No oitavo dia de Natal, a Igreja celebra a Solenidade de
Maria, Mãe de Deus. É o dia 1º de janeiro, abertura de um ano civil e
celebra-se também o DIA MUNDIAL DA PAZ.
A piedade cristã plasmou de mil formas diferentes a festa da
Mãe de Deus que celebramos hoje! Um exemplo disso é que inúmeras são as imagens
de Maria com o Menino nos braços. A Maternidade de Maria é o fato central que
ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento dos outros privilégios com que
Deus quis adorná-la.
Maria é a Senhora, cheia de graça e de virtudes, concebida
sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos céus em corpo e alma. A
Bíblia fala-nos dela como a mais excelsa de todas as criaturas, a bendita, a
mais louvada entre as mulheres, a cheia de graça (Lc 1,28), Aquela que todas as
gerações chamarão bem-aventurada (Lc 1,48).
A Igreja ensina-nos que Maria ocupa, depois de Cristo, o
lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua maternidade divina.
Diz o Concilio Vaticano II, na Lumen Gentium, 63: “Ela, pela graça de Deus,
depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e todos os homens.”
Ensina S. Paulo: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus
enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei…” (Gl 4,4). Jesus não
apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se realmente homem, como
nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas puríssimas da Virgem Maria.
Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por Deus Pai. Enquanto homem,
nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira –diz por isso São Cirilo-
que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a Santíssima Virgem deve ser
chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que a Santíssima
Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe de Deus? Esta é a fé que os
discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que não tenham empregado essa
expressão. Assim nos ensinaram os Santos Padres”.
“Quando a Virgem respondeu livremente Sim àqueles desígnios
que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma
racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a
natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e,
desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele
momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do
Verbo encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para
sempre –sem confusão- a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa,
como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta
dignidade: Mãe de Deus” (São JosemaríaEscrivá, Amigos de Deus, n. 274).
“Concebendo Cristo, gerando-o, alimentando-o, apresentando-o
ao Pai no templo, padecendo com seu Filho quando morria na Cruz, cooperou da
forma inteiramente ímpar com a obra do Salvador mediante a obediência, a fé, a
esperança e a ardente caridade, a fim de restaurar a vida sobrenatural das
almas. Por isso Ela é nossa Mãe na ordem da graça” (LG,61).
Jesus deu-nos Maria como Mãe nossa no momento em que,
pregado na Cruz, dirigiu à sua Mãe estas palavras: “Mulher, eis aí o teu filho.
Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe” (Jo 19,26-27). Desde aquele dia,
toda a Igreja a tem por Mãe; e todos os homens a têm por Mãe. Todos entendemos
como dirigidas a cada um de nós as palavras pronunciadas na Cruz.
Quando Cristo dá a sua Mãe por Mãe nossa, manifesta o amor
aos seus até o fim. Quando a Virgem Maria aceita o Apóstolo João como seu
filho, mostra o seu amor de Mãe para com todos os homens.
Hoje também é o Quinquagésimo Primeiro ( 51) diaMundial
da Paz, com o tema: Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz.
“Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz,
que os Anjos anunciam aos pastores na noite de Natal, é uma aspiração profunda
de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais
duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos
e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes
no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como
afirmou o meu amado predecessor Bento XVl, “são homens e mulheres, crianças,
jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz”. E, para o encontrar,
muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em
grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar – se a fadigas e
sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe
da meta.
Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que
fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por
causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.
Inspiram-nos as palavras de São João Paulo ll: “Se o “sonho”
de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo
dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar – se sempre mais
família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”. Ao longo da
história, muitos acreditaram neste
“sonho” e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia
irrealizável.” ( Papa Francisco, Mensagem parta a celebração do Dia Mundial da
Paz, 01 de Janeiro de 2018.
Hoje, primeiro dia do ano, rezemos como salmista: Deus nos dê a sua graça e nos
abençoes! Sim fomos abençoados. E se abençoados, somos chamados a ser fonte de benção para nosso próximo. Que a saudação Feliz
Ano Novo desperte em nós o propósito de comunicar a paz e a alegria a todos!
MONSENHOR JOSÉ MARIA PEREIRA
SCE da REGIÃO RIO II
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