).
O primado de Pedro e de seus sucessores
está claro no Evangelho (cf. tb. Jo 21, 15). Pedro exerceu este primado, como encontramos
nos Atos dos Apóstolos (At. 1, 15; 2, 14; 3, 6; 10, 1; 9, 32; 15, 7-2). Pedro
foi bispo de Roma onde foi sepultado. Santo Inácio de Antioquia refere-se à
Igreja de Roma como a “que preside a aliança do amor.”
O Papa é o representante de Cristo na
terra (seu vigário), o fundamento da unidade da Igreja.
A ordem de Jesus foi: “Apascenta os meus
cordeiros... apascenta as minhas ovelhas!” (Jo. 21, 15-17). Era a investidura
no supremo poder! A Igreja sem o Papa seria um barco sem timoneiro!
Jesus quis fundar a sua Igreja tendo
Pedro e seus sucessores à frente dela. Em dois mil anos de Cristianismo, até
hoje, Pedro teve 265 sucessores! Pedro, Lino, Cleto, Clemente... João Paulo II,
Bento XVI. Podemos dizer, ontem Pedro, hoje Bento XVI. Agradeçamos a Deus por
pertencermos à Igreja fundada por Cristo que é “Una, Santa, Católica e
Apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos
hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (...); fundada sobre os
Apóstolos e transmitindo de geração em geração a sua palavra sempre viva e os
seus poderes de Pastores no Sucessor de Pedro e nos Bispos em comunhão com ele;
perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).
Dizia São Josemaria Escrivá: “O amor ao
Romano Pontífice há de ser em nós uma bela paixão, porque nele vemos Cristo.”
Também S. Paulo é hoje apresentado na
cadeia (2 Tm. 4, 6-8. 17-18), na sua última prisão que terminará com o seu
martírio. O Apóstolo está consciente da sua situação; porém, as suas palavras
não revelam amargura, mas a serena satisfação de ter gasto a sua vida pelo Evangelho:
“aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a
corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça...” (2
Tm. 4, 6-8).
Paulo disse: “Escolheu-nos antes da
constituição do mundo” (Ef 1, 4). E continua: “chamou-nos com vocação santa,
não em virtude das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio” (2 Tm. 1, 9).
A vocação é um dom que Deus preparou
desde toda a eternidade. Todos nós recebemos, de diversas maneiras, uma chamada
concreta para servir o Senhor. E ao longo da vida chegam-nos novos convites
para segui-Lo, e temos de ser generosos com Ele em cada encontro. Temos de
saber perguntar a Jesus na intimidade da oração, como São Paulo: Que devo
fazer, Senhor?, que queres que eu deixe por Ti?, em que desejas que eu melhore?
Neste momento da minha vida, que posso fazer por Ti?
O Senhor chama todos os cristãos à
santidade; e é uma vocação exigente, muitas vezes heróica, pois Ele não quer
seguidores tíbios, discípulos de segunda classe; se quiser ser discípulo do
Mestre, deve imprimir um sentido apostólico à sua vida: um sentido que o levará
a não deixar passar nenhuma oportunidade de aproximar os outros de Cristo, que
é aproximá-los da fonte de alegria, da paz e da plenitude.
Temos de pedir hoje a São Paulo que
saibamos converter em oportuna qualquer situação que se nos apresente. Quem
verdadeiramente ama a Cristo sentirá a necessidade de O dar a conhecer, pois,
como diz São Tomás de Aquino, aquilo que os homens muito admiram divulgam-no
logo, porque da abundância do coração fala a boca”.
Relembrando o ardor missionário de São
Pedro e São Paulo que o Senhor nos conceda o mesmo entusiasmo para sermos
discípulos e missionários de Cristo.
A exemplo da Igreja primitiva que rezava
por Pedro enquanto estava na prisão (At 12, 5) estejamos unidos em oração pelo
Santo Padre o Papa Bento XVI!
(Agradecemos a colaboração do Monsenhor Jose Maria. Deus o abençoe!)
(Agradecemos a colaboração do Monsenhor Jose Maria. Deus o abençoe!)