Senhor, ensina-nos a orar
“O Espírito, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai também formá-la para a vida de oração”.(CIC 2623)
Será que nossa oração é agradável a Deus? Sabemos agradecer ou só pedimos?
É muito importante saber orar. Quantas vezes rezamos mecanicamente, deixando-nos levar apenas pela repetição de frases que não saem do nosso coração, mas apenas da nossa boca. Orar molda o nosso coração conforme o coração de Deus, ajuda-nos a sermos mais irmãos uns dos outros, reforçando a certeza de que somos filhos amados do Pai. Se unirmos nossa oração a oração de Jesus, ela se torna infalível: “Em verdade, em verdade vos digo que, se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16, 23). Precisamos orar com a certeza de que Deus nos escuta e só deseja a nossa felicidade; por isso, quando ela for de pedido, devemos acrescentar: ‘Se for da Sua Santa Vontade’. É perigoso para quem não tem uma fé trabalhada na oração, deixar-se levar por uma mentalidade exclusivamente terrena, que nada percebe além dos horizontes que o mundo mostra e crê somente nas coisas palpáveis. É comum, orarmos desejando que nosso pedido se realize de imediato e da forma como queremos, mas quando entendemos que Deus sabe tudo de que precisamos e qual a melhor hora para responder a tal pedido, nossa oração se torna constante, paciente, acreditando na promessa de Jesus: “Pedi, e vos será dado; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-vos-á” (Mt 7, 7). Precisamos da oração como do ar para respirar e em nenhum momento perdermos o fôlego e nunca desanimar. Ninguém pode se dispensar da oração e, quanto mais crescemos na vida espiritual, maior deve ser a nossa obrigação e perseverança. Devemos reservar um momento propício para orarmos. Silenciarmos... Sabermos sair de nossas preocupações, dos afazeres diários, do barulho a nossa volta e penetrarmos em nosso interior para falar com Deus; fazermos da oração uma prática satisfatória que nos coloca em sintonia com o Pai e, assim, entendermos o que é melhor para o nosso bem, deixando Deus agir em nós. Não somos nós que vamos a Ele, é Ele que vem ao nosso encontro; não O encontramos com nosso esforço, encontramo-LO na mesma medida em que nos deixamos encontrar por Ele. Na hora do sofrimento, esquecemos que Deus é o Pai nosso e muitas vezes nos desesperamos. Também a esse respeito, Jesus nos deu exemplo ao pedir: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26, 39).
Quando Jesus curou os dez leprosos, apenas um voltou para agradecer e Jesus o admirou, mas, ao mesmo tempo, perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” (Lc 17, 17). Eis um alerta para nós, quando apenas pedimos e nos esquecemos de agradecer.
Deus, também, nos fala através de outras pessoas. Aprendemos ouvindo as orações dos irmãos de caminhada, e um momento propício para esse aprendizado é a Reunião de Equipe. O papel desses irmãos não é assumir o lugar de Deus, mas ser instrumentos para podermos verbalizar nossa experiência e, assim, percebermos com mais clareza a voz do Senhor.
Uma forma fundamental de oração cristã é a meditação da Palavra de Deus, revelada, depositada na Sagrada Escritura, onde confrontamos nossa vida com a Palavra meditada. Não basta ler a Palavra de Deus. Temos que orar com ela, respondendo ao que Deus nos fala e comprometendo-nos com Sua Vontade.
Na Oração Conjugal, os cônjuges se encontram com Deus, individualmente e em casal e manifestam o desejo desse encontro, abrindo as portas de seu lar para torná-lo morada do Senhor. Com efeito, o Cristo está presente no lar que se dá a ele. É por isso que o lar cristão, como nos diz São João Crisóstomo, é uma “Pequena Igreja”. (Orar 15 dias com Pe. Caffarel)
A oração cristã tem sua fonte no Espírito Santo: “Toda a manifestação do Espírito é dada para a utilidade de todos” (1Cor 12, 7). Na oração, o Espírito Santo está conosco, ora em nós: “O Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza, pois nem sabemos o que nos convém pedir; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis...” (Rom 8, 26)
Em seu artigo no L’Anneau d’Or, em 1957, Pe. Caffarel nos diz: “Para nós, orar é deixar que o Espírito Santo fale em nós. Eis porque não podemos ter outro mestre de oração a não ser o próprio Deus: ‘Senhor, ensina-nos a orar’...”
Graça e Juarez
CR Província Leste
Carta Mensal
CR Província Leste
Carta Mensal
Out/2011
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